Nestlé explora água em Minas Gerais sob suspeitas da sociedade


A suíça Nestlé, gigante do ramo de alimentos, que já foi noticiada como uma empresa envolvida em denúncias sobre a prática de exploração de trabalho infantil na colheita de cacau; agora é pivô de um novo caso polêmico: a forma através da qual tem explorado o parque de São Lourenço, localizado no estado de Minas Gerais.

Este belo ponto turístico – ao menos até o momento – reúne uma área de cerca ce 430 mil metros quadrados, com uma natureza belíssima, com jardins planejados, em requintado projeto paisagístico.

Entretanto, sua maior riqueza é o que está oculto em seu subsolo: são nove fontes de água mineral, que impressionam pela raridade, isto é, o visitante pode conhecer águas com composições especiais, formadas ao longo de centenas de anos, como uma espécie de presente da natureza, para uso da humanidade. As fontes vão desde magnesiana e alcalina, passando por sulfurosa, ferruginosa e até mesmo carbogasosa. São conhecidas mundialmente por suas incríveis propriedades medicinais – há, no local, inclusive, uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios a quem, segundo fiéis seguidores da Igreja Católica, pode ser atribuídos milagres de cura. Os apreciadores do parque dizem que o sabor das águas do local é realmente único.

Agora, essas pessoas estão em pé de guerra com a Nestlé, desde que a empresa comprou a Perrier e passou a extrair águas das fontes de São Lourenço, para engarrafar e comercializar. Isso tem gerado, segundo relatos, sérios danos ambientais, porque a exploração feita desses recursos hídricos não tem primado pela sustentabilidade, ou seja, a consequência é que há fontes secando, como é o caso da magnesiana.

Outro dado que tem causado a críticas de ambientalistas e revolta de moradores da região é a contrapartida dada pela Nestlé aos cofres públicos brasileiros: a cada 1 litro de água que é extraído, a corporação paga R$ 0,01 a título de contrapartida para o governo municipal. Desse modo, não é difícil concluir que o quadro é bem vantajoso à multinacional – e prejudicial ao meio ambiente e às pessoas. Uma associação, chamada Amar’Água, a fim de tentar reverter o processo de exploração predatória deu entrada com um pedido, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan –, solicitando o tombamento imediato do parque, a título de ‘recurso hídrico diferenciado’. O prefeito de São Lourenço, José Sacido Barcia Neto, é contra qualquer espécie de tombamento, pois alega que isso irá engessar todo o processo de fiscalização e negociação junto à Nestlé; mas, por outro lado, é favorável a que não haja construções nos jardins do local.

A empresa alega explorar menos da metade da água determinada pelo DNPM – realizada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral. Entretanto, há forte desconfiança sobre a efetividade da fiscalização. Estudos detalhados são urgentes, segundo especialistas, a fim de verificar se a Nestlé tem, de fato, agido de forma sustentável.

A contenda, pelo visto, ainda vai longe. Entretanto, vamos acompanhar e cobrar das autoridades e das corporações mais respeito pelos nossos recursos naturais.

Fonte foto: wikipedia.org




Redação greenMe

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