Gagueira – principais causas e tratamentos


A Gagueira está associada ao tempo de pronúncia dos sons, palavras, sílabas e frases, que interfere na comunicação e fluência da fala. Cada som da fala tem sua relação com o tempo de sua pronúncia. O tempo depende da parte do cérebro responsável pela fala. Na gagueira, a emissão de certos sons leva um tempo maior de execução, interferindo na fluência da fala.

A fluência da fala está associada aos seguintes fatores:

  • ritmo constante ao pronunciar as palavras;
  • harmonia na comunicação oral;
  • facilidade com que os sons, palavras, sílabas e frases são produzidos durante o processo da fala.

A gagueira pode surgir na infância e se não for tratada, pode agravar-se na fase adulta.

Aproximadamente, 5% da população mundial apresenta gagueira durante o desenvolvimento da fala. A gagueira pode ser transitória ou não, conforme o caso da pessoa acometida por esse problema. A gagueira crônica afeta 1% da população mundial, cerca de 70 milhões de pessoas no mundo, dentre as quais 2 milhões vivem no Brasil.

Para entender melhor a gagueira e saber lidar com esse problema serão abordados, neste conteúdo, os seguintes assuntos:

  1. O que é gagueira
  2. Principais causas
  3. Sintomas
  4. Exercícios e dicas para parar a gagueira
  5. Tratamentos
  6. Como lidar com a gagueira

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1. O que é Gagueira

Na lista médica de diagnósticos da Saúde, a gagueira consta no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais-DSM-V como Transtornos de Fluência ou Transtornos de Comunicação.

A fluência da fala diz respeito à facilidade de falar e se expressar e depende da boa conexão entre os processos neurais+linguagem+atividade motora.

A gagueira, ou disfemia (nome científico) é marcada por:

  • interrupção no fluxo da fala;
  • repetições (sons, sílabas, palavras, frases);
  • travamento na fala em sílabas, interjeições e frases;
  • oscilação na velocidade e o ritmo da fala.

Os efeitos emocionais da gagueira, que, também, conforme o caso, podem ser as causas são:

  • tensão psicológica e física;
  • timidez;
  • inibição ao falar;
  • insegurança;
  • fobias;
  • complexo de inferioridade;
  • estresse, entre outros.

2. Principais Causas

A gagueira é um distúrbio causado por diversas causas, que podem estar relacionadas à fatores físicos, fisiológicos, mentais e/ou emocionais.

Algumas causas que originam o surgimento da gagueira, são:

Hereditariedade

De acordo com investigações e comprovações científicas, os genes podem estar relacionados com a gagueira. Existem casos que várias pessoas da mesma família têm gagueira.

Problemas de saúde e doenças

A gagueira pode estar associada à doenças e problemas físicos, cerebrais e orgânicos. Algumas causas que podem ter a gagueira como sequela, são: AVC – derrame cerebral; lesões intracranianas-traumatismo cranioencefálicos (TCE); febre reumática, entre outras.

Relação social

Os relacionamentos sociais podem ser fator desencadeador de gagueira e pode surgir na infância, no seio familiar, na relação com os pais. Ambiente familiar conturbado, com pais nervosos, agitados, apressados e impacientes podem contribuir para o surgimento da gagueira em seus filhos.

Fatores emocionais

Alguns especialistas discordam que problemas emocionais podem ser causa para a gagueira. Na prática e na realidade, existem incidências que mostram o contrário, que aspectos emocionais, podem ser sim, a causa da gagueira.

Esses fatores emocionais podem se desenvolver a partir da infância e estão relacionados à várias situações:

  • temperamento sensível e emotivo;
  • insegurança psicológica;
  • traumas e choques emocionais;
  • fobias;
  • inibição;
  • rejeição afetiva;
  • pressão psicológica, desencadeada por vários fatores, como pais ou professores autoritários e repressores, por exemplo.

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Fatores emocionais aliados a outros fatores desencadeantes da gagueira podem agravar, ainda mais, o problema da fala.

3. Sintomas

Os sintomas da gagueira, pode ser:

  • os sons são prolongados e repetitivos;
  • trava e bloqueio da fala;
  • tensão e nervosismo ao falar;
  • tiques faciais como piscar muito os olhos e tremer muito os lábios para falar;
  • constante troca de palavras, pela dificuldade de não conseguir fazer a pronúncia completa, substituindo por outra semelhante;
  • utilização de interjeições, de forma acentuada, alguns exemplos: tipo assim/ então/ né;
  • dificuldade de iniciar e terminar palavras ou frases;
  • devido à dificuldade de se comunicar com os outros, a pessoa que tem gagueira pode desenvolver ansiedade, fobias e traumas.

4. Exercícios e dicas para parar a gagueira

I. Vídeo do Programa Viva Mais, do Canal Unimed- Sergipe sobre a Gagueira:

Neste vídeo, Germana, uma jovem de 24 anos, é entrevistada, no programa Viva Mais, e dá o seu depoimento de como e quando surgiu sua gagueira, de que forma convive com esse problema e como, atualmente, lida no dia a dia, com essa situação.

II. Vídeo do Canal Dicas da Fono por Paula Moura:-

Neste outro vídeo a fonoaudióloga Paula Moura dá várias informações sobre esse problema, inclusive práticas e exercícios para diminuir ou até parar com a gagueira.

III. Confiram, este site, com alguns exercícios para parar a gagueira.

5. Tratamentos

Existem diversos tratamentos para o problema da gagueira.

O especialista, no caso o fonoaudiólogo, irá determinar um diagnóstico preciso e indicar a melhor forma e o tipo de tratamento, levando em conta os seguintes aspectos:

O conhecimento do perfil do paciente:

  • temperamento,
  • perfil psicológico,
  • condições de saúde,
  • grau de gagueira, por exemplo, as dificuldades que o paciente tem de lidar com a gagueira.

Gagueira Infantil

No caso da gagueira se apresentar na infância, é importante levar a criança a um fonoaudiólogo, para ter certeza do diagnóstico. O fonoaudiólogo fará um acompanhamento e avaliação da criança. Será necessário um período de observação da criança, que, geralmente, varia de três a seis meses.

Se for constatado que a criança sofre de gagueira, o fonoaudiólogo irá fazer avaliação, de 3 em 3 meses, para verificar a evolução do problema na criança.

As orientações e recomendações que o fonoaudiólogo dá aos pais da criança, são:

  • dar apoio e segurança para a criança falar com mais calma
  • oferecer à criança um ambiente harmonioso, no qual a criança possa se manifestar e comunicar com mais fluência;
  • dedicar tempo para conversar com a criança, ter paciência para ouvi-la, quando ela tiver necessidade de falar;
  • não agir de forma negativa, quando a criança gaguejar, corrigindo-a ou interrompendo-a quando ela falar;
  • conversar, com calma, com a criança, isso reduz a pressão interna na criança que tem dificuldade de falar;
  • escutar atentamente a criança falar e, pacientemente, esperar ela dizer a palavra inteira;
  • não completar as frases que a criança quer terminar de falar;
  • conversar, naturalmente, com a criança sobre a gagueira, se ela manifestar dúvidas, sobre o problema dela.

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6. Como lidar com a gagueira

Existem pessoas que têm predisposição para desenvolver a gagueira, seja por fatores genéticos, emocionais ou fisiológicos. O mais importante, é saber como lidar com esse distúrbio, buscando formas de ter equilíbrio e conhecimento, para parar com a gagueira ou, pelo menos melhorar a fluência da fala.

Algumas formas de lidar melhor com esse problema são:

  • tratamento com um fonoaudiólogo, como vimos anteriormente;
  • hipnose, método que depende da indução de um especialista,
  • em outros métodos o paciente tem posição mais ativa, em seu tratamento e cura;
  • ler um livro em voz alta;
  • trabalho com a respiração;
  • exercícios com a fala diante do espelho;
  • gravar e ouvir a voz, em áudio;
  • práticas que acabem a ansiedade e a tensão como, por exemplo, a meditação;
  • conforme o caso, pode ser necessário um acompanhamento com um terapeuta holístico ou psicólogo;
  • o autoconhecimento é fator fundamental para lidar com o problema.

Vimos que existem várias formas e alternativas de tratamentos, tudo isso para que a pessoa, que tem gagueira, saiba lidar com essa tendência e se sinta segura, para se expressar e ser ela mesma, afinal, isso é imprescindível, para qualquer tratamento e cura!

E, como já disse, um dia, Eleanor Roosevelt:

Ninguém pode fazer você se sentir inferior, sem o seu consentimento!

Cada um de nós, a partir da auto-aceitação, tem condição de se desenvolver, através do conhecimento de suas potencialidades e limitações.




Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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