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Amantes de queijo podem até comemorar, mas com moderação, pois existe sim queijo naturalmente sem lactose! Porém, é preciso ficar atento ao tipo de queijo, pois o processo de fabricação influencia na quantidade de lactose que sobra em cada um deles. Saiba mais.
Antes de mais nada, precisamos entender que a lactose é o açúcar presente no leite e seus derivados. Trata-se de um dissacarídeo composto por dois monossacarídeos: a glicose e a galactose.
A lactose é produzida pela glândula mamária dos mamíferos. Para termos uma noção, o leite humano possui cerca de 7,2% de lactose, enquanto que o leite de vaca tem 4,7%.
É a lactose que dá ao leite um sabor levemente adocicado e faz com que os lactobacilos a transformem em ácido lático.
Ao nascermos, nosso corpo produz uma enzima chamada lactase, capaz de digerir a lactose transformando-a em glicose e galactose, que são melhores absorvidas pelo intestino delgado.
A intolerância à lactose é uma condição causada pela ausência da enzima lactase no intestino delgado e ela é caracterizada como:
Primária – causada pela diminuição da lactase à medida que a pessoa envelhece;
Secundária – causada por lesões no intestino delgado (infecções, doença celíaca, processos inflamatórios);
Do desenvolvimento – que ocorre em bebês prematuros e melhoram com o tempo;
Congênita – doença genética rara em que é produzida pouca ou nenhuma lactase desde o nascimento.
Quando o corpo não produz a quantidade de enzima lactase suficiente, ou quando consumimos lactose em excesso, podemos ter sintomas como
Geralmente, esses sintomas aparecem após 30 minutos ou até 2 horas após o consumo de leite ou derivados.
Tudo vai depender da quantidade de lactose consumida, bem como se a pessoa possui ou não intolerância a ela.
Para saber se a pessoa é de fato intolerante à lactose, recomenda-se a realização de um exame laboratorial específico. Confirmado o diagnóstico, o tratamento pode variar entre a restrição no consumo de lactose ou ingestão da enzima lactase.
Não é recomendado cortar totalmente o leite devido ao fato dele ser uma fonte de cálcio. Por isso, um médico, um nutricionista ou outro profissional de saúde devem ser consultados.
Quando falamos em intolerância à lactose, uma das primeiras coisas que imaginamos é a proibição do consumo de tudo o que é leite e derivados, não é mesmo? Mas não é bem assim!
Felizmente, existem alternativas satisfatórias para os amantes do queijo, principalmente para aqueles que não vivem sem um queijinho no pão…
O site italiano Il Fato Alimentare, escreveu um artigo explicando sobre o processo de fabricação do queijo e listou quais deles possuem mais ou menos lactose de forma natural.
Basicamente, o queijo é produzido através do processo de coagulação do leite. Para que isso aconteça, o leite é aquecido e resfriado. Nessa etapa o soro do leite é descartado e é nele que está concentrada boa parte da lactose.
Depois disso, a massa que sobra é prensada e enformada para passar pelo processo de maturação, onde a lactose será transformada em ácido lático (glicólise). Os responsáveis por este processo estão, para a maioria dos queijos, os fermentos lácticos, que consomem a lactose, fazendo com que a maioria dos queijos maturados sejam naturalmente sem lactose.
Mas na verdade, não existe queijo naturalmente ZERO lactose. Os que assim são denominados é pelo fato de terem a enzima lactase incorporada ao leite no processo de fabricação do queijo.
O site italiano Melarossa listou os queijos que contêm menos de 0,01%, são os queijos naturalmente sem lactose porque passam por longos ou múltiplos processos de fermentação: São eles:
Além dos “queijos azuis” como o gorgonzola e o stilton inglês, os queijos prensados contêm quantidades muito baixas de lactose porque são submetidos a um processo de trituração que faz com que o soro saia. A remoção do soro está associada à redução da presença de lactose. Queijos prensados que contêm quantidades ínfimas (0,1%) são:
Mesmo que estes queijos contenham quantidades tão ínfimas de lactose, recomenda-se nunca exagerar na dose. É importante que você faça um acompanhamento nutricional, principalmente se apresentar algum dos sintomas citados anteriormente, pois pode não ser apenas intolerância à lactose, mas talvez uma alergia ao leite de vaca, o que são coisas diferentes. A alergia a laticínios é bem mais grave e pode ser mortal inclusive.
De qualquer forma, saiba que a maioria dos queijos maturados (ou curados) e prensados, é naturalmente sem lactose devido ao processo de fabricação a que são submetidos e podem ser consumidos até por quem é intolerante, mas com moderação.
Fora isso, existem os queijos vegetais, feitos sem crueldade animal. Estes podem ser uma ótima opção para intolerantes, alérgicos e veganos. Pense nisso!
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Categorias: Saúde e bem-estar
Publicado em 12/09/2022 às 3:17 pm [+]
O material é muito explicativo e interessante, porem quando vocês afirmam “existem os queijos vegetais, feitos sem crueldade animal”, vocês cometem um erro grave, visto que a produção de queijos regularizados, atende uma serie de normas, inclusive atendendo ao bem-estar animal, essa afirmação é errônea e não colabora com a cadeia produtiva de alimentos de origem animal.
Publicado em 31/08/2023 às 5:45 pm [+]
Olá, acredito que houve um engano quando você mencionou que existe “alergia a lactose” quando na verdade acho que queria dizer “alergia a proteína do leite de vaca”, pois não existe alergia a lactose.
Publicado em 01/09/2023 às 11:56 am [+]
Oi Juliana, sim, agradecemos o seu aviso. De fato, não existe alergia à lactose, pois alergias alimentares são provocadas por uma reação exagerada do sistema imunológico geralmente a proteínas específicas, e a lactose é um açúcar. As alergias relacionadas a produtos lácteos geralmente estão associadas a proteínas do leite, como a caseína ou a proteína do soro do leite (soro). Obrigada pelo comentário.