269 golfinhos presos no Japão à espera de serem vendidos


Um verdadeiro cárcere no Japão aprisiona inocentes e amadas criaturas. Na prisão que fica na baía de Moriura, em Taiji, 269 golfinhos estão esperando compradores que os levem para um outro tipo de prisão: a dos parques aquáticos.

A maior prisão de golfinhos do mundo

As celas são formadas por minúsculas estruturas flutuantes no mar, como se os inteligentes cetáceos estivessem pagando uma pena.

A odiosa prisão resulta da temporada de caça que ocorre todos os anos em Taiji, a “baía da morte”, entre setembro e março. Nesse massacre sangrento, onde muitos cetáceos são assassinados com requintes de crueldade, os sobreviventes acabam tendo uma sina ainda pior.

Deixados sozinhos sem seus companheiros, quando sabemos que são mamíferos inteligentes e sociais, a liberdade dos inocentes golfinhos é violentamente retirada por um simples motivo: a  ganância humana, afinal, cada espécime vivo vale centenas de milhares de dólares.

Os inocentes encarcerados retirados da natureza, ficam ali em suas celas esperando que treinadores de parques aquáticos venham comprá-los. Do cárcere receberão ordens para viver em piscinas à espera de aplausos de um público ignorante ou sádico.

É preciso saber tudo o que há por trás das coisas para não sermos coniventes nem patrocinadores de crueldades.

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Contagem meticulosa

Durante a longa temporada de 6 meses de caça aos golfinhos, 46 ativistas japoneses da organização Dolphin Project (protagonista do filme The Cove) e da associação japonesa de direitos animais Life Investigation Agency (LIA) documentaram o massacre e fizeram foi uma contagem meticulosa do número e das espécies de golfinhos que foram confinados.

Conforme denunciam, 269 golfinhos pertencentes a 9 espécies distintas estão presos, mas o número de golfinhos capturados deve ser ainda maior pois pelo menos 25 golfinhos estão desaparecidos, que possivelmente morreram ou escaparam.

Uma prisão espetacular

Como se não bastassem o cruel massacre de cetáceos e a prisão dos sobreviventes que são vendidos para aquários e parques marinhos do mundo inteiro, nos últimos anos, Taiji vem aumentando seu estoque de golfinhos.

Existe um projeto local para a criação de um parque temático aquático onde os visitantes possam remar, andar de canoa, nadar e alimentar os golfinhos em cativeiro. Um de seus objetivos é criar e cruzar entre espécies, criando mamíferos incomuns e raros, como golfinhos albinos ou leucísticos, ou espécies híbridas, para máxima lucratividade.

Esperança

“Embora Taiji seja o maior centro do mundo para o comércio de golfinhos vivos, não há dúvida de que a indústria tende a diminuir à medida que a captura, venda e criação de animais selvagens se torna cada vez mais proibida em todo o mundo. A porcentagem de dias em que os caçadores de golfinhos não conseguiram capturar nenhum golfinho foi de 64% na temporada 2020/21, mas nesta temporada (2021/22) foi de 69%, um aumento de 4%. O Dolphin Project compila o número de golfinhos capturados a cada ano, e o número está diminuindo ano a ano, possivelmente como resultado de décadas de práticas de caça de matar populações inteiras. A cidade precisa se livrar de suas práticas cruéis o mais rápido possível”, diz Ren Yabuki, o diretor de campanha LIA.

Quem quiser se aprofundar sobre esse tema pode assistir ao filme The Cove, vencedor do Oscar de melhor documentário em 2010.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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