Cresce o número de pessoas veganas no mundo inteiro, revela pesquisa


Hoje em dia, com o volume de informação disponível sobre os mais variados assuntos, é possível sermos mais conscientes sobre o impacto de nossos hábitos e estilo de vida para o mundo. O que comemos, o que compramos, o que vestimos, o que lemos, ou seja, nossa forma de estar no mundo tem consequências diretas sobre os demais seres humanos e sobre o planeta em que vivemos.

Prova disso está em um recente artigo, publicado na Food Revolution, que aponta um aumento de 600% de veganos nos Estados Unidos nos últimos três anos! Em 2014, somente 1% dos estadounidenses tinha identificação com o veganismo. Já em 2017, esse percentual subiu para 6%, segundo o site Anda.

No país mais capitalista do mundo, é claro que o aumento dessa taxa tem impacto no consumo do país. Pesquisas têm mostrado que a venda de leite vegetal aumentou 61% desde 2012, ao passo que a do leite animal vem sofrendo queda no mercado.

Cerca de 50% da população do país apoiam a proibição de matadouros e 70% admitiram sentir-se sensibilizados pela forma como os animais são mortos para o consumo da carne.

Além dessa mudança simbólica e de atitude sobre a forma como as pessoas percebem as indústrias, a exploração e o sofrimento animal, as dietas veganas vêm ganhando cada vez mais espaço no combate à obesidade e às doenças cardíacas, dois problemas de saúde pública nos EUA.

Também em outros países do mundo, tais mudanças estão sendo observadas. O veganismo cresce por todos os lados. Um dos exemplos do crescimento exponencial do veganismo vem do Reino Unido, país que em 2016, já tinha 1% da sua população vegana (parece pouco mas o número é 3 vezes maior que há 10 anos antes) e, dados atuais apontam para a impressionate cifra de 8% da população britânica vegana. O mesmo número, 8%, também representa a quantidade de australianos veganos. Na Itália, nos últimos 5 anos, o número de veganos ficou entre 6 e 8% da população.

Isso gera um impacto em todo o mercado internacional, e a China já está de olho nessa mudança de estilo de vida, tanto que o país deve aumentar em 17% a produção de produtos veganos até 2020.

Por que as pessoas viram veganas?

A opção pelo veganismo é uma escolha resultante da preocupação com a saúde, com o meio ambiente e com a vida dos animais. Em geral, os veganos questionam toda uma cadeia de consumo que não passa apenas pela questão alimentar. Eles questionam, por exemplo, como produtos de higiene e de limpeza e, também, peças de vestuário são produzidos, quais materiais são utilizados e qual é a rede de trabalho envolvida. Aliás, o GreenMe fez uma matéria sobre isso, que pode ser conferida aqui.

Os veganos estão ajudando a difundir uma consciência de mais valor à vida, em qualquer de suas formas, e não apenas a humana. Por isso, muitos produtos vêm sendo desenvolvidos de forma a atender essa nova visão de mundo, sem que seja necessário explorar os animais.

Não são apenas nos abatedouros que os animais sofrem. Várias indústrias fazem testes em animais, imputando-lhes sofrimento. Se você pode comprar uma marca de batom ou xampu que declaradamente não faz testes em animais, por que continuar a consumir produtos de marcas que não se importam com questões ambientais, se o preço é o mesmo e, às vezes, até menor?

Na era da informação, é fácil para qualquer um descobrir qual a ideologia que norteia os negócios das empresas. É claro que todas elas querem lucro, mas ele pode ser gerado de formas diferentes. Se exigirmos produtos alinhados com os valores nos quais acreditamos e deixamos de comprar aqueles de empresas que realizam trabalho análogo à escravidão ou que causam dor aos animais, mais transparência terá de ser dada à cadeia produtiva.

Segundo os dados das mais recentes pesquisas, essa forma de estar no mundo – mais engajada e consciente – só tende a aumentar. Ainda bem!




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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