Líderes indígenas vão ao Reino Unido pedir apoio ao primeiro-ministro Boris Johnson


A sucessão de eventos que vem ameaçando a autonomia e as vidas dos povos indígenas brasileiros desde que o atual governo tomou posse, em 2019, vem exigindo de suas lideranças ações para conquistar apoio internacional.

Várias lideranças indígenas, no ano passado, estiveram na Europa em encontros com líderes políticos para expor o que está acontecendo no Brasil em relação ao meio ambiente e a situação dos indígenas brasileiros.

Desta vez, os representantes dos povos amazônicos foram até o Reino Unido para pedir o apoio do governo do primeiro-ministro, Boris Johnson.

O que os indígenas pedem

Os líderes indígenas da Amazônia entregam a Johnson uma carta na qual pedem a ele que “fique do nosso lado na defesa da Amazônia para o benefício de toda a humanidade”, informa a Survival Brasil.

Davi Yanomami, conhecido como o “Dalai Lama da Floresta”, junto com o seu filho Dário Yanomami, o líder Kayapó Raoni Metuktire, Megaron Txucarramãe e Bepro Metuktire apelaram ao primeiro-ministro britânico para

“que garanta que nenhuma quantidade de ouro, outros minerais ou produtos agrícolas de nossas terras cheguem ao Reino Unido.”

O objetivo do encontro é conquistar mais apoio para conter os ataques do governo de Jair Bolsonaro, como entregar as terras indígenas amazônicas para a exploração de mineradoras. Os povos indígenas estão buscando chamar a atenção das sociedades internacionais para a causa da Amazônica não apenas como uma luta própria, mas de toda a humanidade em defesa da vida do planeta.

Um dos pontos abordados na carta entregue a Johnson é que o Reino Unido atue na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26) que ocorrerá em novembro, na Escócia,

“para colocar os povos indígenas no centro do debate e reconhecer o nosso papel fundamental na proteção de algumas das regiões mais biodiversas e ameaçadas do mundo, para o bem da humanidade.”

Que Boris Johnson ouça o clamor das lideranças indígenas! Quando os incêndios florestais atingiram a Amazônia, no ano passado, o primeiro-ministro mostrou-se sensível com a questão chamando-a de “crise internacional“. À época, ele se colocou disponível para ajudar a conter as queimadas que assolaram a região amazônica.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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