Mulheres lutam por igualdade salarial na Islândia e param de trabalhar às 14h38


Mais um ato de mulheres marca a luta feminina no mês de outubro, já conhecido como o Outubro Feminista. Após as mulheres realizarem uma greve geral na Polônia contra uma lei que proíbe o aborto e uma paralisação de trabalho na Argentina como forma de protesto pela morte de uma jovem de 16 anos brutalmente violentada, foi a vez de as mulheres islandesas reivindicarem por condições mais justas de trabalho.

As mulheres na Islândia iniciaram um protesto contra o machismo e as diferenças salariais, conforme noticia o Brasil Post. O machismo não é uma prática cultural que submete apenas as mulheres das economias pobres ou em desenvolvimento ou nos países da América Latina, como pode parecer para muita gente. Até na Islândia, país onde a população goza de muitos direitos, o machismo está presente.

Para mostrar como o machismo está enraizado em sua cultura, as mulheres islandesas usaram a criatividade para manifestar e exigir igualdade de direitos. Às 14h38, as mulheres interromperam suas atividades de trabalho para se reunirem na praça Austurvöllur, na capital do país, Reykjavík. Em outras cidades, também houve protestos.

O horário, aparentemente inusitado, foi escolhido por uma razão especial: 14:38 é o horário a partir do qual as mulheres islandesas começam a trabalhar de graça, se comparados os seus ganhos com o dos homens. Na Islândia, as mulheres ganham 17% a menos do que os homens.

Não é a primeira vez que as mulheres islandesas vão às ruas lutar por seus direitos. Também no mês de outubro, em 1975, 90% das mulheres tomaram as ruas para mostrar a sua importância e valor na sociedade, evento que se repetiu em 2005, quando elas deixaram seus postos de trabalho às 14h08 e, em 2008, quando pararam de trabalhar às 14h25.

Estatisticamente, a igualdade salarial somente ocorreria na Islândia em 2068. Segundo Gylfi Arnbjörnsson, presidente da Confederação Trabalhista da Islândia ao Iceland Review: “Não importa se é uma desigualdade de gênero ou outro tipo de desigualdade, é inaceitável dizer que só iremos corrigir em 50 anos. Isso é uma vida”.

Só a luta é capaz de mudar uma realidade imposta por estruturas de poderes que se mantêm por séculos. E nós, mulheres, sabemos disso. Em todo o mundo, mulheres diariamente, em ações micro e macro, lutam por igualdade. E seremos incansáveis até o dia em que a alcançarmos.

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Fonte foto: commondreams.org




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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