Estudantes que precisam de casa onde morar, idosos que precisam de conversa e carinho


O projeto Humanitas junta o útil ao agradável – quem quer ajudar a quem quer ser ajudado. E, no caso da casa de repouso Humanitas, em Deventer, Holanda, os idosos lá residentes compartem espaços e momentos da vida com estudantes universitários, que também lá residem.

Humanitas é um projeto de serviços sociais prestado por várias organizações holandesas que tem como objetivo ajudar a pessoas em diferentes situações complicadas como falta de moradia, falta de emprego, falta de assistência ao idoso, entre outras (veja aqui). Esse projeto foi fundado em 31 de maio de 1945, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, para “ajudar a população da Holanda” a se reorganizar. Atualmente, Humanitas tem 80 locais de atendimento e atua em 5 distritos sendo que seu escritório está em Amsterdam.

Um desses locais é a casa de repouso de Deventer (Humanitas Deventer) onde, estudantes universitários usufruem de residência gratuita desde que prestem serviços de acompanhamento a idosos residentes por 30 horas mensais. Esta solução ameniza dois problemas sociais importantes: a dificuldade dos estudantes em pagarem seu alojamento, ou em encontrarem alojamento com condições adequadas e, a necessidade dos idosos que precisam ser acompanhados, de uma maneira ou de outra. O jovens não são netos mas, na verdade, agem como se fossem: servem o café, fazem carinho, dão abraços, ensinam a mexer no computador, ensinam a fazer grafite, saem juntos para passear e até fazem as compras que os idosos já não conseguem fazer. Por trás desta situação está, claro, a queda de poder aquisitivo do povo holandês e o aumento significativo de lugares vazios nos asilos de idosos mas, uma mão lava a outra e, estudantes e idosos saem beneficiados dessa solução alternativa de “solidariedade orientada”.

Atualmente a casa de repouso Humanitas têm 6 jovens residentes que cursam nas universidades Saxion e Windesheim e 160 idosos. É pouco jovem para muito velho mas, parece que o resultado está sendo bastante positivo para ambos os lados já que rebate significativamente um dos principais problemas dos idosos, a solidão. O problema do cidadão idoso que, especialmente na Europa, já não vive com seu núcleo familiar é a solidão que resulta do isolamento social. É comum que idosos vivam sozinhos, em lares, asilos ou pequenos apartamentos e que contem com a assistência social de seu país para ajudá-los em funções básicas como limpar a casa, fazer as compras ou até tomar banho e administrar seus medicamentos rotineiros. Essa é uma realidade triste para o idoso – se sentir um peso, alguém que ninguém quer mais cuidar, alguém que ninguém visita. Sim, com certeza nesses países de que falo – como Holanda, Alemanha, Dinamarca – pelo menos os idosos têm alguma assistência social, muito mais do que no Brasil ou qualquer outro país de terceiro mundo mas, nem por isso essa “ajuda”, que eles pagaram a vida toda sob a forma de impostos, é uma ajuda efetiva. Então, projetos como esse de que trato aqui são efetivos e bem recebidos. Aliás, são mesmo fundamentais sob pena de que os idosos, até nos países mais ricos, continuem morrendo sozinhos na solidão de seus quartos.

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Mas, a boa notícia, fora a realidade do projeto, é de que a iniciativa de compartilhar residência entre estudantes e idosos, conhecida como intercâmbio de gerações, também pulou as fronteiras e já tem seus similares na França, Irlanda, Espanha e Estados Unidos. Em cada país essa iniciativa, do intercâmbio de gerações, tem uma solução diferente porém todas são efetivas: em alguns casos os idosos alugam quartos com desconto para os estudantes, e convivem na própria residência (esta é uma solução que temos também no Brasil apesar de não se falar nos benefícios do contato humano que daí poderia resultar, certo?). Segundo a IAHSA – Associação Internacional de Lares e Serviços para o Envelhecimento, este programa funciona, atualmente, em 27 diferentes cidades tendo começado em Barcelona (1996) como experiência de habitação compartilhada.

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E você, tem lembrado de visitar sua avó? Tem cumprimentado o avô do vizinho, na rua? Sabe, na correria da vida a gente se esquece de que o idoso também já foi como nós. Aliás, a gente se esquece de que, se não fossem eles, os idosos, nós não seriamos. Simples assim, nós sequer existiríamos.

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fonte foto: Humanitas Deventer




Redação greenMe

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