Conheça um dispositivo de beijo à distância. Você beijaria?


Cada dia aparece uma novidade digital. A de hoje é o dispositivo de beijos à distância! Sim, isso mesmo! Com esse dispositivo é possível dar e receber beijo de forma remota.

Como funciona o dispositivo de beijos?

O dispositivo funciona através da transmissão de dados do beijo dos usuários, coletados por meio de sensores de movimento escondidos em lábios de silicone. Emite sons e aquece levemente quando beijado e se movem simultaneamente ao repetir os beijos recebidos.

A invenção é de uma startup chinesa – a Siwei Fushe, com sede em Pequim – e recebeu a designação de MUA. O nome se refere ao som que as pessoas fazem ao enviar um beijo.

Motivação para a invenção do MUA

A invenção foi motivada pelos isolamentos causados pelos severos bloqueios na China, para conter a Covid-19.

“Eu estava em um relacionamento naquela época, mas não consegui encontrar minha namorada devido aos bloqueios”, disse o inventor, Zhao Jianbo.

Na época, ele era aluno da Academia de Cinema de Pequim e passou a se concentrar no projeto de pós-graduação sobre a falta de intimidade física nas videochamadas. Foi, então, que, posteriormente, ele montou a startup Siweifushe e lançou o MUA em 22 de janeiro deste ano.

O dispositivo custa 260 yuans (US$ 38) e, duas semanas após seu lançamento, a empresa vendeu mais de 3.000 máquinas de beijos e recebeu cerca de 20.000 pedidos.

Como funciona o MUA?

O MUA é semelhante a um suporte móvel constituído por lábios proeminentes e macios.

Para usá-lo, aqueles que se relacionam à distância devem baixar um aplicativo em seus smartphones e emparelhar suas máquinas de beijos aos telefones. Ao beijarem o dispositivo, o mesmo retribui o beijo (como se fosse a outra pessoa da relação).

Reportagem sobre essa invenção

A agência de notícias Reuters mostra como funciona o dispositivo e entrevista os envolvidos na criação:

Choveram críticas

A nova tecnologia tem recebido comentários e críticas de todos os tipos. Algumas pessoas sentem estranheza, preocupação ou desconforto ao assistir as cenas do beijo virtual. Alguns acham bizarro ou irônico, enquanto outros demonstram indignação pela situação em que a humanidade chegou.

Veja alguns dos comentários traduzidos do post publicado pelo The Guardian no Instagram:

  • A humanidade falhou
  • Acabando com todas as interações humanas. A geração mais jovem nem sabe mais como se comportar em público, como se aproximar em público, como ter uma conversa fiada, como convidar alguém pessoalmente para um encontro… E a lista pode continuar… pessoas à espera, em casa, com os seus gadgets…
  • Que mundo triste em que vivemos. Triste, como chegarmos a isso….
  • Mais uma invenção estranha que infelizmente destaca o profundo estado de desespero e solidão em que muitas pessoas se encontram.
  • A humanidade está morta
  • Isso é tão embaraçoso
  • Caro pessoal técnico, talvez cuide da poluição e destruição total dos ecossistemas do planeta primeiro? Não? Talvez, ajude com a reciclagem nos países do terceiro mundo? Construa uma infraestrutura de esgoto antes de uma máquina de beijos de longa distância
  • Enquanto isso, nossa biodiversidade está morrendo, nossos oceanos estão se esvaziando e 6,7 milhões de pessoas morrem prematuramente devido à poluição do ar interna e externa
  • Eu apenas penso, toda a energia, talento, dinheiro, esforço que foi gasto para criar isso, e se fosse para criar políticas justas e razoáveis que apoiem os humanos. A começar pelo abrigo/alimentação digna e assistência médica como direito.

MUA não é o primeiro dispositivo de beijo remoto

Uma curiosidade é que o MUA não é o primeiro dispositivo de beijo remoto. Em 2011, pesquisadores da Universidade de Eletrocomunicações de Tóquio inventaram uma “máquina de transmissão de beijos” e, em 2016, o Imagineering Institute da Malásia criou um dispositivo semelhante chamado “Kissinger”.

Como visto, os avanços tecnológicos e a realidade contemporânea estão mudando a forma das pessoas se relacionarem e mecanizando cada vez mais o ser humano!

E na sua opinião? Você beijaria essa boca?

Fontes:

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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