Os perigos do food truck


Os food trucks estão na moda em todo o mundo. A comida de rua ganhou até um ar sofisticado e muitos chefs vêm se arriscando em dar à comida popular o sabor da alta gastronomia a preços mais acessíveis. Mas será que os foods trucks são confiáveis? Como é a higiene lá dentro?

Assim como é preciso escolher um restaurante ou lanchonete pelo critério da higiene, os food trucks não fogem a essa regra. A PROTESTE avaliou seis eventos, no Rio de Janeiro e em São Paulo, no mês de abril, que contavam com food trucks móveis e fixos. Os resultados mostraram que cuidados básicos de higiene, como o funcionário lavar as mãos ou usar luvas descartáveis no preparo da comida, não foram observados. Outros procedimentos negligenciados foram as normas de segurança, que colocam em risco não só a vida dos funcionários, como a dos frequentadores dos eventos.

O teste avaliou a infraestrutura dos eventos e as comidas preparadas em 28 estabelecimentos, que foram mantidas em condições ideais de conservação para serem analisadas em laboratório. As análises laboratoriais atestaram que 35% dos produtos tinham bactérias (mesófilos aeróbios) acima do limite considerado seguro, o que indica a falta de higiene durante a manipulação.

Um dos pratos analisados foi a comida tailandesa vendida na feira Benê Food, na Praça Osvaldo Cruz, em São Paulo. Ela apresentou 36 vezes mais Bacilus Cereus (bactéria patogênica) do que o recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), podendo causar intoxicação alimentar.

Também foram constatadas falhas de segurança, botijões mal posicionados, falta de extintores de incêndio, fios espalhados pelo chão, mau aterramento de quadros de luz e diversos outros problemas que põem em risco a vida dos frequentadores. A PROTESTE, em ofício, solicitou à Prefeitura de São Paulo providências urgentes.

O que foi analisado no teste?

Foram verificados os requisitos gerais: direitos do consumidor; sinalização adequada; medidas de segurança contra incêndio; segurança elétrica; condições de higiene dos parques e dos alimentos; acessibilidade e infraestrutura.

No quesito acessibilidade, foram avaliados: ausência de desníveis na área de circulação; existência de solo prejudicando a circulação com cadeirantes e/ou cadeirinhas de bebês; e a existência de rampas de acessibilidade.

No quesito condições de higiene do local e dos alimentos, foram avaliados: a exposição dos alimentos para venda; a higiene dos manipuladores de alimentos (atendentes); a limpeza ao redor dos locais de preparação dos alimentos; a existência de depósitos de lixo em quantidades suficientes e acondicionados de maneira adequada; o tempo médio para limpeza de mesas; e a quantidade e localização de lixeiras.

No Rio de Janeiro, foram avaliados os seguintes locais: Food Park Carioca- Tijuca, no estacionamento do hipermercado Extra; o Mixturado Rio Park, na Barra da Tijuca; a feira Planetária, na Gávea; Festival Beer&Food, na Barra da Tijuca.

Em São Paulo foram visitadas as feiras fixas Benê Food de Arts, da Praça Osvaldo Cruz, e o Tatuapé Street Park, realizado em um estacionamento.

Seja cauteloso ao escolher o lugar onde você vai comer e analise se são oferecidas instalações seguras e condições de higiene.

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Fonte: proteste. Foto: BluIz60 / Shutterstock.com




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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