Glifosato na cerveja e no vinho, o cancerígeno pesticida da Roundup em todo lugar


Cervejas e vinhos com glifosato não são novidade no mundo e estudos atuais confirmam que a prática continua. As famosas bebidas consumidas em todo o mundo, contêm vestígios do pesticida Roundup da Monsanto, acusados ​​de serem potencialmente cancerígenos.

Na expectativa de estudos independentes que se preocupem com a saúde dos cidadãos, e não com os interesses dos grupos, continuam as pesquisas que analisam vários alimentos para entender o que realmente ingerimos todos os dias.

Não podemos viver com medo de que tudo prejudique a nossa saúde, mas ser informado é importante, porque apenas nossas escolhas conscientes podem mudar a situação, afinal a tendência do mercado é ditada por nós, consumidores.

Vestígios de glifosato foram encontrados em 20 cervejas e vinhos que encontramos todos os dias à mesa. O estudo que encontrou o herbicida em 19 das 20 marcas de vinho e cerveja testadas, foi conduzido pelo grupo US PIRG.

A publicação deste estudo coincide com o início do primeiro julgamento federal contra Monsanto e Bayer, que está investigando a correlação entre o glifosato e o surgimento do câncer.

“Este produto químico pode ser um risco real para a saúde de muitos americanos, e é importante que todos saibam que ele está presente em muitas de suas bebidas favoritas”, diz Kara Cook-Schultz, autora do estudo e diretora do US PIRG Toxic.

As marcas de cerveja e de vinho com glifosato

No estudo, a bebida com a maior concentração de glifosato foi a Sutter Home Merlot, contendo 51,4 partes da substância por bilhão (ppb).

Marcas famosas de cerveja como Coors Light, Miller Lite e Budweiser tiveram uma concentração acima de 25 ppb.

Os resultados completos do estudo, desde a maior concentração de glifosato até a menor concentração em ppb, foram:

Vinhos com glifosato

1. Sutter Home Merlot: 51,4 ppb

2. Beringer Founders Estates Moscato: 42,6 ppb

3. Cabernet Sauvignon: 36,3 ppb

4. Inkarri Malbec, certificado orgânico: 5,3 ppb

5. Frey Organic White White: 4 8 ppb

Cervejas com glifosato

1. Birra Tsingtao: 49,7 ppb

2. Coors Light: 31,1 ppb

3. Miller Lite: 29,8 ppb

4. Budweiser: 27.0 ppb

5. Corona Extra: 25,1 ppb

6. Heineken: 20,9 ppb

7. Guinness: 20,3 ppb

8. Stella Artois: 18,7 ppb

9. Ace Perry Hard Cider: 14,5 ppb

10. Sierra Nevada Pale Ale: 11,8 ppb

11. New Belgium Fat Tire Amber Ale: 11.2 ppb

12. Sam Adams New England IPA: 11.0 ppb

13. Stella Artois Cidre: 9.1 ppb

14. Lager organic di Samuel Smith: 5,7 ppb

A única bebida testada que não conteve glifosato foi a IPA Peak Beer Organic.

Segundo a Bayer, os dados estariam abaixo dos limites de segurança estabelecidos pela EPA. No entanto, os autores do estudo dizem que o fato de os níveis de glifosato serem inferiores aos estabelecidos pela Epa não significa que não haja repercussões na saúde.

“Níveis baixos de glifosato também podem ser problemáticos”.

De acordo com os cientistas, apenas um trilhão de partes do glifosato tem o potencial de estimular o crescimento de células cancerígenas da mama e atrapalhar o sistema endócrino.

Mais recentemente, um estudo publicado em fevereiro descobriu que pessoas expostas ao glifosato tinham 41% mais chances de desenvolver linfoma de Hodgkin.

“Por causa dos muitos riscos à saúde e sua natureza onipresente em nossa comida, água e álcool, o uso de glifosato nos Estados Unidos deveria ser banido até que se prove que é seguro”.

Glifosato, sempre ele

Não é de hoje que bebidas como o vinho e até mesmo a tão desejada cerveja alemã, apresentam glifosato em sua composição.

Pesquisas mostraram que o glifosato tem aparecido em alimentos diretamente pulverizados e até em alimentos que não foram pulverizados, como produtos orgânicos. Trata-se do ingrediente ativo do herbicida Roundup da Monsanto, que é usado desde 1974. Tudo indica que o glifosato continuará sendo o herbicida mais amplamente aplicado no mundo nos próximos anos, e o interesse crescerá na quantificação dos impactos ecológicos e na saúde humana.

O vinho é feito a partir de uvas e estas plantas são pulverizadas pelo Roundup. Ele é usado em todas as culturas cultivadas convencionalmente em todo o mundo. O solo contaminado também pode reter esses produtos químicos por mais de 20 anos a partir de então. O glifosato entra na planta através de suas raízes, que são então absorvidas e incorporadas no DNA e no fluido celular da uva.

Outras bebidas alcoólicas, como a cerveja, também foram encontradas para conter o desagradável glifosato químico. Um relatório da Alemanha mostrou que 14 cervejas tiveram resultado positivo para o glifosato.

Gravidade da situação

A exposição ao glifosato em doses próximas à marca de 0,100 ppb destrói completamente as bactérias benéficas do intestino, e exposições mais altas do que isso podem causar câncer de mama, destruir células nervosas e danificar os rins e o fígado. Também pode causar abortos, uma vez que destrói a placenta em mulheres grávidas e férteis.

Como vimos, parece difícil fugir do glifosato. Ainda que os orgânicos também contenham traços do herbicida, ainda assim vale a pena preferir estes para incentivar a produção orgânica, local e de pequeno porte. Vamos continuar nossa luta por menos veneno à mesa e por mais bebidas e alimentos saudáveis, os mais naturais possíveis.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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