“Lockdown” é a palavra mais usada em 2020 no mundo


Quando uma palavra passa a figurar como verbete de dicionário, significa que ela já caiu na boca do povo.

Em 2020, poderíamos dizer que três palavras tomaram conta das vidas de todas as pessoas do mundo: coronavírus, pandemia e lockdown.

E é justamente esta última que ganhou destaque no Collins Dictionary, dicionário de língua inglesa, que declarou “lockdown” como a palavra do ano de 2020, informa a BBC.

A razão da escolha se deve ao uso recorrente de “lockdown” em consequência da pandemia do novo coronavírus, já que

 “engloba a experiência compartilhada de bilhões de pessoas”, explicou o Collins.

Segundo lexicógrafos, foram registrados mais de 250.000 usos da palavra “lockdown” em 2020, contra apenas 4.000 registros em 2019.

Outras palavras também foram dignas de nota, como: “furlough”, “key worker”, “self-isolate”, “social distancing” e “coronavirus”, cujas traduções significam em português: “licença”, “trabalhador-chave”, “autoisolamento”, “distanciamento social” e, claro, “coronavírus”.

O Collins define “lockdown” como:

“a imposição de restrições severas a viagens, interação social e acesso a espaços públicos”.

Sem dúvida, “lockdown” tornou-se uma palavra muito popular em todo o mundo, inclusive em países não anglófonos. Sobretudo onde medidas de restrição severas foram adotadas para coibir o avanço do vírus,  foi tomada de empréstimo do inglês para definir a situação.

Como explica Helen Newstead, consultora de conteúdo linguístico da Collins:

“A linguagem é um reflexo do mundo ao nosso redor e 2020 foi dominado pela pandemia global. O ‘lockdown’ afetou a maneira como trabalhamos, estudamos, fazemos compras e nos relacionamos”.

Como ela admite, não é uma palavra cujo uso leve à comemoração, mas não se pode negar a realidade evocada pela linguagem.

Esperamos que em breve possamos usar nossas línguas para expressar uma realidade mais alegre, fraterna e justa.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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