Método simples e acessível: UnB mostra como reduzir em 80% o mosquito da dengue


Mais uma notícia boa que envolve a ciência brasileira: pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) conseguiram reduzir em 80% o número de mosquitos da dengue em São Sebastião, interior de São Paulo.

A pesquisa consistiu em desenvolver um método de combate aos focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chicungunha, o Aedes aegypti, como informa o Correio Braziliense em reportagem de Bruna Lima e Patrícia Nadir.

Método Simples e Acessível

Simples e acessível, o projeto combate os focos utilizando um recipiente plástico (similar a um vaso de planta) com água dentro e pó de larvicida da borda. As fêmeas, que são quem transmitem as doenças, pousam no pote e encostam no pó. Com isso, elas acabam espalhando nos ovos o produto letal para as larvas.

O larvicida (Pyriproxyfen – PPF) não mata o mosquito, apenas impede o crescimento das larvas.

São Sebastião foi escolhida como piloto do projeto por causa do elevado número de casos de dengue na região. Nos dois primeiros meses do ano, a Secretaria de Saúde notificou 303 moradores infectados. Durante 18 meses, os pesquisadores da UnB fizeram o experimento em 150 locais e realizaram monitoramentos mensais da situação.

De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Rodrigo Gurgel Gonçalves, do Núcleo de Medicina Tropical da UnB:

“Fazemos a medição da quantidade de mosquitos por um aspirador elétrico. No começo do trabalho, as áreas aspiradas tinham de quatro a seis mosquitos. No fim, em muitas não havia nenhum”.

O larvicida em questão é aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele impede que as larvas cresçam e não representam perigo a seres humanos e animais. Além de não ser tóxico, o produto e os recipientes são de baixo custo.

Conscientização

Embora os resultados obtidos pela iniciativa sejam positivos, é fundamental que as pessoas se conscientizem sobre como evitar a proliferação do mosquito transmissor.

Não deixar água parada em vasos de plantas, pneus, garrafas, entulhos e lixos, manter vedadas caixas d’água e demais reservatórios de água e limpas fossas, calhas e piscinas são ações colaborativas imprescindíveis no combate ao Aedes aegypti.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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