Candidíase: mitos e verdades – tratamentos que funcionam e que NÃO funcionam


A candidíase é uma doença muito comum, principalmente nas mulheres, e existem diversas formas de tratá-la, inclusive de forma natural.

Porém, como toda alternativa natural, o que funciona para uns, pode não funcionar para outros.

Em contrapartida, medicamentos receitados para o tratamento da candidíase, podem funcionar durante um certo período, mas depois de um tempo a doença volta. Por que será que isso ocorre?

Vamos tentar sanar essa e outras dúvidas neste artigo.

Acompanhem:

O que é candidíase?

No corpo humano, existe um fungo chamado Candida albicans e, enquanto ele está sob controle, nenhum problema ocorrerá, mas quando nosso organismo está em desequilíbrio, esse fungo pode se transformar em uma doença chamada candidíase.

Embora seja mais comum em mulheres, a candidíase também pode aparecer nos homens e ela não se limita apenas à região genital, mas também em outras partes do corpo, como na boca por exemplo (conhecida como sapinho).

As causas da candidíase

As causas do desequilíbrio que faz com que a candidíase se desenvolva são diversas:

  • Estresse
  • Alta ingestão de açúcar
  • Quimioterapia
  • Traumas psicológicos e emocionais
  • Diarréia
  • Ingestão de antibióticos
  • Infecções virais
  • Gravidez
  • Relação sexual sem as devidas precauções (embora a candidíase não seja considerada um DST em sentido estrito)

Sintomas da candidíase

Os sintomas mais comuns da candidíase são:

  • coceira,
  • vermelhidão,
  • secreção esbranquiçada parecida com uma nata de leite,
  • odores,
  • feridas,
  • dores ao urinar,
  • dores nas relações sexuais, entre outros.

O que funciona no tratamento e o que não funciona?

Quando se trata de candidíase, surgem muitas dúvidas que devem ser sanadas com o médico especialista, mas mesmo assim existem mitos e especulações que até mesmo os médicos tradicionais não sabem dizer ao certo se são verdadeiras ou não.

Alguns especialistas no assunto expõem opiniões contrárias ao que a maioria das pessoas pensa, por exemplo:

  • A candidíase não aparece apenas em pessoas que estão com baixa imunidade. Essa afirmação é verdadeira porque essa doença ocorre quando há algum desequilíbrio, seja na flora intestinal, seja na região genital.
  • A candidíase no intestino é mais recorrente do que as infecções fúngicas na pele. A candida albicans se aproveita do desequilíbrio na flora intestinal para se desenvolver, a qual é responsável pela regulagem do sistema imunológico e da saúde digestiva. É por isso que quando passamos por situações de estresse ou após fazermos uso de antibióticos, ficamos mais propensos a desenvolver candidíase, pois essas duas situações desequilibram a nossa flora intestinal.
  • A candidíase não se desenvolve apenas em ambientes com o pH ácido. Nosso corpo possui regiões em que o pH é mais ácido, como por exemplo o estômago; e em que o pH é mais alcalino, como o intestino. Dizem que a candidíase se desenvolve em ambientes ácidos, mas pesquisadores afirmam que é no ambiente alcalino que os fungos se desenvolvem mais rapidamente. Por isso, recomenda-se uma dieta equilibrada, evitando carnes vermelhas e processadas.

Dicas para evitar a candidíase

  • Para equilibrar o pH do corpo, consuma bastante vegetais, bem como alimentos probióticos que ajudam a restaurar os micro-organismos que fortalecem o sistema imunológico.
  • Evite usar calças apertadas que abafam a região pélvica e fazem com que o fungo causador da candidíase se desenvolva devido às altas temperaturas.
  • Recomenda-se usar roupas íntimas de algodão, que permitem que a região fique sempre arejada.
  • No caso das mulheres, faça a troca de absorventes a cada 4 horas para evitar a proliferação de bactérias e fungos.
  • Evite ficar muito tempo com biquínis, sungas e roupas íntimas molhadas.
  • Evite secar a roupa íntima (calcinha, cueca) no banheiro por causa da umidade que favorece a proliferação de patógenos.
  • E que tal parar de usar calcinha ou cueca por um tempo para ver o que acontece ao corpo? Pode ser que a questão candidíase se resolva ou melhore apenas pelo fato de arejar a região genital. Ao menos na hora de dormir, libere-se da roupa íntima, pois dormir nu faz bem à saúde.

Sobre as soluções naturais

Pode parecer estranho, mas soluções como: colocar alho na vagina, fazer banhos de assento com óleo de melaleuca e introduzir um absorvente íntimo embebido com iogurte natural na vagina, podem ajudar a tratar a candidíase!

Isso ocorre porque tanto o alho quanto a melaleuca possuem propriedades antibacterianas e antifúngicas que ajudam no controle do excesso de fungos, ocasionado por algum desequilíbrio no organismo.

o iogurte natural contém probióticos que combatem os fungos da candidíase, mas essa alternativa além de ser um pouco estranha, pode causar um efeito rebote, pois a quantidade de bactérias na região podem aumentar ainda mais.

Por isso, o mais indicado é procurar um atendimento médico especializado em que o paciente seja examinado e realize o tratamento adequado, seja ele natural ou convencional.

Existem algumas alternativas na medicina que oferecem esse tipo de tratamento “humanizado” aos pacientes, ou seja, tratamentos que procuram conhecer melhor o corpo e tratar a causa do problema e não só quando o problema já está instalado.

Vale a pena pesquisar mais sobre o assunto e experimentar essas soluções, já que a medicina tradicional muitas vezes recomenda apenas remédios que tratam o problema de forma pontual.

Recorrência

Segundo especialistas, a candidíase tem cura, mas não deve ser tratada apenas uma vez, pois ela é como um vírus da gripe ou resfriado que, mesmo tomando os remédios paliativos indicados, acaba voltando outras vezes.

Pessoas com intolerâncias alimentares também podem desenvolver candidíase recorrente quando não mudam seus hábitos. É por isso que a medicina alternativa investiga os hábitos de vida dos pacientes, eliminando ou reduzindo o consumo de certos alimentos com o intuito de descobrir o que está causando a doença.

Um paciente com intolerância ao fermento, por exemplo, será submetido à uma dieta com redução no consumo de pães, massas e demais alimentos feitos com fermento para tentarem descobrir se a reincidência nos casos de candidíase está relacionada ao consumo deles.

Uma vez constatada essa relação, o próprio paciente poderá controlar sua alimentação estabelecendo um limite do que e do quanto consumir, para não deixar a candidíase voltar.

Mas há também casos em que a candidíase se apresenta como uma doença psicossomática, aquelas cuja causa pode ser emocional. É quando o paciente após períodos de estresse, tristeza, noites mal dormidas, desenvolve a cândida. Aí também é bom entender a causa para evitar a recorrência da doença.

Tem certeza que é candidíase?

Como vimos, a candidíase é uma doença que atinge tanto homens como mulheres, podendo aparecer em várias regiões do corpo, mas a mais comum, e também a mais conhecida é a candidíase vaginal. No entanto, os sintomas da candidíase vaginal assemelham-se aos de outras doenças também relacionadas a essa região.

De acordo com a ginecologista Mayara Fecundo da UNIFESP, “nem tudo que coça é candidíase”. Devido à maioria das mulheres não conhecer todas as doenças que envolvem o corpo feminino, é muito comum tirarem suas próprias conclusões e se automedicarem.

Os medicamentos para o tratamento da candidíase não necessitam de receita para serem vendidos e muitas vezes estão disponíveis nas prateleiras das farmácias. O grande mal nisso é que pode não ser candidíase de fato, e a automedicação pode piorar a situação ou até mesmo causar problemas mais graves, como a infertilidade, por exemplo.

Por isso, é importante conhecer as outras doenças relacionadas à vagina, das quais algumas possuem sintomas idênticos ao da candidíase:

  • Vaginose bacteriana (Gardnerella) – Causada pela bactéria Gardnerella Vaginallis, que também está presente na flora vaginal, tem como características cheiro forte (cheiro de peixe), corrimento espesso (cinza ou amarelado), não causa dor e deve ser tratado com medicamentos para não facilitar o contágio.
  • Tricomoníase – Contraída através do protozoário Trichomonas vaginalis na relação sexual, também causa cheiro forte, coceira, irritação, vermelhidão e dor abdominal durante a relação sexual. Se não for tratada pode chegar ao útero causando ainda mais dor, desconforto e até mesmo infertilidade.
  • Vaginose citolítica – É causada por protozoários existentes na vagina que, quando proliferam em excesso, aumentam o pH vaginal. É mais comum em mulheres diabéticas ou que usam muito sabonete íntimo e pode surgir no período menstrual, devido à alteração do pH. Os sintomas são idênticos ao da candidíase e o tratamento pode ser feito de forma natural com banhos de assento com bicarbonato de sódio para regular o pH vaginal.

Mitos e verdades sobre a candidíase

Em resumo, embora a candidíase seja mais comum em mulheres, é importante lembrar que o fungo que dá origem a ela está presente tanto no homem quanto na mulher e desempenha uma função de regular não só a flora intestinal.

Porém, quando ocorre o desequilíbrio em nosso organismo, esse fungo se desenvolve e causa os problemas citados anteriormente. Por isso, é importante cuidar da alimentação, ter um estilo de vida saudável e bons hábitos de higiene (sem exageros porém, o que pode causar efeito contrário).

A candidíase pode ser transmitida durante o sexo e deve ser tratada com medicamentos, embora possa ser tratada de forma natural, dependendo do caso.

Além disso, é importante lembrar que ela sempre volta quando as causas originais não são tratadas adequadamente. Por isso é importante investigar as causas do problema.

Se você já teve candidíase ou sofre com ela sempre, verifique se o problema não está em algum alimento que você ingere em excesso ou em algum hábito frequente que apesar de “inofensivo”, pode estar prejudicando o funcionamento do seu corpo.

Cuide-se!

E para finalizar, deixamos para você um vídeo com uma entrevista do médico ginecologista Dr. Gustavo Vitorino sobre os mitos e as verdades que giram em torno desta doença.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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