Resíduos de agrotóxicos em alimentos industrializados


No ano de 2009, o Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas de agroquímicos por ano e, com esse número, conquistou o triste status de maior consumidor de agrotóxicos do planeta. Para se ter uma ideia, tamanha produção de agrotóxicos não dá apenas um quilo por pessoa, mas cinco quilos para cada indivíduo e olha que o nosso país possui mais de 200 milhões de habitantes.

Segundo pesquisa publicada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), do Ministério da Saúde, os resíduos tóxicos são encontrados também em alimentos industrializados como biscoitos, lasanhas e salgadinhos, não se restringindo aos alimentos in natura.

O doutor em agronomia e gerente do Instituto Imaflora, Luís Fernando Guedes analisou o modelo de produção brasileiro e o uso dos agrotóxicos juntamente com jornalistas do programa Brasil Rural.

O fato de que o Brasil é um país extenso e tropical, sujeito a inúmeras pragas, o que abalizaria a utilização de químicos, não ficou de fora do debate, mas isso não absolve o crescimento tão exacerbado dos agrotóxicos por aqui. De acordo com Guedes, em valores, este mercado movimentava 2 bilhões de dólares no Brasil em 2001. Dez anos depois, em 2011, o valor já era superior aos 8,5 bilhões de dólares. Evidenciando uma cultura extremamente dependente dos agrotóxicos para produção de alimentos.

Guedes afirma que isso não é necessário e que o Brasil possui totais condições de produzir alimentos sem utilizar tantos químicos, ou nenhum, como é o caso da produção orgânica, com extremo potencial de crescimento no país, mas ainda com produção muito tímida.

Guedes também critica a lentidão dos órgãos responsáveis pela liberação de produtos mais saudáveis ao ser humano, que poderiam substituir vários agrotóxicos, mas que ainda não podem ser usados. Enquanto isso, o Brasil continua a utilizar inúmeros produtos banidos em vários países do mundo, por conta dos prejuízos à saúde das pessoas.

A entrevista também aborda os problemas da compra casada, que seria a compra das sementes do produto (soja, milho, etc) juntamente com pesticidas vendidos pelas mesma empresa em um pacote fechado. Assim ocorre a venda para muitos produtores brasileiros, que muitas vezes nem sabem que tipo de químicos estão comprando, e colocando produtos perigosos para a saúde de todos na mesa dos brasileiros.

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Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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