Mito ou verdade: cães pequenos vivem mais que cães grandes?


Vamos logo dar spoiler pois um estudo recente revelou que cães de grande porte tendem a viver menos que cães pequenos, salvo algumas exceções.

© jcomp/FreePik

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A crença comum de que raças menores tendem a viver mais e de maneira mais saudável ganha respaldo em um recente estudo conduzido por biólogos, veterinários e estatísticos de sete instituições americanas.

Fundadora da rede brasileira Pet Care, a veterinária Carla Alice Berl, destacou à BBC Brasil a diferença na expectativa de vida entre raças de grande e pequeno porte, alertando os donos sobre os cuidados necessários.

O estudo, intitulado Dog size and patterns of disease history across the canine age spectrum: Results from the Dog Aging Project concluiu que o porte do cão impacta significativamente sua expectativa de vida.

Por que os cães grandes morrem mais cedo?

Porque as doenças com maior risco de óbito são mais predominantes em cachorros de maior porte. Os cães grandes são propensos a uma variedade de doenças, incluindo ósseas, gastrointestinais, infecciosas, endócrinas, neurológicas, cânceres e problemas nas vias respiratórias. Já os cães menores, com menos de 10 kg, têm maior probabilidade de apresentar problemas oculares, cardíacos, respiratórios e relacionados ao pâncreas.

Apesar da pesquisa não abordar razões biológicas para a disparidade na expectativa de vida entre cães grandes e pequenos, a veterinária Carla Alice Berl destaca a importância do peso como determinante. Ela sugere que os tutores controlem a alimentação e o peso dos animais, mantendo-os 15% abaixo do peso médio da raça.

O problema da seleção artificial

A bióloga Frietson Galis, que também explorou a relação entre tamanho e expectativa de vida canina, destaca a seleção artificial por humanos ao longo dos séculos como um fator significativo. A rápida seleção por cães maiores resultou em crescimento acelerado e, consequentemente, em doenças como cânceres.

Mas é só isso. Na verdade, todas as raças têm suas predisposições genéticas às doenças, justamente devido à seleção artificial provocada pelo homem. Um exemplo perfeito são os cães braquicefálicos, dos quais já falamos aqui várias vezes. Raças como pugs e budogues franceses, apesar do pequeno porte, apresentam muitos problemas de saúde. Seria necessário mesmo parar de comprar essas raças e de reproduzi-las.

Como aumentar então a expectativa de vida dos grandes cães?

Para aumentar a expectativa de vida dos cães, especialistas recomendam não apenas controlar o peso, mas também vacinar, cuidar da saúde oral, proteger contra carrapatos e manter uma rotina de exercícios físicos. Seguindo essas precauções, os tutores podem contribuir significativamente para a saúde e longevidade de seus fiéis amigos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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