Guaco – poderosa erva medicinal, santo remédio não só para tosse. Como usar


O guaco, também conhecido em outras regiões como guaco-cheiroso, cipó-almecega, cipó-caatinga ou erva-de-cobra, possui o nome científico Mikania glomerata e é uma espécie nativa do Brasil, cultivada em todo território nacional, todavia de maior predileção pelo bioma Mata Atlântica. Com excelente distribuição em climas tropicais e subtropicais da América, África e Ásia. Ocorre naturalmente em bordas de rios, matas primárias e várzeas suscetíveis à inundação. Outra espécie muito similar ao guaco (Mikania glomerata) é a Mikania laevigata, que muitas vezes é comercializada indiscriminadamente como guaco devido à sua grande semelhança morfológica, medicinal e química, no entanto trata-se de espécies completamente distintas! Vamos conhecer mais sobre essa poderosa erva medicinal?

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Conhecendo o Guaco

A espécie Mikania glomerata pertence à família botânica Asteraceae a mesma do girassol, da flor-de-pincel, margaridas e dente-de-leão. Trata-se de uma família riquíssima em exemplares com grande biodiversidade!

Para a sua identificação, é possível notar que:

  • é uma trepadeira, sub-lenhosa, isto é, tem partes verdes e partes com aspectos de madeira,
  • de grande porte,
  • folhas de aspecto triangular (deltoide).
  • Caule cilíndrico, muito ramificado, sem pêlos,
  • quando seco apresenta aspecto fibroso e estriado longitudinalmente.
  • Ainda jovem a planta é verde-clara, passando a arroxeada e por fim cinza com aspecto de tronco.

Problemas no consumo do Guaco

Como é uma espécie de comprovada atividade medicinal, foi incluída na Farmacopéia brasileira em 1929, ou seja, uma das primeiras plantas medicinais a serem catalogadas no compêndio, devido seus atributos farmacológicos e benefícios de vulto no uso.

Porém, como algumas espécies do gênero são muito similares, ocorre muita adulteração da matéria-prima no mercado fitoterápico.

O mais adequado e seguro é o próprio interessado coletar a planta e utilizar suas folhas, visto que é a parte com maior concentração de substâncias medicinais, para suas infusões e chás, ou buscar em um laboratório de confiança os fitofármacos a base de guaco.

Sugere-se atenção na compra desta espécie devido estas ocorrências!

Propriedades medicinais e farmacológicas do Guaco

São comprovadas cientificamente as diversas atividades biológicas da espécie Mikania glomerata como:

  • Broncodilatadora
  • Anti-inflamatória
  • Ameniza tosses
  • Antidiarreica
  • Antialérgica
  • Analgésica
  • Entre outras atividades medicinais!

Todavia, o principal uso do Guaco é para casos de asma e bronquite, pois ela tem uma excelente capacidade broncodilatadora, devido à presença de substâncias denominadas cumarinas que atuam diretamente nos canais de cálcio da musculatura lisa dos pulmões, acarretando o relaxamento quase imediato e, em consequência, aliviando os sintomas!

Como usar o Guaco?

O uso se dá através de infusões bebíveis, na concentração de 1 colher de chá para 100 mL de água de folhas secas trituradas da espécie (atenção ao local que forem comprar!!!)

E poderá ser utilizado em diversos casos sintomatológicos, conforme a descrição supracitada das suas características medicinais!

Aproveitem bastante o poder medicinal desta planta fabulosa!!!

Contraindicações de uso

Apesar de ser uma planta completamente segura para uso, devido aos diversos estudos científicos, é contraindicado que mulheres grávidas e crianças com até 1 ano de idade utilizem o guaco.

Isto porque a substância varfarina, que é uma pequena modificação na estrutura química da cumarina, é um anticoagulante poderoso que atua como inibidor da vitamina K no organismo humano, por isto, não se recomenda o uso nos casos citados!

Além disso, outras substâncias do Guaco desencadeiam interação medicamentosa com alguns grupos de antibióticos como tetraciclinas, penicilina, cloranfenicol, vancomicina e gentamicina. Portanto, caso esteja ingerindo esta classe de medicamento, não faça uso do chá de guaco!

Dicas de cultivo em casa

A espécie em questão é muito adaptada em solo e clima brasileiro, portanto é possível cultivá-la na sua própria residência!

  • Adquira uma muda com ao menos dois a três nós, pegue um pequeno vaso, no fundo coloque pedras, podendo ser aquelas de obra, ou fragmentos de rochas apenas para que não haja erosão do solo pelos buracos do fundo do recipiente.
  • Após preencha de terra, de preferência arenosa e rica em matéria orgânica.
  • Acomode o exemplar, regue diariamente e deixe-a tomando sol pleno, luz direta.
  • Em uma semana enraizará.
  • Como o guaco é uma trepadeira, é necessário colocar um apoio para que ela cresça de forma segura, pode ser uma estaca no próprio vaso, que deverá ser trocado para um maior, quando as folhas e o exemplar crescerem!
  • Após isto, o indivíduo já estará bem adaptado ao novo local, basta as regas diárias, mantendo o solo sempre úmido, após 3 meses enriqueça a terra com húmus de minhoca.
  • Com o crescimento exacerbado faz necessário a mudança do vegetal para vasos maiores ou o plantio em solo com maior profundidade, nunca esquecendo da colocação de estruturas para que o exemplar possa crescer seguindo sua natureza e hábito de trepadeira!
  • É bem resistente ao sol, no entanto melhor que seja parcial, visto que seu solo precisa estar sempre úmido, portanto, exposição extrema a luz solar poderá levar o indivíduo à morte!
  • Após o bom estabelecimento, a coleta poderá ocorrer, sempre removendo as folhas mais bonitas, sem marcas, manchas ou danificadas.

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Rubens Carvalho

Rubens Diego, natural do Rio de Janeiro, Biólogo, professor, amante da natureza, trilheiro de coração! Apreciador da sutileza do Reino Vegetal, possui experiência no trabalho com plantas medicinais, estuda as substâncias químicas produzidas por elas e avalia as possíveis bioatividades destas, isto é, sua capacidade curativa! Ama escrever ou falar sobre os vegetais, pois pensa que eles precisam de um porta voz!


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