Fiéis mergulham em nuvem de poluição no rio Yamuna, Nova Déli


Uma estranha espuma invadiu o rio Yamuna, em Nova Déli, na Índia, nos últimos dias.

No último fim de semana, comemorou-se na cidade o festival hindu de Chhath Puja. Apesar da espuma, milhares de devotos entraram na água do rio para dedicar orações ao Sol e à sua companheira Chhathi Maiya (Ushas, deusa védica do amanhecer, e Pratyusha, deusa do crepúsculo).

O problema é que a tal espuma é tóxica. Os fiéis estavam até os joelhos banhados pela espuma tóxica enquanto faziam as suas orações.

A espuma tóxica é proveniente da poluição que vem afetando a Índia. De acordo com o India Tv News, 41% dos habitantes da capital Déli sofrem de toxicidade grave por metais pesados. Uma pesquisa realizada pela Daivam Wellness, metais como alumínio, mercúrio, chumbo, arsênico, cádmio são os metais mais comumente encontrados em pacientes.

Entre selfies e cliques é possível ver, para além da fé dos devotos, um desastre ambiental provocado por indústrias que contaminam os rios indianos.

Poluição severa: voos cancelados por falta de visibilidade

Cerca de 21 milhões de pessoas habitam Nova Déli. Elas estão sendo afetadas por uma onda de poluição que faz a capital indiana parecer uma câmara de gás. De acordo com o G1, o ministro-chefe da cidade, Arvind Kejriwal, declarou emergência de saúde pública na cidade. Cerca de 30 voos foram desviados do aeroporto de Déli em consequência dessa nuvem tóxica.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o índice de 25 partículas tolerável para a saúde humana. Em Déli já se chegou a 900 em algumas regiões.

O ministro alega que:

“A crise da poluição do ar é uma tradição anual em Déli nesta época, devido a uma mistura tóxica de fumaça de fogos de artifício, a queima de palha por agricultores nas regiões vizinhas de Punjab e Haryana, e uma mudança na temperatura, que ficou mais fria e, assim, bloqueou a fumaça”.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diz que é inaceitável que ainda existam tantas pessoas respirando fumaça por usarem fogões e combustíveis poluentes.

Em Déli, a poluição do ar provoca 24% de mortes por doenças cardiovasculares, 25% por acidente vascular cerebral, 43% por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e 29% associadas ao câncer do pulmão.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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