Pandemia da pobreza: tuberculose adoece e mata milhões todo ano


Covid-19: em um ano, hoje no mundo são 127 milhões de casos, com 2,79 milhões de mortos. Mas há outras pandemias menos famosas matando todo ano por aí, inclusive no Brasil.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, somente em 2019, a tuberculose matou pelo menos 1,4 milhão de pessoas no mundo, incluindo crianças e adolescentes. A estimativa é a de que 10 milhões de pessoas adoeçam com a tuberculose a cada ano.

Doença da pobreza

Nominada pela própria OMS como “doença da pobreza“, o fato é que condições precárias de higiene e falta de alimentação fazem com que a bactéria causadora da tuberculose saia de seu estado latente, e cause danos à população mais vulnerável.

No Brasil, o Rio de Janeiro é o típico exemplo com suas favelas populosas, casas muito próximas, sem ventilação adequada e saneamento deficiente. Nestes locais, os índices da doença disparam.

A doença que teve seu auge na Europa nos séculos XVIII e XIX, é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que pode afetar todo o corpo mas principalmente os pulmões.

Falta muito para o Brasil erradicar a tuberculose, doença do passado

De transmissão fácil porque por via aérea através da tosse, espirro ou gotículas de saliva no ar, a bactéria estaria presente em 1/4 da população mundial só que de maneira latente.

Acontece que situações de moradia insalubres, pessoas com imunidade baixa e ou desnutridas, correm o risco de ficarem doentes muito mais facilmente. E isso tem tudo a ver também com a pandemia de Covid.

Com sintomas parecidos com os da Covid, pode ser que muita gente esteja morrendo de tuberculose.

Esta doença é evitável e curável, mas na pandemia, a pobreza e o acesso aos serviços de saúde, causados pelo desemprego e pela superlotação dos hospitais, afetaram principalmente os países mais pobres.

Um estudo recentemente publicado na revista The Lancet, divulgado pela UFMG, indica que

as mortes por tuberculose podem aumentar em 20% nos próximos cinco anos em países de baixa e média renda com alto ônus dessas doenças por causa da interrupção de tratamentos e serviços de saúde causada pela pandemia de Covid-19″.

Seria o caso de aproveitar que estão todos, justamente, muito preocupados com a Covid-19, e alardear que o que mata mesmo no mundo é a pobreza, a falta de estruturas médicas eficientes, de vacina, de tudo, mas principalmente de condições dignas de vida, o que coloca qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade para qualquer tipo de doença.

É urgente combater a pandemia neste momento, claro, mas é igualmente urgente combater a pobreza para evitar que novas pandemias ocorram, criando desde já um mundo melhor para todos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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