Dia de Finados: origem da tradição, história e curiosidades


No dia 2 de novembro, comemora-se aqueles que se foram. O Dia de Finados ou Dia dos Mortos é uma forma de lembrar as pessoas queridas que estiveram conosco, celebração que varia de acordo com cada cultura.

No Brasil, um país onde a tradição católica conduziu o Dia de Finados, o 2 de novembro é celebrado de uma maneira contida, para não dizer tristonha, com visitas a túmulos em cemitérios.

Mas nem em todo lugar é assim, por exemplo no México, o Finados é dia de festa:

De acordo com o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor de Ciências da Religião da PUC-SP:

“Na Igreja Católica, a liturgia de Finados foi iniciada por Santo Odon de Cluny e oficializada no ano de 998”, contou ele à BBC News Brasil.

Altemeyer comenta, ainda, que:

“Para os católicos, é dia de penitência e recolhimento. Na casa de minha avó e de minha mãe, não se podia ligar rádio nem televisão. Era tempo de silêncio interior e exterior, dia de recitar o Salmo 24″.

Antes mesmo de a Igreja Católica institucionalizar o Dia de Finados, o livro De Cura pro Mortuis Gerenda, de Santo Agostinho, datado do ano 421, é considerado um marco para o culto cristão aos mortos.

“Entre outras coisas, fala da utilidade da oração pelos mortos (antiquíssimo testemunho do Purgatório, ainda que tal palavra não apareça), a possibilidade da aparição dos mortos aos vivos (por meio do ministério dos anjos ou por permissão direta de Deus), a oração dos santos falecidos a nosso favor, o dia que a Igreja dedica a todos os falecidos (Dia de Finados)”, conta o especialista.

História do Dia de Finados

Desde o século II, já há registros de que os cristãos oravam por seus falecidos e visitavam os seus túmulos, embora apenas no século X a Igreja Católica tenha instituído o Dia de Finados. Mas, no século V, a instituição começou a dedicar o costume anual de rezar pelos mortos.

Naturalmente, a celebração aos mortos não é uma prática somente católica. Ela está presente em várias formas de religiosidade, já que a morte é parte da vida.

Curiosidades sobre o Dia de Finados pelo mundo

No Brasil, existe o mito de que em todo Dia de Finados chove. De fato, essa é uma tradição que parece resistir na história. Vai se aproximando a data e aquela chuvinha fina e intermitente vem para ornar a atmosfera de recolhimento. É comum os cristãos visitarem os túmulos dos entes queridos levando flores para adorná-los e rezar por suas almas.

Já os celtas, por exemplo, que acreditavam em vida após a morte, reuniam-se em suas casas no dia 1º de novembro para homenagear e evocar os que já se foram.

Na Tailândia, país onde predomina a religião budista, os mortos são homenageados em procissões com música e desfiles de máscaras.

No Japão, é costume realizar uma oferenda de arroz e algas para alimentar as almas dos mortos.

No protestantismo, a data não é comemorada, já que a religião não crê em purgatório, como a Igreja Católica.

Sem dúvida, a mais famosa festa em comemoração aos mortos ocorre no México. O Día de los Muertos é uma celebração emocionante que toma as ruas de todas as cidades do país. Amigos e familiares levam para os cemitérios a música, a comida e a bebida preferidas do morto, fazendo da morte algo muito vivo. É comum ver grupos ao redor do túmulo cantando, comendo e bebendo enquanto contam casos da pessoa quando viva. É uma forma de, pela memória compartilhada, tornar aqueles que se foram ainda presentes.

Seja como for, a morte é inerente à vida e, por mais doloroso que seja não poder mais estar em presença de alguém querido, existem formas bonitas de celebrar quem foi importante para nós.

Celebremos

Para quem perdeu algum ou alguns entes queridos recentemente, deixamos esse curta-metragem muito sensível para entender de uma forma simples, poética e linda como é a vida da morte. São apenas 5 minutos de filme. Muito tocante, imperdível.

Salmo 24

Para os católicos tradicionalistas, deixamos o Salmo 24 para orar em silêncio, como lembrança e homenagem aos seus ancestrais.

Oração aos Antepassados

Ouça nesse vídeo da Regina Tavares uma oração que é um mix de Ho’oponopono, com a Sutra Sagrada e ensinamentos da Grande Fraternidade Branca.

Bom para limpeza espiritual e para receber bençãos ancestrais.

Fontes:

  1. BBC News Brasil
  2. Segredos do Mundo

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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