Epilepsia: mitos e verdades de uma doença sobre a qual há muita desinformação


A epilepsia é uma doença neurológica que afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo e, no Brasil, 3 milhões têm a doença. Embora esse quantitativo de portadores da doença seja muito expressivo, há muita desinformação acerca da epilepsia. A neurologista infantil e presidente da Liga Brasileira de Epilepsia, Adélia Henriques Souza, diz que há muitos mitos sobre a doença, como ela ser contagiosa ou um transtorno mental. Infelizmente, quem tem epilepsia é vítima de estigma e preconceito por puro desconhecimento sobre a doença.

A médica explica que a epilpesia é uma doença cerebral que ocorre por descargas excessivas das redes dos neurônios, causando no paciente a crise epiléptica. Quando gera abalo motor, ocorre a crise convulsiva. Nem sempre a crise convulsiva ocorre no doente, o que pode dificultar o seu diagnóstico. Podem ocorrerm, também, desligamentos breves no doente.

A eplepsia atinge duas faixas etárias principais: crianças e idosos, embora ela possa ocorrer em qualquer época da vida de uma pessoa.

70% dos casos de epilepsia são passíveis de tratamento com medicamentos que, se tomados corretamente, proporcionam vida normal e com qualidade aos pacientes. Para os 30% restantes, há tratamentos alternativos, como estimulador cerebral profundo, e até cirurgias.

A neurologista explicou como devemos proceder quando presenciarmos uma crise convulsiva e, principalmente, o que não devemos fazer. Se você vir uma pessoa tendo uma crise convulsiva, não coloque nenhum objeto na boca dela, nem tente puxar a sua língua. Se ele mordeu a língua e está com a boca sangrando, espere a crise passar. Você pode lateralizar a cabeça do doente e colocar um objeto confortável abaixo da sua cabeça, para evitar que, caso ele vomite, não engasgue com o seu próprio vômito.

As crises duram, em média, 4 minutos. Se o doente tiver crises sucessivas, ligue para o SAMU, porque a pessoa precisa de atendimento especializado. Durante a crise, não faça nada com a pessoa. Deixe-a livre. Não dê alimentos e líquidos para ela tão logo saia da crise, pois ela pode engasgar.

O estresse cada vez mais está relacionado com a epilepsia. É comum que o doente, quando submetido a situações de estresse, tenha crises. O estresse não é causa, mas há uma relação entre ele e crises convulsivas pelo desencadeamento de neurotransmissores.

É importante não só acabar com mitos e tabus, mas capacitar profissionais para diagnosticar a doença e dar o atendimento necessário aos doentes.

O dia 26 de março marca o dia da Conscientização Mundial da Epilepsia, com o intuito de dar visibilidade à doença e informar as pessoas sobre ela.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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