Frida Kahlo – A Vida de uma Mulher Guerreira


Mulher pequena em tamanho, Frida Kahlo era grande em sentimentos e emoções, transbordava paixão por aqueles que se encantava e amor pela Arte. Para ela não tinha meio termo, tudo era intenso! Amou, sofreu, traiu, perdoou, mas sua arte, nunca abandonou e, atravé dela, sublimou todas as suas dores. Neste conteúdo apresentamos essa mulher mexicana, cujo nome de batismo é Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón, porém, ficou conhecida, mundialmente, como Frida Kahlo.

Sua fama e notoriedade, até nos dias de hoje, se deve à sua originalidade e expressividade, e, sua trajetória na arte e em sua vida pessoal.

Vamos conhecer mais sobre Frida Kahlo, a seguir, confiram!

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Frida Kahlo, breve biografia

Frida Kahlo nasceu em Coyoacán, uma delegação da Cidade do México, em 6 de julho de 1907.

O pai de Frida, Guillermo Kahlo, (1871 – 1941), foi um fotógrafo alemão, proveniente de uma família judaica de origem húngara, que imigrou para México em 189. A mãe de Frida se chamava Matilde Calderón y González (1876 – 1932), uma rica mexicana de origem espanhola.

Em sua infância, ela e sua família enfrentaram e foram acometidas por um surto de poliomielite (pais, ela e a irmã mais nova), se recuperaram da doença mas ficaram algumas sequelas.

Desde cedo, diante das dificuldades que passou em sua existência, Frida desenvolveu uma personalidade muito forte, um talento artístico único e espírito independente.

Era intensa e apaixonada, avessa à convenções sociais.

Estudou no Colegio Alemán, uma escola alemã, e, em 1922, decidiu que queria se tornar médica.

Cursou o preparatório da Escola Nacional, onde, se juntou aos Cachuchas, um grupo de alunos que usavam boné como sinal distintivo e apoiavam o socialismo nacional. Ela gostava, nessa época, de pintar retratos de seus amigos e companheiros de diversão.

Frida conheceu Alejandro Gómez Arias, estudante de direito e jornalista, líder e inspirador dos Cachuchas, pelo qual, acabou se apaixonando.

Na pintura, Frida, expressava e colocava, para fora, o que a incomodava.

André Breton, Trotsky, Picasso e Rockefeller, foram alguns romances que Frida teve, além de Diego Rivera, com quem casou por duas vezes, terminado por se separar, definitivamente.

Seu relacionamento com Diego Rivera foi conturbado, cheio de traições de ambas as partes, mas ao, mesmo tempo, vivenciado com muita paixão pelos dois.

Frida dizia que nasceu em 1910, porque ela era uma filha da Revolução Mexicana, acontecimento que ocorreu nesse ano, e, assim, filha, do México moderno.

Um evento terrível em 17 de setembro de 1925, aos 18 anos, mudou sua vida e a fez viver em isolamento, limitação e sofrimento, tendo apenas a arte como conforto e uma forma de sublimar essa vivência, podendo expressar o que sentia e lhe afligia.

Esse acidente ocorreu quando Frida estava indo para a escola, em um ônibus com Alejandro Gómez, voltando para casa, minutos depois, foi vítima de um choque entre o veículo em que estava viajando e em um bonde.

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O ônibus bateu em uma parede.As consequências do acidente foram muito graves para Frida:

  • A coluna vertebral quebrou, em três pontos na região lombar
  • Sua perna esquerda teve 11 fraturas
  • Teve o fêmur e as costelas fraturados
  • O pé direito foi esmagado
  • O ombro esquerdo foi atingido pela batida
  • O osso pélvico quebrado, em três pontos.
  • Um corrimão de ônibus atravessou sua vagina

Durante sua vida ele teve que passar por 32 operações cirúrgicas. Saindo do hospital, ela ficou convalescendo, um bom tempo na cama, de sua casa com ainda com o seu busto inchado.

Para superar essa situação, Frida se dedicou a leitura de livros sobre o movimento comunista e a pintura.

Sua primeira obra foi um auto-retrato

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Seus pais providenciaram para Frida uma cama com um dossel (armação) que servia de suporte para um espelho, para que ela pudesse ver as tintas e a si mesma, já que ela não podia se levantar.

Ela, dessa forma, fez uma série de auto-retratos, durante seu período de convalescença.

“Eu me pinto porque eu fico muito tempo sozinha e eu sou a pessoa que me conheço melhor”, dizia ela.

Depois de sua recuperação e da remoção do emplastro, ela voltou a caminhar, mas, as dores continuaram, a acompanhando durante toda a sua existência.

Sua saúde foi se minando, gradativamente.

Alguns anos antes de sua morte, sua perna direita foi amputada, por conta de uma gangrena.

Ela morreu de embolia pulmonar aos 47 anos em 1954.

Seu corpo foi cremado e suas cinzas ficaram na Casa Azul, lugar ela morou. Após sua morte, sua residência foi transformada on Museu Frida Kahlo.

As últimas palavras que ela escreveu, em seu diário, foram:

“Espero que o fim seja alegre e espero nunca mais voltar”.

Frida Kahlo e Diego Rivera

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Fonte foto

Frida Kahlo casou-se duas vezes, em 1929 e em 1940, ambas com o muralista (pintor de murais artísticos) mexicano, Diego Rivera.

Rivera ficou muito impressionado com o estilo moderno de Frida, então, ele a inseriu no cenário político e cultural mexicano. Ela se tornou ativista do Partido Comunista Mexicano, ao qual se inscreveu em 1928.

Participou de inúmeros eventos com Diego Rivera e se apaixonou por ele.

Em 1929 eles se casaram

Ele era mulherengo e, ela sabia que ele, acabaria por traí-la. Por conta da insegurança afetiva e sofrimento sentimental que vivia em seu relacionamento com Diego Rivera, ela se envolveu em muitas relações extraconjugais, incluindo várias experiências homossexuais.

Seu marido Rivera recebeu um convite e encomenda de um trabalho nos EUA, uma parede dentro do Rockefeller Center, em Nova York, e afrescos para a Feira Mundial de Chicago .

Após a emoção do afresco no Rockefeller Center, em 1933, no qual, Diego Rivera retratou um trabalhador com o rosto de Lênin (Líder comunista da Rússia), aconteceu a decepção. Devido às reações e às críticas que recebeu da Imprensa norte-americana, seu trabalho foi interrompido, essa obra desfeita e seus projetos e encomendas cancelados.

Por outro lado, no mesmo período de sua permanência em Nova York, Frida descobriu que estava grávida, porém, veio a sofrer um aborto espontâneo.

Triste com o acontecimento, ela decidiu voltar para o México com seu marido.

Os dois passaram a viver em casas separadas, conectadas por uma ponte, para que cada um tivesse seu próprio espaços artístico.

Em 1939, eles se divorciaram por causa da traição de Rivera com Cristina Kahlo, a irmã de Frida.

Rivera e Frida reataram o romance um ano depois, apesar da traição, eles se amavam.

Ele a pediu em casamento, novamente, ela aceitou, com reservas, pois estava muito desapontada com a infidelidade dele.

Eles voltaram, em 1940, para São Francisco. Ela passou a pintar pequenos auto-retratos, inspirados na arte popular e nas tradições pré-colombianas da Cultura Mexicana.

Sua intenção era valorizar sua identidade mexicana, usando os assuntos e temas das civilizações nativas. A identidade mexicana era evidente, também, em seu modo de vestir e se enfeitar. Na verdade, Frida se inspirou no traje feminino de Tehuantepec, comunidade de Oaxaca, que era uma “sociedade matriarcal” (na qual, a mulher liderava). As mulheres dessa comunidade trabalhavam nos mercados locais e comandavam os homens. Este deve ter sido um dos aspectos que mais chamou a atenção de Frida, para esta comunidade.

O maior desconforto de Frida, era o fato de não ter filhos por ter sofrido vários abortos espontâneos.

Sua história de amor com Rivera foi escrita em um diário.

Uma das fases em que Frida mais pintou autorretratos foi, a partir de seu divórcio, em 1935, quando a artista saiu de casa e foi morar em um apartamento pobre, no centro da Cidade do México.

Mesmo após uma cirurgia em que teve que amputar os dedos do pé direito, ela lutou para obter independência econômica do ex-marido, pintando e vendendo seus quadros.

Os amantes de Frida

Frida com seu magnetismo e sensualidade exótica despertou a atração de várias pessoas famosas, tanto homens como mulheres.

Alguns de seus amantes foram:

  • O russo Aleksandra Kollontaj (1872-1952), que morou no México, de 1925 a 1926, como embaixador em Moscou
  • A amiga e, provavelmente, amante Tina Modotti, fotógrafa e militante comunista, no México da década de 1920
  • O revolucionário russo Trotsky, para o qual, Frida ofereceu exílio político, em sua casa, no ano de 1937
  • O pintor Pablo Picasso
  • O empresário de petróleo Rockefeller
  • O poeta André Breton

A arte de Frida

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Fonte foto

As principais obras da pintora são seus autorretratos, principalmente, uma série de quadros, em que ela aparece de corpo inteiro, muitas vezes, sangrando, sofrendo e em hospitais.

Frida Kahlo reúne, em uma só pessoa e obra, vários elementos que contribuíram para que sua imagem se tornasse um mito: o exótico, o mundo subdesenvolvido como pano de fundo e o ser mulher, além de um talento plástico inegável e original, disse, a professora da Universidade Autónoma Metropolitana de Xochimilco, Eli Bartra, autora de Frida Kahlo. Mujer, ideología, arte, em entrevista à BBC Brasil.

Lista de obras de Frida Kahlo

  • Auto-retrato com vestido de veludo – (1926) – coleção privada
  • Autorretrato – (1926)
  • Retrato de Alicia Galant – (1927) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Retrato de Miguel N. Lira – (1927) – Instituto Tlaxcalteca de Cultura, Tlaxcala
  • O ônibus – (1929) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Autorretrato – (1930)
  • Autretract com mono (auto-retrato com macaco) – (1930) – Albright-Knox Art Gallery, Buffalo (Nova York)
  • Frida e Diego – (1931) – Museu de Arte Moderna de São Francisco, São Francisco
  • Retrato de Eva Frederick – (1931) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Retrato de Luther Burbank – (1931) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Henry Ford Hospital (ou The Steering Wheel) – (1932) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Auto-retrato na fronteira entre o México e os Estados Unidos – (1932)
  • Meu Nascimento – (1932)
  • Meu vestido está pendurado lá (ou Nova York) – (1933)
  • Um pequeno soco – (1935) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Meus avós, meus pais e eu mesmo – (1936)
  • Autorretrato dedicado a Lev Trockij – (1934) – Museu Nacional das Mulheres nas Artes, Washington DC
  • Frida e Aborto – (1936) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • O falecido Dimas Rosas aos três anos de idade – (1937) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Meu pai e eu – (1937) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Lembre – se – (1937)
  • O que vi na água e o que a água me deu – (1938)
  • O Fruto do Coração – (1938)
  • O cachorro com ele – (1938)
  • Quatro Mexicanos – (1938)
  • Dois Nus na selva (Terra Mãe) – (1939) – Coleção Privada
  • Suicídio de Dorothy Hale – (1939) – Phoenix Art Museum, Phoenix
  • The Two Frida – (1939) – Museu de Arte Moderna, Cidade do México
  • Autorretrato com colar de espinhos – (1940)
  • Autorretrato com cabelos cortados – (1940) – Museu de Arte Moderna, Nova Iorque
  • Autorretrato com macaco – (1940)
  • Autorretrato para Dr. Eloesser – (1940)
  • The Dream (ou The Bed) – (1940)
  • Cesta de flores – (1941)
  • Eu com meus papagaios – (1941)
  • Autorretrato com macaco e papagaio – (1942)
  • Autorretrato com macacos – (1943)
  • A nova noiva que tem medo da abertura da vida – (1943)
  • Retablo – (cerca de 1943)
  • Portrait Like a Tehuana (ou Diego In My Thought) – (1943)
  • Pensando na Morte (1943) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Roots (1943) – Coleção privada
  • Diego e Frida 1929-1944 – (1944)
  • Fantasia – (1944) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • A Flor da Vida – (1944) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • A coluna colapsada – (1944) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Retrato de Donna Rosita Morillo – (1944) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • The chick – (1945) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • The Masquerade – (1945) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Moisés (ou The Solar Core) – (1945)
  • Retrato com macaco – (1945) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • Desesperança – (1945) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • The Little Deer – (1946)
  • Auto-retrato com cabelo solto – (1947)
  • Tree of Hope Holding Balance – (1946)
  • O sol ea vida – (1947)
  • Autorretrato – (1948)
  • Diego e eu – (1949) – Coleção privada
  • The Loving Embrace of the Universe, Earth, Diego, Me e Mr. Xolotl – (1949)
  • Autorretrato com retrato do Dr. Farill – (1951)
  • Retrato do meu pai – (1951) – Museu Frida Kahlo, Cidade do México
  • Por que eu quero ter seus pés se eu tiver asas para voar – (1953) – Museo de Frida Kahlo, Cidade do México
  • Autorretrato com Diego no meu Coração – (1953-1954) – Coleção Privada
  • Auto-retrato com Stalin (ou Frida e Stalin) – (cerca de 1954) – Museo de Frida Kahlo, Cidade do México
  • The Circle – (circa 1954) – Museu Dolores Olmedo Patiño, Cidade do México
  • O marxismo curará os doentes – (cerca de 1954) – Museu Frida Kahlo, Cidade do México
  • Live Life – (1954) – Museu Frida Kahlo, Cidade do México

Frida Kahlo e o feminismo

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Na década de 1950, Diego Rivera, marido de Frida a descreveu, da seguinte forma:

“A primeira mulher na história da arte a tratar, com absoluta e descomprometida honestidade, poderíamos, até dizer, com uma crueldade indiferente, aqueles temas gerais e específicos que, apenas, dizem respeito às mulheres”.

“Ela nunca se disse feminista, pelo menos, nunca se apresentou assim. Mas podemos ver como sua obra retrata um universo de mulher e de uma rebeldia contra condição social das mulheres da época”, explica Bartra (Eli Bartra, professora da Universidade Autónoma Metropolitana de Xochimilco, autora de Frida Kahlo. Mujer, ideología, arte).

Para Haghenbeck, (Francisco Haghenbeck, escritor mexicano, autor do livro O segredo de Frida Kahlo), Frida estava longe de ser a figura que, hoje, é apresentada, como exemplo de feminismo. Mesmo assim, ela foi uma rebelde, uma mulher firme de suas convicções e comprometida com seus ideais.

A obra de Frida chamada de Unos Cuantos Piquetitos (Uns cortes pequenos), feita em 1935, retrata uma mulher nua e ensanguentada, em cima de uma cama, com um homem em pé, ao lado, segurando uma faca, expressa a violência contra as mulheres e a condescendência da cultura machista para com o agressor, observa Eggert (Edla Eggert, pós-doutora em Estudos da Mulher pela Univesidade Autónoma Metropolitana de Xochimilco e professora da PUC – RS).

A obra foi feita depois que Frida leu uma notícia de que um homem que matou a esposa a facadas, por causa de ciúmes, ao se defender no tribunal, disse ao juiz: “foram apenas uns cortes pequenos”.

Unos Cuantos Piquetitos é a forma que Frida encontrou de denunciar a violência contra às mulheres, em decorrência do forte machismo, em sua época.

O maior contribuição da obra de Frida, foi a ideia de que assuntos considerados privados e pessoais na vida das mulheres deveriam ser tratados como políticos e públicos.

Frida se inquietava com a forma que as mulheres, de sua época, se portavam. Para ela o que era considerado recato feminino se tratava de repressão e falta de expressão e liberdade.

Relatos e frases famosas de Frida

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  1. Meu pai foi, para mim, um grande exemplo de ternura, de trabalho e, acima de tudo, de compreensão de todos os meus problemas. Devia ter 6 anos quando vivi, intensamente, a amizade imaginária com uma menina de minha idade.

    Não me lembro de sua imagem, nem de sua cor, porém, sei que era alegre e ria muito. Sem sons.

    Era ágil e dançava, como se não tivesse nenhum peso.

    Eu a seguia, em todos os seus movimentos, e contava para ela, enquanto ela dançava, meus problemas secretos. Quais?

    Não me lembro, porém, ela sabia, por minha voz, de todas as minhas coisas.

  2. E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega, em si, todas as chagas do mundo.
  3. Pinto a mim mesma, porque sou sozinha, e porque sou o assunto que conheço melhor.
  4. Não estou doente., estou partida, mas, me sinto feliz, por continuar viva, enquanto puder pintar.
  5. Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?
  6. Se existe vida após a morte, não me esperem, porque não vou.
  7. Eu costumava achar que eu era a pessoa mais estranha do mundo, mas, aí, eu pensei:

    Tem que ter alguém como eu, que se sinta bizarra e imperfeita, da mesma maneira, como eu me sinto.

    E, eu, imaginava esta pessoa, imaginava que ela, também, estivesse, lá, pensando em mim. Bom, espero que se você for essa pessoa e estiver lendo isto, saiba que, sim, é verdade, estou aqui!

    Sou estranha como você.

  8. Algum tempo atrás, talvez, uns dias, eu era uma moça caminhando, por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis.

    Tudo era misterioso e havia algo oculto. adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim.

    Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento, de repente, como um relâmpago iluminando a Terra!

    Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo.

    É como se houvesse aprendido tudo, de uma vez, numa questão de segundos.

    Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres, lentamente.

    Eu envelheci, em instantes, e, agora, tudo está embotado e plano.

    Sei que não há nada escondido, se houvesse eu veria.

  9. Pintar completou minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor.
  10. Querem que eu retrate cinco mulheres mexicanas importantes em nossa história.

    Faço pesquisas para saber que tipo de “baratas” foram essas heroínas, que tipo de psicologia era o seu fardo, a fim de, ao pintá-las, as pessoas possam diferenciá-las das mulheres comuns e vulgares do México, as quais, para mim, são mais interessantes e poderosas do que as damas mencionadas.

  11. Acho que é melhor nos separarmos e eu ir tocar minha música, em outro lugar, com todos os meus preconceitos burgueses, de fidelidade.
  12. Estou pintando um pouco, sinto que aprendi algo e estou menos estúpida, do que antes.
  13. Eu vou mal e irei pior, ainda, mas, aprendo, pouco à pouco, a ser só, e, isso, já é alguma coisa, uma vantagem, um pequeno triunfo.
  14. O México, como sempre, está desorganizado e confuso. A única coisa que lhe resta é a grande beleza da terra e dos índios.

    Todos os dias, a parte feia dos Estados Unidos rouba um pedaço, é uma lástima, mas, as pessoas têm que comer e, é inevitável que, os peixes grandes devorem os pequenos.

  15. Amuralhar o próprio sofrimento é arriscar que ele te devore, desde dentro
  16. A dor, o prazer e a morte não são mais do que o processo da existência. A luta revolucionária, neste processo, é uma porta aberta à inteligência
  17. Doutor, se me deixar tomar essa tequila, prometo que não vou beber, no meu funeral
  18. Ao fim do dia, podemos aguentar muito mais, do que, pensamos, que podemos
  19. A vida insiste em ser minha amiga e meu objetivo meu inimigo
  20. Não há nada mais bonito do que o sorriso!
  21. O que não me mata, me alimenta
  22. Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui.

    Nunca pintei sonhos, apenas minha própria realidade.

  23. Nada é absoluto.Tudo muda, tudo se move, tudo gira, tudo voa e desaparece.
  24. A beleza e a feiura são uma miragem, pois, os outros sempre acabam vendo nosso interior.
  25. Tentei afogar minhas mágoas, mas, as malditas aprenderam a nadar, e, agora, estou sobrecarregada com essa decente e boa sensação.
  26. Há alguns que nascem com estrelas e outros com mais algumas, e, mesmo que, você não queira acreditar, nasci com constelações.
  27. Queria te dar tudo o que nunca teve, e, nem assim, você saberia a maravilha que é poder te querer.
  28. Pode-se inventar verbos?

    Quero inventar um:

    Eu te “céu”, assim minhas asas se tornam enormes para te amar sem medidas.

  29. Sinto que, desde nosso lugar de origem, estivemos juntos, que somos da mesma matéria, das mesmas ondas, que temos, dentro de nós, o mesmo sentido. Seu ser inteiro, seu gênio e sua humildade prodigiosas são incomparáveis e enriquecem a vida, dentro do seu mundo extraordinário, o que te ofereço é apenas uma verdade, à mais, e que vai, sempre, acariciar o mais fundo de ti mesmo.

    Agradeço por recebê-lo, obrigada por viver, por, ontem, ter me deixado tocar a luz, mais íntima, e, por ter dito, com sua voz e seus olhos, o que eu esperei toda a minha vida.

Frida Kahlo – Filmes

A vida de Frida Kahlo foi contada em dois filmes:

  1. Frida, Naturaleza Viva (1986), dirigida por Paul Leduc e interpretada por Ofelia Medina.
  2. Frida (2002), cuja história foi tirada de uma biografia escrita por Hayden Herrera, dirigida por Julie Taymor e interpretada por Salma Hayek, que, graças a este filme, recebeu uma indicação ao Prêmio do Oscar, como melhor atriz. O filme teve sua estreia no Festival de Cinema de Veneza em 2002.

A história de Frida relatada em inúmeros documentários:

  • Evocación de Frida de Manuel Michel (1960)
  • Frida Kahlo de Marcela Fernández Violante (1971)
  • A vida ea morte de Frida Kahlo por David e Karen Crommie (1976)
  • Frida Kahlo de Roberto Guerra, Elia Hershon , Wibke von Bonin (1982)
  • Frida Kahlo e Tina Modellers de Peter Wollen e Laura Mulvey (1983)
  • Frida Kahlo: Uma fita em torno de um bombardeiro por Ken Mandel (1992)
  • Great Women Artists: Frida Kahlo de Dominique Mougenot (2000)
  • Vive Frida! por André Leduc (2001)
  • The Life and Times of Frida Kahlo de Amy Stechler (2004)
  • Frida Maestra e arte no encontro de la vida por Luisa Riley (2005)
  • Frida Kahlo, Homenaje Nacional do Canal 22 Televisión Metropolitana (2007)

Acontecimentos marcantes com Frida

No México, durante o período pós-revolucionário, as mulheres da geração de Frida Kahlo se emanciparam, principalmente, através da política, por esse motivo, Frida se inscreveu no Partido Comunista Mexicano.

Em 1953, Frida Kahlo participou junto com Bertolt Brecht, Dashiell Hammett, Pablo Picasso, Diego Rivera, Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir e papa Pio XII, do ato de protesto contra a condenação do casal comunista, Julius e sua esposa, Ethel Rosenberg, condenados à morte, e, depois, executados, no mesmo ano, em Nova York, por suposta espionagem à serviço da URSS, contra os EUA.

Frida Kahlo foi a primeira mulher latino-americana retratada em um selo postal do Estados Unidos, em 21 de Junho de 2001.

A imagem escolhida é um autorretrato da artista realizado em 1933.

E, para conhecer mais, sobre essa mulher fascinante, assista: 50 fatos sobre Frida Kahlo.

A intensa Frida

Como vimos, Frida foi uma mulher, misto de contradições.

De um lado alegre, sedenta pela vida e amante da arte e do envolvimento humano.

Por outro lado, carregava o fardo das sequelas de um grave acidente e do sofrimento afetivo de um relacionamento conturbado.

Sua força era extraída de sua fragilidade, pois, dela nasceram suas pinturas e seu diário, que, trouxeram muitos insights sobre o sofrimento e a existência humana e, até hoje, tocam aqueles que têm contato com suas obras e os registros de sua história.

Veja, também, Vida e Obra de Frida Kahlo no documentário abaixo:




Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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