“O Regresso”: veja porque o filme é considerado um hino à natureza


12 indicações para o Oscar, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator: The Revenant, “O Regresso, o mais recente filme de Leonardo DiCaprio, estreia dia 4 de fevereiro no Brasil e tem sido descrito como uma verdadeira celebração à natureza e seu poder. Veja porquê.

Há poucos dias, ao receber o Globo de Ouro de Melhor Ator, Leonardo DiCaprio dedicou o prêmio aos povos indígenas das diferentes regiões do mundo que lutam para proteger suas terras. A homenagem certamente tem muito a ver com o ecologismo do ator, mas também com o filme, um épico que conta a história de um homem e a luta pela sobrevivência sua e de uma natureza intocável e majestosa.

A história contada no filme de Alejandro González Iñárritu, o diretor mexicano que ganhou um Oscar em 2015 por Birdman, fala de traição e vingança e é parcialmente inspirado na vida de Hugh Glass, um caçador e explorador de Dakota do Norte, interpretado por um Leonardo DiCaprio intenso. Em 1823, durante uma caçada, Glass é atacado por um urso, fica gravemente ferido e é abandonado por seus companheiros de expedição. O filme gira ao redor do seu retorno, concentrando-se em sua luta para sobreviver e em sua longa viagem sobre a neve, procurando por aqueles que o traíram.

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A originalidade real do trabalho não é tanto na trama, cujos temas já foram explorados ​​várias vezes por Hollywood, como na escolha de contar os acontecimentos vividos por Glass tão realista quanto possível, filmando em um local remoto de Alberta, no Canadá, em condições extremamente precárias, trabalhando todos os dias em temperaturas bem abaixo de zero e usando somente a luz natural.

Isto significava poder filmar somente durante algumas poucas horas por dia e também que o filme foi capaz de compreender a natureza circundante em todo o seu esplendor fascinante e selvagem, ostentados pela impressionante fotografia de Emmanuel Lubezki, vencedor de dois Oscars por Gravity e Birdman. Para aumentar o páthos do filme, o diretor também escolheu filmá-lo na seqüência, ou seja, na mesma ordem cronológica em que será apreciado pelos espectadores.

“Nós estamos filmando em um lugar tão remoto e distante que, o tempo que usamos para chegar e voltar de lá, já gastamos 40% do dia.” – Disse o próprio Iñárritu em uma entrevista quase um ano atrás, bem no meio da produção – “Mas esses lugares são tão maravilhosos e tão poderosos: parecem que nunca foram tocados por um ser humano, e era disso que eu precisava. Lá, a luz é muito baixa no inverno, e decidimos não usar qualquer tipo de iluminação elétrica, apenas a luz natural. E cada cena é tão difícil, emocionalmente e tecnicamente. Eu me coloco em dificuldades novamente, mas eu estou fazendo o meu melhor.”

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As condições no set eram tão difíceis que todos os atores, desde o elenco principal, foram submetidos a um teste severo, alguns membros da equipe técnica decidiram abandonar o filme, a produção foi bem além do seu tempo pré-determinado, mas o diretor foi inflexível em exigir que o filme, que conta uma história dura de sobrevivência, fosse filmado em pleno contato com a natureza – uma verdadeira natureza, selvagem e quase intocada – e não em um estúdio.

“Todo mundo estava congelado, o equipamento ameaçava quebrar e mover a câmera de um lugar para o outro era um pesadelo.” – disse Iñarritu no final das filmagens – “Se tivéssemos filmado em frente a uma tela verde, com café e enquanto todos se divertiam, todos teriam ficado felizes mas muito provavelmente o filme seria uma merda.”

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E ao contrário, “O Regresso” convenceu grande parte da crítica, recebeu 3 Globos de Ouro e 12 indicações para o Oscar. As críticas sublinham não apenas o realismo mas a sua espetacular grandiosidade. E a performance de Leonardo DiCaprio no papel de Glass, é considerada digna de ser premiada.

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Fonte fotos: foxmovies




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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