Cães e gatos: por uma vida mais saudável, comida caseira ou ração?


Você já parou para pensar nas inúmeras recomendações que nós, humanos, temos em relação à alimentação? E se tivéssemos, assim como os nossos animais de estimação, uma ração industrializada balanceada, será que esta seria a escolha mais saudável?

Foi pensando nisso que alguns donos de pets trocaram a ração por uma comida caseira. A tendência cresce junto com o movimento “antirração”. Carnes, de preferência com ossos e cruas, vísceras e alguns legumes para simular a vida selvagem, fazem parte da dieta que cada vez mais pessoas oferecem à cães e gatos.

A maioria das dietas são carnívoras, crua e, em alguns casos, pode contar com restrições e ou adições de nutrientes ou alimentos específicos. Há a opção de comida cozida para animais de estimação com a dentição comprometida, ou com problemas de obesidade, cujas porções são medidas com rigor na balança digital para o controle do peso.

O movimento foi capitaneado por dois sites que divulgam as obras de estrangeiros adeptos à chamada veterinária integrativa, como os americanos Karen Becker e Marty Goldstein, autor do livro “The Nature of Animal Healing”. Em seu livro, Goldstein incentiva o uso de medicina convencional combinada com uso de terapias alternativas e complementares para a cura de doenças, e, realça a importância de uma dieta saudável e a pratica de exercícios físicos.

No Brasil, o principal divulgador desta dieta é o site Cachorro Verde, o site foi criado em 2008 com a intenção de dividir com os amigos de Sylvia Angélico, Médica Veterinária e Jornalista, a experiência de substituir a ração de seus pets pela dieta caseira crua com ossos. Atualmente o site recebe 200 mil visitas mensais.

E por que optar pela alimentação natural?

A oferta de dietas industrialmente processada, de fórmula fixa, secas e a base de grãos (milho, soja, trigo) passam por cima de todo aperfeiçoamento evolutivo das espécies e se diferem muito da dieta ancestral canina e felina (naturalmente úmida, variada e pobre em carboidratos, predominantemente carnívora).

Enquanto as rações secas contêm 10% de umidade, uma dieta caseira apresenta 70%, estudos recentes demonstraram que alimentos úmido são melhor digeridos, mesmo que o animal beba bastante água depois de comer a ração. Além de utilizar conservantes e aditivos que podem causar alergias e outras doenças, as rações são transgênicas – muitas rações contem soja e milho, que tem a maior parte de sua hoje no Brasil – e potencialmente prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Do ponto de vista das associações e de especialistas ligados às universidades, a ração ainda é a melhor escolha para os pets, exceto no caso de dietas terapêuticas, quando o animal doente precisa de adaptações não existentes no mercado. Especialistas dizem, porém, que são necessários estudos que comparem as duas dietas. “Cabe à ciência se debruçar sobre essa questão”, diz Marco Antônio Ciampi, presidente da Associação Humanitária de Proteção e Bem Estar Animal. A veterinária Sylvia Angélico, do site Cachorro Verde, diz que sempre enfrentou resistência à alimentação natural, mas continua firme. “A alimentação natural bem-feita é mais saudável”, conta. Mas afirma que entre uma alimentação natural malfeita e a ração é preferível a ração, e ressalta a importância de consultar um veterinário para avaliar e entender as necessidades do seu pet antes de aderir a dieta natural.

Apesar do que prega a campanha anti-dietas caseiras, é bom lembrar que se “nós somos o que comemos” com nossos pets não é diferente. Se os nutricionistas nos alertam a maneirar em alimentos prontos e nos educam a preferir comida fresca, variada e preparada em casa, porque consideramos saudável agir de forma oposta em relação à alimentação dos nossos cães e gatos?

Fonte fotos: freeimages.com




Redação greenMe

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