“UNA-SE pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”- 25 de Novembro 2016


A violência contra as mulheres, violência de gênero, é um dos problemas de direitos humanos que permeia a humanidade desde sempre. A ONU declarou, em 17 de dezembro de 1999 o 25 de Novembro – Dia Internacional do Combate à Violência contra as Mulheres, celebrado no mundo todo, em movimentos culturais, sociais, de luta. Então, na luta estamos, mulheres e homens unidos!

Mas, o que é essa tal de violência contra as mulheres? Uma modalidade de domínio, abusivo, que percorre todas as classes sociais, em todos os países, com formas mais abertas – estupro – ou mais obscuras – salários mais baixos – as quais a sociedade invisibiliza em um pacto de forças como se nós, mulheres, fôssemos “cidadãos de segunda classe”.

A violência contra as mulheres, em números, mostra o absurdo da situação: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que 35% das mulheres em todo o mundo já tenham sofrido qualquer violência física e/ou sexual praticada por parceiro íntimo ou violência sexual por um não-parceiro em algum momento de suas vidas. Ao mesmo tempo, alguns estudos nacionais mostram que até 70% das mulheres já foram vítimas de violência física e/ou sexual por parte de um parceiro íntimo“.

Sim, o machismo, ação de domínio do homem sobre a mulher, sua propriedade, é um aspecto cultural arraigado nas comunidades humanas. Sim, existem muitos homens que lutam ao lado das mulheres para que estas tenham defendida a sua dignidade e direitos.

Porém, a violência contra as mulheres continua, firme e forte, grassando vidas, queimando rostos com ácido, fazendo surgirem “olhos roxos” e lágrimas e, mais e mais, reduzindo o poder financeiro da mulher, em qualquer sociedade, para assim poder reprimir a nossa capacidade de lutar.

As diversas facetas da violência contra as mulheres, segundo a guatemalteca indígena Otília, neste vídeo abaixo:

Ou, para recordar aqui, a história de Maria da Penha, nossa, brasileira, e a lei que temos e que busca proteger melhor as mulheres (a lei busca, o estado, nem sempre busca aplicá-la):

Mulher que trabalha, que cria seus filhos, que cuida dos seus, de si mesma, e ainda arranja tempo para lutar por respeito e dignidade, por “direitos iguais e deveres correlatos”, que amamenta, engravida, entra em trabalho de parto, e continua lutando, cuidando, criando, essa é a tarefa que a sociedade humana impõe, de submissão e esgotamento.

E, bem vistas as coisas, nunca que os deveres das mulheres poderão ser iguais aos dos homens – mulher tem muito mais dever pois é em seu ventre que ela carrega o futuro de toda sociedade. Respeito, sim, dignidade, sim, direitos preservados à vida, sim!

Campanhas surgem no mundo, como essa das mulheres paquistanesas, “Beat me”, lançada dia 20 de novembro passado, contra a violência doméstica e os abusos sexuais:

Ou, revendo este documentário da ONU Mulheres (2014), com depoimentos de mulheres do mundo todo:

ou este, de 2013:

O 25 de Novembro – dia de luta

Desde 1981 que o movimento pelos direitos da mulher realiza atos, em cada 25 de novembro, comemorativos da luta contra a violência às mulheres. Esta data foi escolhida por causa do brutal assassinato, em 1960, das irmãs Mirabal, ativistas políticas da República Dominicana que foram mortas por ordem do então governante do país, Rafael Trujillo (1930 – 1961). A data foi escolhida com o objetivo de sensibilizar a opinião pública sobre o problema da violência contra a mulher, foi aprovada pela ONU em 1993 e começou a ser comemorada em 1999.

Qual a mensagem desta data nos dias de hoje?

Por fim, a violência contra as mulheres é considerada uma violação dos direitos humanos e mais, um problema pandêmico de saúde pública e um grave obstáculo ao desenvolvimento sustentável, afirma Ban Ki Moon em sua mensagem deste ano.

Mas acrescenta que, este é um problema caro, muito caro para os serviços públicos (Saúde e Segurança), para as famílias e as comunidades todas pois, uma mulher que deixa de trabalhar por causa da violência é menos um par de braços a construir riquezas (leia mais sobre o custo real do problema. Sim, essa é a síntese da mensagem, a meu ver. Irônico? Não, a sociedade só se movimenta quando o problema afeta o poder econômico.

dia internacional violencia mulheres 2016

Assim, Ban Ki Moon, líder da campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência Contra as Mulheres“, conclama a todos os governos que mostrem seu compromisso com o fim da violência contra as mulheres, aumentando os seus orçamentos para prestarem maior apoio aos movimentos feministas e às organizações da sociedade civil que levam esse movimento e luta.

O apelo do presidente da ONU é dirigido a todos os dirigentes mundiais a que colaborem com a ONU-Mulheres e o Fundo Fiduciário das Nações Unidas para acabar com a violência contra a Mulher e, ao setor privado da economia, instituições filantrópicas e cidadãos do mundo todo, a que assumam sua quota-parte de responsabilidade no assunto.

Pinte o mundo de LARANJA e acabe com a violência contra as mulheres, pelo bem de todos nós. A cor laranja foi escolhida para representar este movimento.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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