Vaca-loura, o maior escaravelho da Europa, é perigoso?


Vaca-loura é um inseto que pode ter uma aparência assustadora, mas que tem papel vital para a biodiversidade. Conheça esse animal para respeitá-lo.

Para quem nunca viu ou ouviu falar no inseto vaca-loura, este conteúdo vem apresentá-lo e mostrar que apesar da sua aparência assustadora, ele é um ser inofensivo, muito necessário e útil para a natureza.

Porém, devido à devastação das florestas (seu habitat) esta espécie vem diminuindo cada vez mais e está entrando em risco de extinção! Há também quem a capture para usá-la como decoração, o que coloca em risco a sua reprodução e preservação.

Se este inseto deixar de existir, as florestas irão diminuir mais ainda, pois ele contribui para a manutenção da biodiversidade, já que na época da reprodução dessa espécie, as larvas alimentam-se de madeira em decomposição, contribuindo para a produção de húmus rico em nutrientes para o solo.

Quando adultos, estes insetos se alimentam da seiva das árvores e de frutos maduros, ajudando com isso na propagação de nova vegetação.

Vaca-loura é um escaravelho?

Sim, a vaca-loura é um escaravelho da família Lucanidae. É inclusive o maior escaravelho da Europa.

Os machos possuem mandíbulas enormes que se assemelham a chifres e lhes servem para lutar contra machos rivais.

Este inseto é típico da Europa e, em Portugal inclusive, é visto como símbolo das florestas nativas desse país.

Também, pode ser encontrado no sudeste da Ásia.

Nome científico e nomes populares

A vaca-loura, cujo nome científico é Lucanus cervus, também é conhecido por outros nomes populares como:

  • escaravelho-veado
  • besouro-alicate
  • besouro-pinça
  • abadejo
  • cabra-loura

Características

Os machos e as fêmeas dessa espécie têm tamanhos e formas diferentes, pois os  machos são mais chamativos e maiores. As fêmeas podem medir entre três e cinco centímetros de comprimento, já os machos chegam até nove ou 10 centímetros.

No que concerne ao aspecto físico, a vaca-loura tem cor escura com áreas avermelhadas, tem três pares de patas, uma cabeça pequena e um tórax grande.

Reprodução

Após o acasalamento, as fêmeas colocam seus ovos nas cascas das árvores caídas ou na madeira em decomposição, onde os ovos eclodem depois de cerca de duas ou quatro semanas.

As larvas se alimentam e se desenvolvem na árvore em um período que pode abranger de um a cinco anos, para depois passarem à fase adulta durante o outono.

A vaca-louca adulta vive de um a quatro meses.

Comportamento

Estes insetos são mais ativos durante o entardecer, embora seja frequente encontrá-los a qualquer momento do dia em áreas arborizadas, sobretudo em florestas onde existem carvalhos, árvore preferida dessa espécie.

Os machos usam suas grandes mandíbulas para combater os adversários em disputas pela fêmea, na época do acasalamento.

Comumente, os machos se enfrentam nos galhos da árvores, e as lutas terminam quando um deles cai no chão.

Habitat

É raro encontrar vaca-loura em áreas urbanas, pois eles necessitam de habitats arborizados, por isso, a manutenção das florestas é muito importante para a preservação dessa espécie.

Nesse contexto,  a devastação das florestas e a urbanização estão fazendo com que o habitat preferido da vaca-loura esteja desaparecendo.

Projeto de proteção à vaca-louca em Portugal

Em Portugal, onde essa espécie é encontrada em grande incidência e é um ícone das florestas desse país, foi criado uma iniciativa de proteção a esse inseto, que é o Projeto Vacaloura.

Essa iniciativa tem como foco a aquisição e transmissão de informações sobre a vaca-loura para monitoração e preservação dessa espécie.

A vaca-loura é perigosa?

Como ensina a bióloga Milene Matos, da Universidade de Aveiro, Portugal, para o site da RTP, apesar de assustador e parecer agressivo por causa de suas grandes mandíbulas, o vaca–loura é inofensivo, mas sabe se defender. Por isso, não o provoque!

Respeite

Para quem mora em regiões onde vive a vaca-loura ou, até outros tipos de insetos similares, como o besouro e a joaninha encontrados no Brasil, fica o alerta SOS: caso vir esses insetos, deixe-os viver! Apenas os espante ou desloque-os em segurança para a área de vegetação.

Atitudes como estas, nos torna guardiões da natureza!

Saiba mais no vídeo abaixo com Gonçalo Soutinho, especialista neste inseto.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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