Movimento LGB Internacional declara independência e se distancia da “ideologia de gênero”


O Movimento LGB Internacional é uma federação que reúne organizações de lésbicas, gays e bissexuais de vários países. Inspirado na LGB Alliance, criada no Reino Unido em 2019, o movimento busca reconstruir uma rede voltada para pessoas LGB que não se identificam com a ideologia de gênero. Entre suas principais pautas, defendem o direito legal de organização separada com base no sexo biológico e na orientação sexual, o direito de adultos e jovens de amadurecer, desenvolver e explorar sua sexualidade e personalidade livremente, e a proteção de crianças contra tratamentos médicos de transição.

O lançamento oficial do movimento veio acompanhado de um vídeo onde membros de diferentes países explicam os motivos dessa “declaração de independência”.

“Estamos declarando a nossa independência porque estamos cansados de pessoas que não são lésbicas, gays ou bissexuais falando em nosso nome”;

“Ser feminino não faz de você uma fêmea”;

“Estamos declarando a independência LGB porque já temos pronomes o suficiente”.

A principal crítica do movimento é a expansão constante da sigla LGBTQ+, que em algumas versões chega a LGBTQQIP2SAA, e a prioridade dada, segundo eles, a pautas de identidade de gênero. Para o LGB Internacional, isso teria desviado o foco de questões históricas e urgentes da comunidade LGB, como a criminalização da homossexualidade em diversos países, a falta de reconhecimento legal para casais do mesmo sexo e a discriminação persistente contra gays e lésbicas.

O presidente do LGB Internacional, Frederick Schminke, declarou que

“os grupos que antes representavam homossexuais estão hoje completamente dedicados à ideologia de identidade de gênero”

e que os direitos das pessoas atraídas pelo mesmo sexo vêm sendo deixados de lado.

Para Bev Jackson, cofundadora da LGB Alliance no Reino Unido, a nova federação oferece aos jovens homossexuais

“uma alternativa diante da pressão para se identificarem como trans e passarem por tratamentos médicos irreversíveis”.

Na prática, o movimento defende uma agenda baseada em sexo biológico e orientação sexual, sem reconhecer identidade de gênero como categoria válida para políticas públicas. Em seus documentos, afirma também que crianças devem ser protegidas de tratamentos de transição médica e que a liberdade de expressão precisa ser garantida em debates sobre gênero.

Polêmica

A criação do LGB Internacional já desperta reações. Simpatizantes afirmam que a separação dá clareza às pautas de gays, lésbicas e bissexuais, recuperando demandas que estariam sendo ofuscadas. Críticos, por outro lado, alertam que esse afastamento pode fragilizar a luta coletiva contra a discriminação e aumentar a marginalização de pessoas trans e de outras identidades de gênero.

A iniciativa coloca em debate uma questão sensível: a ampliação constante da sigla fortalece a representatividade ou, como sugerem os organizadores do LGB Internacional, transformou o movimento em algo confuso e pouco compreendido pela sociedade?

E você, o que pensa? Essa “independência” é um passo necessário para proteger direitos de gays e lésbicas ou um retrocesso que divide e enfraquece ainda mais a luta por igualdade?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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