Desempenho dos alunos no Brasil está abaixo da média


O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, na sigal em inglês), coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é uma avaliação trianual que traça o perfil educacional de cada país e apresenta indicadores de monitoramento dos sistemas de ensino com o intuito de melhorar as políticas públicas educacionais. O programa mede o desempenho de alunos nas áreas de Ciências, Leitura e Matemática. Novamente, o país não mostrou resultados muito promissores pois o desempenho dos alunos brasileiros está abaixo da média dos países da OCDE.

Um país que não sabe fazer contas, não entende conceitos básicos em ciências e tampouco sabe interpretar um texto

Como a avaliação é trianual, os últimos dados são de 2012. Naquele ano, os resultados já eram desaminadores e nesta avaliação (referente a 2015), o desempenho de nossos alunos em matemática e ciências piorou ainda mais enquanto a capacidade de leitura e de interpretação de um texto é, e sempre foi nesta avaliação, uma coisa vergonhosa.

Em matemática existem 6 níveis que avaliam o desempenho na disciplina. A média brasileira é 377 pontos enquanto os países bem avaliados receberam pontuação 550 em média. A média geral foi de 490. O Brasil ficou abaixo do nível 2 (patamar mínimo)!

Em leitura, idem. Média abaixo do nível 2! Pontuação 407 em comparação com a pontuação 493 dos países da OCDE. Brasil, desde 2000 quando começou-se a fazer tais avaliações, resulta bem abaixo da média dos países da OCDE em termos de leitura e capacidade de interpretar um texto.

Em ciências tampouco Brasil vai bem e persegue no seu pífio desempenho abaixo do nível 2.

Diagnóstico da educação brasileira

Os principais resultados brasileiros foram:

• O desempenho dos alunos no Brasil está abaixo da média dos alunos em países da OCDE em ciências (401 pontos, comparados à média de 493 pontos), em leitura (407 pontos, comparados à média de 493 pontos) e em matemática (377 pontos, comparados à média de 490 pontos).

• A média do Brasil na área de ciências se manteve estável desde 2006.

• A média do Brasil na área de leitura também se manteve estável desde o ano 2000. Embora tenha havido uma elevação na pontuação de 396 pontos em 2000 para 407 pontos em 2015, esta diferença não representa uma mudança estatisticamente significativa.

• Na área de matemática, houve um aumento significativo de 21 pontos na média dos alunos entre 2003 a 2015. Ao mesmo tempo, houve um declínio de 11 pontos se compararmos a média de 2012 à média de 2015.

• O Brasil tem uma alto percentual de alunos em camadas desfavorecidas: 43% dos alunos se situam entre os 20% mais desfavorecidos na escala internacional de níveis sócioeconômicos do PISA, uma parcela muito superior à media de 12% de alunos nesta faixa entre os países da OCDE.

• Uma parcela muito reduzida de pais de alunos alcançaram o nível superior de ensino no Brasil. Menos de 15% dos adultos na faixa etária de 35 a 44 anos de idade possuem um diploma universitário, uma taxa bem menor que a média de 37% observada entre os países da OCDE. Entre os países que participaram do PISA 2015, o Brasil está entre os 2 países com a menor proporção de adultos com nível superior, ficando atrás apenas da Indonésia onde menos de 9% dos adultos nesta faixa etária alcançaram este nível de escolaridade. A faixa etária entre 35 e 44 anos corresponde aproximadamente à idade dos pais de alunos que participaram do PISA 2015.

Os países com os melhores resultados

Os países da Ásia ocupam os melhores lugares no ranking do PISA, sendo Cingapura o líder na área educacional. Os outros países mais bem colocados foram: Japão, Estônia, Taiwan, Finlândia, Macau, Canadá, Vietnã, Hong Kong e China.

O que fazer para mudar a educação no Brasil?

Como os dez países mais bem avaliados conseguem apresentar bons índices educacionais? Quais são os aspectos valorizados por eles que aqui no Brasil não são empregados?

Para a BBC, Andreas Schleicher, diretor de educação da OCDE e coordenador das provas do PISA, apontou cinco mudanças que o Brasil e os países da América Latina devem promover para melhorar a sua educação. Confira os cinco pontos destacados pelo especialista:

1. Encarar a desigualdade

A educação brasileira e latino-americana tem muito o que melhorar. Schleicher avalia que a educação na região é um “elefante na sala”, isto é, um problema dominante muito pouco discutido efetivamente, já que o problema na educação é decorrente da desigualdade social. Segundo Schleicher, “a desigualdade na América Latina é, em sua maior parte, planejada”.

“Basicamente, se você vem de uma família com recursos, vai frequentar um colégio talvez privado, se formar e depois o governo lhe dará muito dinheiro quando você conseguir uma das poucas vagas nas universidades públicas. Você se sairá bem”, afirma ele.

Leia mais: DIFERENÇAS ENTRE RICOS E POBRES IMPACTAM NA APRENDIZAGEM

2. Tornar a carreira de professor mais atraente

Tornar a carreira docente mais atraente não significa apenas melhores salários. Schleicher diz que alguns países latino-americanos até pagam bem os seus professores, mas não fazem com que a profissão de professor seja atraente intelectualmente.

Para ele, “isso significa oferecer mais oportunidades para que os professores colaborem” e, para isso, é preciso investir mais em profissionalização.

3. Ensinar a pensar como um cientista

“Creio que um grande desafio para a América Latina é afastar-se de um sistema centrado no ensino de conteúdos, quer dizer, priorizar que os estudantes aprendam a pensar como um cientista, um matemático, um filósofo ou um historiador“, aponta Schleicher.

4. Ensinar poucas coisas, mas em profundidade

Segundo Shleicher, os sistemas de ensino com os melhores desempenho focam em três coisas: rigor (o nível de exigência dos alunos é muito alto), concentram-se em ensinar poucas coisas, mas “muito, muito bem” e, em terceiro, está um elemento chamado coerência ou progressão na aprendizagem.

5. Melhorar o ensino pré-escolar

De acordo com Schleicher, o ensino pré-escolar é determinante para o desempenho posterior dos alunos. Para ele, é preciso investir na melhoria do ambiente de aprendizagem. Embora o acesso à educação pré-escolar tenha melhorado na América Latina, é preciso investir em qualidade.

“Deve haver um componente de educação forte, e não me refiro apenas à aprendizagem tradicional, mas a competências sociais, emocionais. Sempre se deve assegurar que quem educa essas crianças seja qualificado”, defende o especialista.

Evasão escolar

Outro problema diagnosticado pelo PISA é o alto número de estudantes fora da escola na educação secundária. O primeiro passo para combater a evasão escolar é entender por que os estudantes abandonam a escola.

Na visão de Schleicher, muitos jovens não percebem que a educação vai ajudá-los na vida. As escolas precisam ajudar os alunos a terem uma vida melhor.

Confira aqui o relatório completo da OCDE sobre a avaliação do PISA.

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Foto: Claudia Martini




Redação greenMe

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