O absorvente interno é perigoso? Confira aqui!


Tem sido comum ouvirmos falar de mortes causadas pelo uso de absorvente interno, não só no Brasil como no mundo inteiro. Mas será que os absorventes internos fazem mesmo assim tão mal a ponto de causar a morte?

Há pouco tempo, o Terra noticiou o caso de uma adolescente de 14 anos que morreu vítima de uma rara infecção após usar um absorvente interno pela primeira vez. A família dela descobriu que ela morreu de Síndrome do Choque Tóxico (SCT), uma infecção fatal provocada por uma toxina bacteriana produzida pelas bactérias Gram-positivas Staphylococcus aureus (mais frequente) ou Streptococcus pyogenes.

Os riscos do absorvente interno

absorvente interno dois

Síndrome do choque tóxico

Nessa síndrome, foram identificados em muitos casos o acúmulo de sangue menstrual em absorventes internos que utilizavam fibras sintéticas e produtos químicos que ampliavam sua absorção. Dentre os sintomas da doença estão:

Febre alta (mais de 39°C)

Pressão sanguínea baixa

Vermelhidão, erupção difusa, branqueamento com descamação subsequente, especialmente das palmas e solas dos pés

Envolvimento de três ou mais sistemas:

Envolvimento gastrointestinal (vômito, diarreia)

Hiperemia da membrana mucosa (vaginal, oral, conjuntival)

Insuficiência renal

Inflamação hepática

Trombocitopenia

Envolvimento cerebral (confusão, dor de cabeça ou convulsão)

A incidência da doença é de 15 a 52 casos em cada milhão de habitantes. A mortalidade varia entre 30 e 70% dos casos. Entretanto, desde nos anos 1990, têm sido mais raros os casos associados ao uso de tampões.

Agrotóxico até em absorvente

Recentemente, cientistas argentinos descobriram restos de glifosato em gazes e absorventes, em 8 de 10 produtos que contêm algodão. Estima-se que 85% dos produtos de higiene pessoal que contêm algodão apresentam resíduos dessa substância. A questão precoupa mais se o produto for usado internamente, claro!

O glifosato é um ingrediente básico do herbicida RoundUp da Monsanto, tendo sido classificado pela OMS como uma substância potencialmente cancerígena.

O lado bom do absorvente interno

Apesar desses riscos, há quem defenda o uso dos absorventes íntimos. É o caso do ginecologista Caio Rosenthal, que explicou ao Bem-Estar que os casos de infecção são mínimos. Entretanto, ele aconselha higienizar bem as mãos antes de usá-los e fazer a troca deles para evitar infecções.

Outro ginecologista que defende os absorventes íntimos é o médico José Bento, que explicou que o interno é mais higiênico porque não entra em contato com a região genital, além de não friccionar a vagina. Sem falar no conforto e na mobilidade que proporciona à mulher – algo que é relativo, pois há mulheres que não se sentem cômodas com esse tipo de absorvente. Tanto que aqui no Brasil 88% disseram, em uma enquete realizada pelo Bem-Estar, que preferem o externo.

Cuidados: dicas para fazer um bom uso dos tampões

Mas não pense que apenas o absorvente interno oferece perigo à saúde da mulher, o externo também tem os seus riscos.

Alguns cuidados são essenciais para o uso de qualquer um deles, como:

* lavar as mãos,

* não dormir com absorvente interno,

* usar o tamanho adequado para o tipo de fluxo menstrual.

Confira mais dicas para usar bem o absorvente interno:

Para evitar infecções, respeite o tempo de troca

O tempo de troca entre um absorvente e outro deve ser respeitado para evitar o acúmulo de sangue. No caso do absorvente interno, a recomendação é trocá-lo a cada 4 horas.

Para evitar ressecamento e feridas, use o tamanho adequado

O tamanho do absorvente interno deve ser adequado ao fluxo menstrual. Além disso, ele não deve ser usado fora do período menstrual, ou quando este estiver no final, pois pode causar ressecamento na parede interna da vagina, microulcerações e descamação vaginal.

Alterne para evitar alteração do pH vaginal

Por estar dentro da vagina, o absorvente interno absorve, também, os mucos vaginais, podendo alterar o pH do local. Isso pode provocar infecções, já que reduz a imunidade. Esse risco ocorre, também, com o absorvente externo, mas é bem menor. Que tal alternar, durante a menstruação, os dois tipos de absorventes?

Higiene para evitar contaminação

As bactérias do meio ambiente podem entrar em contato com o interior da vagina através do absorvente interno, causando inflamações e, até mesmo, infecção urinária. Entretanto, isso é fácil de evitar lavando bem as mãos antes de manipulá-lo e introduzi-lo logo após retirar a embalagem protetora. Para evitar contaminação, procure trocar o absorvente toda vez que for evacuar.

Riscos ao dormir

O uso do absorvente interno não é indicado durante o sono, já que ele precisa ser trocado com mais frequência do que o absorvente externo. Prefira o absorvente noturno.

Algumas dúvidas frequentes

A Boa Forma organizou algumas informações para dirimir dúvidas frequentes sobre o absorvente interno. Confira a seguir:

1. E se a cordinha sumir?

O absorvente não corre o risco de ficar perdido dentro do corpo, pois não tem como ele sair da vagina, a não ser para fora. Caso aconteça de a cordinha entrar, basta fazer uma pinça com os dedos para puxá-lo. Se isso não der certo, procure o seu ginecologista. Procure sempre deixar a cordinha visível.

2. Existe o risco de vazar?

Não, a não ser que você tenha um ciclo muito forte e escolher um tamanho insuficiente (mini ou médio) para ele ou, mesmo que use o super, você ficar com ele por mais tempo que o indicado. Lembre-se que o tempo máximo de uso é 4 horas.

3. Por que não é bom ficar com ele por mais tempo?

A função do absorvente interno é obstruir a saída do sangue pela vagina. O algodão absorve o sangue, que, se permanecer por um tempo prolongado (mais de oito horas) em contato com a vagina, pode provocar o crescimento de bactérias capazes de alterar a flora vaginal e causar infecções genitais. Se o esquecimento for por dias, os riscos são maiores, como inflamações também no útero e nas trompas. Em casos mais graves (e raros), a bactéria pode chegar `a corrente sanguínea e causar uma infecção generalizada.

4. Quem tem DIU pode usar esse tipo de produto?

Sim, pois eles ocupam espaços diferentes. O DIU é inserido pelo ginecologista dentro do útero, já o absorvente fica na vagina. Localmente, o absorvente fica na entrada da vagina e o DIU fica mais em cima.

5. Como saber se está no lugar certo?

O seu corpo lhe dirá. Se você sentir um incômodo é porque o absorvente está mal colocado.

6. Qual é o melhor jeito de introduzi-lo?

Em pé, com uma perna flexionada e o pé apoiado no vaso sanitário. Forme uma pinça com os dedos e introduza o absorvente na vagina e empurre-o com o indicador até a metade do dedo ou use o aplicador.

7. Há algum tipo de contraindicação?

Não. Até mulheres virgens podem usar, mas nesse caso é melhor ir ao ginecologista para checar o tipo de hímen. A maioria das mulheres tem abertura circular, não oferecendo resistência, mas algumas podem apresentar uma película no meio, inviabilizando a introdução do absorvente.

Interno ou externo? Qual usar?

absorventes interno externo

Claro que isso depende da forma como se sente mais cômoda e do que atende melhor às suas necessidades. Cada mulher deve usar o absorvente a faça se sentir melhor, mas existem prós e contras de ambos os lados.

O absorvente interno é prático, marca menos e costuma deixar as mulheres mais seguras quanto a “acidentes”. Além disso, como vimos, muitos especialistas defendem que ele não oferece risco à saúde e que até é melhor por não abafar a vagina, evitando dermatites.

O absorvente externo favorece a concentração de umidade e calor na região íntima, condições perfeitas para que bactérias e fungos se desenvolvam na região vaginal, favorecendo doenças como candidíase, alergia e contaminações. Mas se as trocas forem feitas com regularidade e a higienização da área for feita corretamente, esses riscos são muito pequenos.

Resumindo: absorvente interno faz mal ou não?

Como vimos, se usado como indicado na embalagem, respeitando o tempo, tendo a devida higiene e usando um produto de boa qualidade, os riscos são ínfimos. Tanto o externo quanto o interno são suficientemente seguros. Um aspecto a ser levado em conta é que ambos poluem, pois são feitos com embalagens de plástico. Eles não são nada ecológicos. Para quem quer respeitar o meio ambiente e o seu próprio corpo, a melhor opção é o coletor menstrual. Além disso, o coletor menstrual é seguro, prático e econômico.

Uma boa opção: o coletor menstrual

O coletor menstrual evita que todo mês você compre absorventes, já que é um produto reutilizável. Ele pode durar até 10 anos, se usado corretamente. Ele também é confortável, dando mais liberdade aos movimentos do corpo. Você o esvazia no momento certo, sendo essa uma garantia de que ele não vai vazar e causar manchas nas roupas. Para limpá-lo fora de casa, basta uma toalha de papel. Outra vantagem é que ele evita odores desagradáveis.

O coletor também não ocupa espaço, cabendo em sua bolsa perfeitamente. Armazene-o em um saquinho próprio, de preferência de algodão. O tempo que o coletor pode ficar dentro do corpo é de até 8 horas seguidas. Ou seja, é uma ótima opção!

Agora que você está bem informada sobre os tipos de absorvente, ficou fácil escolher aquele que melhor atende as suas necessidades.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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