E se todos fossem veganos? O quanto o planeta estaria a salvo?


Você já imaginou como seria se toda a população da Terra deixasse de se alimentar com produtos de origem animal e investisse apenas em uma alimentação baseada em vegetais?

Embora esse seja um cenário improvável, pelo menos atualmente, essa mudança drástica poderia interromper o aumento de gases de efeito estufa por 30 anos.

Essa redução limitaria o aquecimento global, podendo evitar mudanças climáticas desastrosas. É isso que um estudo feito por cientistas da Universidade de Stanford e da Universidade da Califórnia mostram. Publicado na revista Plos Climate, a pesquisa levanta cenários nos quais há uma eliminação completa ou parcial e os efeitos disso.

A eliminação da pecuária teria, segundo o estudo, o mesmo efeito que reduzir 68% das emissões de dióxido de carbono até 2100 e compensaria quase 70% do aquecimento das emissões até o fim do século. Isso porque essas mudanças fariam os ecossistemas naturais se recuperarem, tendo em vista a decomposição espontânea dos gases de efeito estufa.

Os autores do estudo, Patrick Brown, professor do departamento de bioquímica da Universidade de Stanford, fundador e CEO da Impossible Foods, empresa que desenvolve alternativas aos animais na produção alimentar, e Michael Eisen, professor de genética e desenvolvimento da Universidade de Berkeley e consultor da empresa onde Brown atua, dizem que seriam necessários investimentos globais para evitar os impactos negativos na vida de quem depende da agricultura animal como fonte de renda.

No entanto, ambos concordam que é possível essa adaptação, e que a humanidade sempre sofreu mudanças alimentares significativas ao longo de sua existência.

Conflito de interesses

Convenhamos que o estudo pode não estar isento dos conflitos de interesses. A Impossible Foods fabrica hambúrgueres feitos de carne de laboratório.

Os impactos dessa nova indústria precisam ser estudados, pois estamos falando de uma nova tecnologia que também tem impactos, aliás, nada subestimáveis para a saúde humana e para o meio ambiente.

Que o veganismo reduz emissões, todos sabemos. A pecuária é cruel: mata florestas para alimentar animais e depois mata animais para alimentar humanos. O ciclo vicioso é mortal para todos:

Não comer alimentos de origem animal é nobre, seja para si – por questões de saúde, seja pelos animais – pelo fim da crueldade, seja pelo meio ambiente – pelo fim do desmatamento e toda consequência que comporta. Mas até aí, acreditar que o veganismo somente seja possível através da substituição da carne animal pela carne cultivada em laboratório, não!

Os benefícios do veganismo, em termos de redução de emissões de gases de efeito estufa, se darão se, e somente porque, o veganismo é um estilo de vida que preza pelo respeito à vida e à natureza. Não comer carne, nem ovo, nem leite para comer as versões desses alimentos criadas em laboratório pode ser pior que trocar 6 por meia dúzia. A engenharia genética pode ser maravilhosa, mas tem impactos sérios, senão seríssimos, sobre pessoas e meio ambiente.

A discussão está neste post -> Carne de laboratório pode fazer mais mal do que bem à saúde e ao meio ambiente

O que vocês acham?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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