Tumores são capazes de se nutrir de emoções negativas, diz novo estudo


Um novo estudo publicado na revista Nature Medicine revelou uma conexão direta entre o sofrimento emocional e a resposta fraca à imunoterapia em pacientes com câncer, especificamente com melanoma metastático. O estudo, liderado pelos professores Cristian Black e Lonneke Van de Poll-Franse do Netherland Cancer Institute, destacou a associação entre ansiedade, estresse e depressão e a ineficácia do tratamento contra o câncer.

Os resultados mostram que os tumores são capazes de se nutrir de emoções negativas, utilizando-as para crescer e resistir aos tratamentos destinados a combatê-los. Esta descoberta é uma extensão de estudos prévios que já indicavam a influência negativa do estado emocional na progressão do câncer e nas respostas aos tratamentos antitumorais.

O estudo demonstra uma ligação entre as reações emocionais adversas e a regulação da resposta imunológica antitumoral.

Segundo os autores, há indícios de que a sinalização adrenérgica desempenha um papel crucial nessa regulação. A imunoterapia, um método de tratamento que reforça a resposta do sistema imunológico contra células tumorais, tem sido uma nova esperança para deter a progressão do câncer. Entretanto, evidências recentes enfatizam a importância da saúde psicológica e emocional no resultado do tratamento, especialmente para pacientes lidando com o câncer.

O estudo analisou pacientes submetidos à imunoterapia neoadjuvante para melanoma, revelando que aqueles com sofrimento emocional antes do tratamento tiveram uma resposta reduzida à terapia em comparação aos que não apresentavam sinais de estresse, ansiedade ou depressão.

Além disso, o sofrimento emocional foi associado a um maior risco de recorrência e metástases aos 2 anos após o tratamento. Ou seja, os sentimentos negativos, como ansiedade, estresse e depressão podem promover o crescimento e a resistência do tumor, afetando a resposta do sistema imunológico e indicando a necessidade de apoio psicológico desde o início do tratamento, porque se mostra vital.

Além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, esse suporte pode reduzir a influência negativa das emoções no crescimento tumoral e fortalecer a resposta aos tratamentos de imunoterapia.

O estudo Association between pretreatment emotional distress and neoadjuvant immune checkpoint blockade response in melanoma foi publicado na Nature Medicine.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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