Aranha comendo cobra: cientistas brasileiros fazem primeiro e raríssimo registro


A natureza é sábia. Ao estudarmos a cadeia alimentar, entendemos como faz sentido a alimentação dos animais. Por exemplo, é comum que cobras comam certos animais, como ratos, mas nunca se havia registrado que uma aranha tivesse comido uma cobra de 40 cm de comprimento!

Mas isso aconteceu e foi registrado por cientistas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Esse fato inédito no mundo animal foi provocado por uma tarântula, que devorou uma cobra de quase 40 centímetros.

O registro foi feito por estudantes que estavam fazendo um trabalho de campo na Serra do Caverá, em Rosário do Sul (RS), conhecida por ser um habitat de várias espécies de tarântulas, em especial fêmeas sedentárias.

Como tudo aconteceu?

O estudo, que foi publicado no site Herpetology Notes, relata que uma cobra não venenosa, medindo 39,6 centímetros, pertencente à espécie Erythrolamprus almadensis, estava escondida embaixo de uma rocha. Os estudantes a encontraram dilacerada. A ação foi cometida por uma tarântula da espécie Grammostola quirogai.

Leandro Malta Borges, um dos autores do estudo, disse ao site Live Science que: “A predação de uma cobra tão grande em relação ao tamanho da aranha foi extremamente surpreendente para nós”.

Um caso muito raro!

É comum que tarântulas se alimentem de outras aranhas, além de insetos, pequenos répteis, mamíferos, pássaros e anfíbios. Mas, provavelmente, de acordo com Borges, essa cobra deu um baita azar, já que ela parece ter entrado na toca da tarântula em busca de abrigo, e acabou sendo dilacerada. Ainda não se sabe como a aranha matou a cobra, se com as suas garras de 0,8 centímetro ou com o seu veneno.

Já em 1926, cientistas brasileiros já sabiam que tarântulas cativas às vezes comiam serpentes. A novidade desse episódio é que esta é a primeira vez que tarântula come uma cobra no meio da natureza. “É muito gratificante contribuir para esse registro, pois, até onde sabemos, só existem casos documentados de situações em cativeiro”, comenta Borges.

Certamente, há uma explicação natural para o fenômeno, que ainda não está totalmente explicado. É fascinante conhecer como a natureza se organiza, não é mesmo?!

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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