Eurythenes plasticus, a nova espécie descoberta nas profundezas do oceano, cujo nome esconde uma triste verdade


Pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, descobriram na Fossa das Marianas no Oceano Pacífico, uma nova espécie de crustáceo que foi denominada de Eurythenes plasticusporque, quando descoberta, já estava contaminada pelo plástico.

Essa espécie vive nas profundezas do oceano, em áreas bem remotas da Terra mas que, nem por isso estão livres da contaminação por plástico.

Isso mesmo, até lugares inimagináveis estão sendo poluídos por este material que, de revolucionário, se transformou em praga ambiental.

Para se ter uma ideia, a investigação científica detectou que esses crustáceos foram contaminados por resíduos químicos de plástico como o polietileno tereftalato (PET), uma substância amplamente usada em garrafas d’água e em materiais esportivos.

Essa descoberta se deu através de uma pesquisa apoiada pelo WWF e publicada na revista cientifica Zootaxa,

Com isso, ficou claro que o plástico está agora em todo lugar, tanto na superfície, como nas regiões mais abissais do nosso planeta!

Não foi à toa que essa nova espécie recebeu o nome de Eurythenes plasticus. Trata-se de uma forma de chamar a atenção para os danos que o lixo plástico vem causando ao meio ambiente.

Um dos envolvidos nesse estudo, o pesquisador da Universidade de Newcastle, Alan J. Jamieson,  esclareceu que o nome foi dado para sublinhar a importância de agir imediatamente para impedir essa “invasão” de resíduos plástico que não poupa nada nem ninguém.

De acordo com essa pesquisa, nem todos os indivíduos da nova espécie contêm plástico, mas se a humanidade continuar nesse ritmo, o pior poderá acontecer.

Por isso, o WWF está trabalhando com a finalidade de nos unirmos para combater a poluição marinha pelo lixo plástico e, também, lançou uma petição online para acabar com esta ameaça. Para assinar clique ->AQUI.

Infelizmente, nosso país é um dos grandes responsáveis por isso já que, segundo levantamento realizado pelo WWF, utilizando números do Banco Mundial com base na análise de 200 países em relação ao plástico, o Brasil é 4º país do mundo que mais gera lixo plástico!

E aí vem a pergunta que não quer calar: e a reciclagem? Reciclagem não é a solução: uma porque o processo de reciclar implica sempre em produção de CO2, outra porque apenas 9% do plástico no mundo é reciclado, e por mais que todo plástico fosse reciclável, ele teria sempre um tempo secular de decomposição no meio ambiente.

O plástico no ambiente vira lixo e material poluente, se transforma em resíduos que vão se fragmentando em microplásticos e nanoplásticos e acabam sendo ingeridos por animais marinhos, como este crustáceo recém-descoberto. Este, por sua vez, é ingerido por animais marinhos maiores e, pela cadeia alimentar, o plástico vai parar no organismo do homem. Veganos inclusos pois o microplástico está também no sal de cozinha (porque marinho).

Tudo isso se converte em um verdadeiro desastre ambiental que precisa urgentemente  ser controlado, antes que seja tarde demais!

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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