Compradores de soja têm obrigação de exigir cumprimento do Código Florestal


Os compradores da soja brasileira têm a obrigação de exigir o cumprimento do Código Florestal, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Espera-se com isso que o mercado comece a exigir critérios de cumprimento da lei florestal, como o Cadastro Ambiental Rural e os Programas de Regularização Ambiental.

O pesquisador do Ipam, Marcelo Stabile, diz que o estudo mostra que somente a moratória da soja não garante produção sustentável na Amazônia, pois, embora 80% da amostra cumpra com os critérios da moratória da soja, “2/3 dessa amostra não cumprem com a Lei Florestal“. É possível melhorar o cumprimento da lei florestal demandando dos compradores de soja e dos financiadores das plantações de soja que exijam o cumprimento da lei florestal“, diz Stabile.

Uma em parceria entre pesquisadores americanos e brasileiros apontou que a moratória da soja contribuiu com a redução nas taxas de desmatamento ligadas à produção de soja na região e teve maior eficácia na contenção do desmate do que as políticas públicas.

De acordo com Holly Gibbs, pesquisadora da Universidade de Wisconsin-MadisonGibbs envolvida nessa pesquisa, “apenas 115 de milhares de produtores violaram a Moratória da Soja desde 2006, mas acima de 600 deles violaram o Código Florestal“. Ela explica ainda que “dessa forma, o mesmo grupo de produtores é cinco vezes mais propenso a violar políticas governamentais do que acordos do setor privado.”

O Código Florestal estabelece que uma propriedade na floresta Amazônica seja desmatada em 20% de sua reserva. Entretanto, apenas 2% dos produtores de soja estavam mantendo a reserva e até produtores que respeitavam a moratória estavam desmatando ilegalmente suas propriedades para fins além do cultivo do grão.

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Fonte foto: classificadosagricolas




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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