Agropecuária: a pior ameaça de extinção aos animais no Brasil


Todos nós já sabemos que a agropecuária, no Brasil, causa muitos danos ao meio ambiente. Problemas que vão desde a devastação florestal até a emissão de gás metano bovino, que contribui para o aquecimento global.

A novidade, agora, sobre os males provocados pela atividade agropecuária no país foi divulgada na nova edição do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, que conta, pela primeira vez, com uma avaliação sobre quase todas as espécies de vertebrados habitantes dos biomas terrestres e marinhos do Brasil, além de trazer uma parte inédita sobre os invertebrados, segundo informa o .

Foram analisados o estado de conservação de 12.254 espécies, o risco de extinção e suas causas. A conclusão é que a perda de hábitat dos animais é ameaçada pela agropecuária em 5%.

Risco de extinção

1.173 de todas as espécies investigadas sofrem algum nível de risco de extinção (vulnerável, em perigo ou criticamente em perigo), e a agropecuária interfere sobre cerca de 600 delas, configurando-se como a principal causa de ameaça.

Para os animais terrestres, em segundo lugar, os riscos vêm da expansão urbana e das ações relacionadas à geração e à transmissão de energia (na Amazônia a ameaça maior vem da construção de hidrelétricas). Já as espécies marinhas sofrem com a pesca predatória.

O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção foi apresentado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na 13.ª Conferência de Biodiversidade da ONU, realizada em Cancún (México). Claudio Maretti, do ICMBio, responsável por apresentar o estudo na cidade mexicana, defendeu a importância das análises para avaliar o que está acontecendo com as espécies, e o Livro configura-se como um importante conteúdo sobre o qual as políticas públicas de conservação podem se basear. “É a avaliação que permite entender o que está acontecendo e quais espécies têm de ter restrição de uso e de captura ou que precisam de nova áreas protegidas”, explica Maretti.

Os pesquisadores ouviram as comunidades locais onde há animais ameaçados de extinção o que está acontecendo. O caranguejo guaiamum (Cardisoma guanhumi), por exemplo, não está desaparecendo por causa da captura, mas pela perda de seu hábitat, cuja destruição do mangue é causada pelas fazendas de camarão. Segundo Maretti, “um processo extrativista controlado pode até ajudar a proteger a espécie e a repovoar esses locais. Então precisamos fazer essas adequações”.

Confira aqui, na íntegra, o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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