Pimenta: os diversos tipos e todos os benefícios


Pimenta é o nome que damos à algumas plantas de uso culinário, que têm aroma, sabor e, principalmente, ardência, uma sensação subjetiva que depende da sensibilidade individual. Independente das razões científicas que justificam o uso das pimentas – conservação dos alimentos, produção de calor interno, mais digestibilidade, aumento dos sucos gástricos, etc – há razões culturais que nos fazem preferir os pratos picantes, ou seja, apimentados.

A ardência das pimentas diversas depende do seu conteúdo em piperina e capsaicina. Alguns novos estudos, como este da USP, pretendem descobrir como usar as pimentas (Piper nigrum) e a pimenta-rosa bastante parecida com as outras, para tratar pessoas que sofrem com o Mal de Alzheimer.

Pimentas preta, verde e branca

pimenta colores

Piper nigrum

Piper nigrum é o nome da árvore que produz as pimentas pretas, verdes e brancas muito usadas na culinária europeia, herança dos tempos das caravanas, quando os mercadores de especiarias traziam essa semente cheirosa, e cara, lá do sul da Índia, de onde é originária. Na sua região de origem, a pimenta já era usada, medicinalmente, pelos adeptos da Ayurveda para reduzir os doshas Vata e Kapha e aumentar o Pitta.

A pimenteira é uma árvore de grande porte, da família botânica das Piperaceae, planta de áreas tropicais cujas sementes são ricas no alcalóide piperina que tem ação benéfica na saúde humana na redução da produção de células adiposas, na maior digestabilidade por aumento da produção de sucos gástrico, pancreático e intestinal e, aumento da absorção de determinados nutrientes como vitamina C, selénio, beta-caroteno, vitamina A, vitamina B-6 e coenzima Q.

Outra ação da piperina é a “redução do efeito das substâncias químicas responsáveis pelas mutações no material genético das células” e o estímulo na produção de serotonina e dopamina, o que torna a pimenta um coadjuvante no tratamento dos processos depressivos.

Pimenta-preta

Frutos maduros da pimenta têm cor vermelho escuro – colhidas e processadas (ebulição e secagem ao sol) os tornam pretos, com forte aroma e muito picantes. Os melhores frutos são da Tailândia, Madagascar e Sri-lanka.

Pimenta-verde

São os frutos verdes da pimenteira, tratados com dióxido de enxofre (para que mantenham a cor). São usados em salmoura ou ao natural – a pimenta verde fresca é muito rara, tem um sabor especial, picante, fresco e frutado. Normalmente se encontra em salmoura, que suaviza sua ardência mantendo o aroma.

Pimenta-branca

É o fruto maduro da pimenteira descascado. O que resta é a semente que, depois de seca, é usada como condimento da mesma maneira que a pimenta-preta. Mantém o aroma e a ardência características da espécie.

Pimenta-rosa

Este é o fruto da aroeira – Schinus molle, de origem andina, ou da Schinus terebinthifolius, de origem brasileira, cujos frutos, bagas vermelhas, se usam como condimento, após serem secos e moídos. Tem sabor suave e é bastante aromática, trazendo frescura e certo dulçor aos pratos. É vastamente usada na culinária oriental tradicional.

Esta pimenta tem ação ação diurética e estomacal, é útil contra a dor de dente e dor menstrual. Esta semente é rica em resinas, taninos, glicose e gomas-resinas que têm também ação purgante e depurativa, por isso é usada em casos de gota e colesterol elevado. Seu óleo essencial tem ação medicinal muito interessante.

As pimentas latinas – pimentões ardidos

pimenta latinas

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Essas são as verdadeiras pimentas, para nós. São os frutos de diversas espécies do gênero Capsicum (C. anuum, C. baccatum, C. chinense e C. frutescens) e se incluem nestas o pimentão, a pimenta-vermelha, a dedo-de-moça, a malagueta, a caiena, a jalapenha e diversas outras usadas há séculos nas Américas e disseminadas, desde o século 16, pelo resto do mundo.

Somente 5 espécies de pimentas Capsicum já foram domesticadas porém, existem mais de 27 diferentes, nem todas são, porém, comestíveis (leia aqui algumas curiosidades sobre as Capsicum).

pimenta latinas 2

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pimenta tipos

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O ingrediente ativo das pimentas do gênero Capsicum é a capsaicina, que atua como estimulante do fluxo sanguíneo e como um tônico geral sendo indutor da produção de serotonina e dopamina, atuando como analgésico e anti-inflamatório natural e com ação bactericida muito eficaz.

As pimentas Capsicum são usadas, pelas medicinas populares, para regular a temperatura do corpo em casos de gripe, resfriados, febre, congestão e tosse e têm ação tópica, em emplastros e compressas, em casos de dores musculares e contusões.

As propriedades da capsaicina também permitem seu uso curativo na dissolução de coágulos sanguíneos, na redução do muco pulmonar (tem ação expectorante e descongestionante) e é potencialmente antioxidante.

Aparentemente, sua ação é direta sobre o sistema nervoso simpático, pela liberação aumentada das catecolaminas (noradrenalina e adrenalina), razão pela qual agem como tônico emocional melhorando o ânimo das pessoas deprimidas. Paralelamente a esta ação, ocorre a redução do apetite e necessidade de calorias, proteínas e gorduras nas refeições seguintes e, consequentemente, você emagrece se comer pimentas em suas refeições.

Graus de ardência

As pimentas Capsicum têm ardência característica que predomina em suas sementes, local onde mais se concentra a capsicina, que vão do grau 1 (suave e saborosa) ao 10 (fogo puro).

A pimenta-biquinho é a mais suave que nós temos. No mesmo nível de ardência se considera a caiena.

A pimenta-jalapenha, originária do México, é muito aromática e tem ardência média.

A dedo-de-moça é considerada suave e aromática.

A cambuci é doce e aromática e a pimenta-de-cheiro, pungente.

Cada tipo de pimenta está adequado ao povo que a usa – nós, brasileiros, usamos pimentas suaves a de média ardência já os centro-americanos gostam de pimentas mais fortes. Algumas variedades criadas têm ardência 10 como a tabasco, a malagueta e a savina-vermelha.

Como curativas, são reconhecidas as seguintes pimentas:

Savina-vermelha (ardência 10), que impede a coagulação do sangue, evita a trombose e alivia a congestão nasal.

Caiena (ardência 1) é reconhecidamente a mais benéfica para a saúde. Pode ser consumida em cápsulas – esta pimenta contêm “bioflavonóides, que ajudam na prevenção de alguns tipos de câncer e é rica em vitaminas A e C, além de possuir ferro, cálcio, caroteno, fibras, entre outras propriedades nutricionais. Além disso, por ser um alimento termogênico, ela acelera o metabolismo e aumenta a temperatura corporal. Na dieta, deve ser utilizada como alimento coadjuvante e a sugestão de uso é 3 g de pimenta caiena por dia como tempero de pratos quentes, peixes e saladas”.

Jalapenha (ardência 5) que estimula a circulação sanguínea no estômago, favorece a cicatrização de feridas (inclusive úlceras internas) e aumenta a resistência física.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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