Histeria → Por que se diz que é Coisa de Mulher?


A histeria hoje já tem outros nomes de acordo com sintomas que se conhecem melhor – ansiedade, crise de pânico – mas, na antiguidade era tida como uma síndrome que apresentavam as bruxas em possessão – desmaios, contorsões de face e membros, gritos e sufocos. Muitas mulheres foram queimadas na fogueira por sofrerem de crises histéricas.

Um pouco da história da histeria

Era 1676, França. Uma mulher, acusada de bruxaria, foi queimada em praça pública – tratava-se de Marie d’Aubray, marquesa de Brinvilliers, que sofria de contrações nervosas, na face e membros e, não raramente, convulsionava desmaiando no chão. Marie sofrera violência sexual quando jovem, Marie desejou envenenar seu pai que era contra um relacionamento amoroso que tinha. Marie morreu queimada na fogueira.

Somente 200 anos após este fato é que a ciência do momento começou a aceitar que esse tipo de sintoma era uma patologia.

Definindo a histeria

Alucinações, reações exageradas, descontrole emocional (das gargalhadas ao pranto) e até paralisia de algumas partes do corpo acometiam mulheres (alguns homens, também), apresentavam um conjunto de sintomas impossíveis de se relacionarem com algum mal de saúde física conhecido – essa era a histeria.

Freud (Sigmund), foi quem primeiro se deteve a relacionar os sintomas com uma doença mental que ele relacionou a traumas de infância.

A palavra escolhida para denominar essa síndrome (conjunto de sintomas), histeria, é de origem francesa (hystérie) e é:

“um distúrbio psicológico que se insere no âmbito das neuroses e dos transtornos de somatização. Na prática, o paciente histérico apresenta sintomas físicos e psicológicos sem origem orgânica e que se desenvolvem, muitas das vezes, por motivos inconscientes”.

No conjunto de sintomas comuns em uma crise histérica podem ocorrer palpitações, dores abdominais e convulsões mas, também, outros sintomas divergentes pois, a pessoa histérica sofre de hipocondria, somatização, amnésia dissociativa e despersonalização. Ou seja, o histérico pode reproduzir sintomas de outras patologias bastante diversas.

A histeria hoje

Atualmente a medicina já não usa o termo histeria para caracterizar esse conjunto de ocorrências sintomáticas mas, até finais do século XIX, a histeria se tributava ao útero feminino e problemas da sexualidade – era o útero ardente. Assim, era comum que os médicos tratassem as mulheres histéricas com massagens no clitóris ou recomendando o uso de vibradores.

Hoje, sabe-se que a histeria, chame-se ela como se chamar, não é atributo exclusivamente feminino pois que, surge em homens também e até em coletivos mistos (histeria coletiva).

No conceito mais atual sobre o que é a histeria, define-se esta como:

“um estado passageiro de excitação nervosa que se produz por uma situação anômala ou extraordinária”.

Mesmo assim, a histeria existe e, segundo o Abcmed é uma “forma de neurose caracterizada por exagero teatral das reações emocionais e pela conversão de conflitos psíquicos em sintomas físicos. Muitas vezes a histeria dá a impressão (sem ser) de simulação.”

Os termos atuais na psiquiatria moderna

Os termos atuais mais aceitos para caracterizar estes casos, segundo a moderna psiquiatria (CID – 10) são:

  • Transtorno dissociativo (equivalente moderno ao que antigamente se chamava de histeria).
  • Transtorno de personalidade histriônica

O diagnóstico é difícil e não pode ser feito por leigos nem por médicos não especializados na área. “Na maioria dos pacientes, os sintomas são causados por um quadro clínico orgânico (como tumor cerebral, doenças metabólicas ou endócrinas) ou um quadro psiquiátrico de bases diagnósticas mais firmes (como depressão, esquizofrenia ou transtorno bipolar)”, situação que dificulta ainda mais o diagnóstico e aumenta a complexidade do quadro.

Tratamento existe

Dúvidas à parte, a histeria é um sofrimento e, como tal, merece e precisa ser tratada. Segundo o site acima citado, o tratamento indicado para as histerias é, principalmente, psicoterápico e, em função da gravidade dos sintomas e sofrimento do paciente, também são indicadas medicações ansiolíticas e antidepressivas.

Conclusões de estudos sérios

Um artigo, “Histeria”, do psicólogo Giovani Belintani, apresenta reflexões, um estudo de caso e uma conclusão final que, a meu ver, é o mais importante que podemos dizer aqui:

“quando tenho um paciente com tais manifestações em tratamento psicoterapêutico, penso na responsabilidade que me cabe como profissional e ser humano para com aquela pessoa: tentar ajudá-la na elaboração dos seus traumas, não somente físicos, mas também de ordem psíquica. Com os avanços da medicina e com os da psicologia, mais especificamente os da psicanálise, podemos oferecer aos nossos pacientes, além de um tratamento mais adequado e aprimorado, compreensão, acolhimento e respeito”.

Acolhimento, compreensão, tratamento adequado e respeito!

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Redação greenMe

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