Estudo mostra que cloroquina não tem se mostrado eficiente no tratamento da Covid-19


Pacientes de Covid-19 que vinham sendo tratados com cloroquina e hidroxicloroquina vieram a óbito nos últimos dias no país.

O médico Gilmar Calasans Lima (55) faleceu na emergência do Hospital da Costa do Cacau, em Ilhéus, após se automedicar com hidroxicloroquina, de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia. Lima era hipertenso e diabético.

Ele teve uma parada respiratória, após usar de forma combinada hidroxicloroquina e azitromicina. Por ser médico, ele teve acesso à medicação. Um dos efeitos colaterais da hidroxicloroquina são alterações cardiovasculares.

A hidroxicloroquina, que seria a versão mais branda da cloroquina, foi liberada pelo Governo da Bahia, no dia 8 de abril, para uso exclusivo no tratamento de pacientes com diagnóstico positivo para a Covid-19 internados em hospitais das redes pública e privada do estado, informa o Jornal de Brasília.

Também no Rio de Janeiro, uma paciente morreu ao ser tratada com cloroquina. A mais jovem vítima de Covid-19 do estado, Kamilly Ribeiro (17) havia passado 20 dias na UTI de um hospital em Duque de Caxias e não apresentava quadro anterior de comorbidades.

A prefeitura da cidade defendeu-se dizendo que o tratamento obedeceu ao “protocolo do Ministério da Saúde para uso do medicamento” à base de cloroquina, informa o UOL.

Sem comprovação científica de eficácia e maior taxa de mortalidade

Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na revista científica “New England Journal of Medicine” afirma que a hidroxicloroquina não mostrou benefícios no tratamento de pacientes com Covid-19. A pesquisa foi realizada com 368 pacientes internados em hospitais de veteranos do país, como informa a Tribuna de Minas via Associated Press.

Além da não eficácia da medicação, cerca de 28% dos pacientes submetidos ao tratamento com hidroxicloroquina morreram, em comparação com aqueles que receberam o tratamento usual, cuja morte foi de 11%. A taxa de morte de pacientes que receberam a administração de hidroxicloroquina com azitromicina ficou em 22%.

Embora não tenha sido um experimento rigoroso, ainda que realizado em todo o país, foi o mais abrangente na análise do medicamento, seja usado sozinho, seja acompanhado do antibiótico azitromicina.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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