Segurança nas redes: brasileiras são as segundas mais assediadas do mundo


O Brasil é um dos países do mundo mais violentos para as mulheres. E no mundo on line não é diferente.

É o que revela uma pesquisa internacional feita pela ONG Plan International que escutou 14 mil adolescentes e jovens de 22 países, com idades entre 15 e 25 anos.

Os resultados? 58% das entrevistadas afirmaram já terem sido assediadas virtualmente. No Brasil, esse número é ainda mais elevado: 77% das mulheres sofreram assédio, o que coloca o país no segundo lugar do grupo.

Os relatos são de assédios variados, como conotação sexual, aparência física, comentários racistas ou relacionados à comunidade LGBTQ+ ou até por expressar opiniões políticas, como informa a Carta Capital.

A razão pela qual o Brasil ocupa a segunda posição de agressões on line se deve ao fato de estar, também, no segundo lugar da lista de países que mais acessam a internet e as redes sociais. 

Segundo a gerente de marketing e de comunicação da Plan International Brasil, Ana Paula de Andrade:

“No Brasil, 99% delas as utilizam, por isso é impossível pedir para que essas meninas saiam das redes sociais e da internet. Essa é uma realidade hoje, principalmente neste contexto de pandemia em que as pessoas estão cada vez mais conectadas seja pelo lazer, estudos ou para expressar suas opiniões. É mais uma questão de a gente tornar esse ambiente mais saudável e mais seguro do que pedir que essas meninas e jovens mulheres não frequentem (as redes)”.

Um dado importante destacado por Andrade é que 46% das vítimas contaram denunciar o assédio, um índice, segundo ela, muito bom porque revela o nível de conscientização das brasileiras.

Assédio infantil

Entretanto, um dado preocupante levantado pela pesquisa foram casos de assédios com meninas de 8 anos de idade. A maioria das entrevistadas (42%) revelou ter sofrido o primeiro assédio quando tinham entre 12 e 16 anos.

“Há relatos de primeiros assédio entre 8 e 11 anos. Em teoria, essas meninas nem poderiam estar em redes sociais, não deveriam ter perfil pois os termos de uso do Facebook e Instagram determinam a idade mínima de 13 anos. Mas a gente sabe que, na realidade, as crianças estão acessando e muitas vezes sem a supervisão dos pais”, expõe Andrade.

Segurança de dados

Cada vez mais é fundamental discutir a segurança no uso da internet e das redes sociais, sobretudo, quando os usuários são adolescentes e crianças. Aliás, esse grupo nem deveria ter acesso à internet sem a supervisão dos pais ou responsáveis.

A exposição nas redes pode trazer consequências desastrosas e para a toda a vida de uma criança ou adolescente. Pais, responsáveis e educadores precisam falar abertamente com as crianças e jovens sobre esse tema, conforme já alertamos aqui:

https://www.greenme.com.br/viver/costume-e-sociedade/5774-exposicao-redes-sociais-riscos-como-evitar/

Está comprovado que não existe segurança nas redes sociais, haja vista o caso Snowden e WikiLeak. Os documentário da Netflix “O dilema das redes” também expõe isso claramente, assim como o documentário disponível na Globo Play “Eles estão entre nós”,  que mostra a aliança política entre religiosos e a Cambridge Analytica e suas empresas de fachada que mudaram o equilíbrio da política contemporânea no mundo todo.

Existem algumas formas de minimizar a exposição nas redes sociais às crianças?

Nós também publicamos aqui, um minguia para proteger as crianças dos abusos on line.

https://www.greenme.com.br/viver/especial-criancas/4969-internet-segura-miniguia/

É fundamental acompanhar os passos dos filhos nas redes sociais e educá-los, também, para a convivência na vida on line.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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