Rap da diversidade cantado em tupi


O som do rap geralmente nos leva a um cenário urbano. O gênero musical nos remete ao universo das grandes cidades, de suas periferias e da temática da contestação. Nascido nas comunidades negras dos Estados Unidos, o rap faz parte da cultura hip hop e pode ser interpretado na capela (só com a voz do artista) ou com fundo musical, chamado beatbox. Os seus cantores são conhecidos como MCs, que é a abreviatura de mestre de cerimônia.

Mas como o Brasil é o país da diversidade, o rap não circula apenas em São Paulo, embora os nomes mais famosos do rap nacional sejam da maior cidade do país. No Mato Grosso do Sul, mais exatamente na Aldeia Jaguapirú Bororó, em Dourados, os rapazes Bruno Veron, Kelvin Peixoto, Clemersom Batista e Charlie Peixoto integram o grupo de rap indígena Bro MC’s, cantando em tupi guarani e em português.

O rap vem conquistando as comunidades indígenas porque o seu discurso contestador se conecta com a realidade dos povos indígenas brasileiros. A região de onde vem o Bro MC’s, em Dourados, é marcada por conflitos. Alto consumo de drogas entre os jovens indígenas, alta taxa de suicídio, a violência que sofrem por deixarem suas terras, as ameaças e represálias que recebem de posseiros são parte da realidade de muitas comunidades.

O show do Bro MC’s vai ocorrer em São Paulo integrando o Ciclo Resistências Contemporâneas: Encontros de povos indígenas, em uma programação paralela à exposição Adornos do Brasil Indígena: Resistências Contemporâneas, que está em cartaz no Sesc Pinheiros até janeiro de 2017. Além de shows, o ciclo também organiza palestras, oficinas e contações de histórias com o objetivo de refletir sobre a diversidade das culturas indígenas brasileiras e as suas formas de resistência.

Confira a data, o local e o horário do show do Bro MC’s, segundo divulgação do Estadão:

Sesc Pinheiros – R. Pais Leme, 195

Dia: 5 de novembro de 2016, sábado, às 16h

Local: Praça da unidade

Duração: 60 minutos

Livre para todos os públicos

Entrada gratuita

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Foto de capa: pangeanews




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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