Documentário “Cinema Novo”, de Eryk Rocha, ganha o prêmio “Olho de Ouro” em Cannes


O documentário “Cinema Novo”, de Eryk Rocha ganhou o prêmio “Olho de Ouro”, do Festival de Cannes (2016) no sábado passado, 21 de maio. Este documentário, reconhecido por seu diretor como filme-manifesto, relembra o movimento cinematográfico da década de 1960 em nosso país.

Esta é mais uma vitória midiática brasileira impulsionada pelas artes que ora se congregam e lutam por respeito e dignidade, e o reconhecimento de seu trabalho cultural. E acontece oito anos após a premiação de “Linha de Passe”, de Walter Salles, em 2008.

O júri que deu o prêmio a “Cinema Novo” foi presidido pelo cineasta italiano Gianfranco Rosi, vencedor do “Urso de Ouro” em Berlim com o seu documentário “Fuocoammare”, sobre os refugiados que atravessam o Mar Mediterrâneo em busca de vida na Europa. Também concorreram em Cannes (2016) outros dois filmes brasileiros: o curta metragem “A Moça que Dançou com o Diabo”, de João Paulo Miranda Maria, e o longa “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho.

Sobre “Cinema Novo”

Este é um documentário poético, de 90 minutos, sobre o movimento cinematográfico brasileiro, um dos mais importantes da América Latina e que revolucionou a criação artística nos anos 1960 e 1970, construído sobre alguns trechos de filmes da época e depoimentos de alguns de seus principais realizadores: Nelson Pereira do Santos, Leon Hirszman, Joaquim Pedro de Andrade, Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Paulo César Saraceni e Glauber Rocha, pai do realizador.

“Senti necessidade de retornar às raízes cinematográficas do meu país, de olhar um pouco para a história do seu cinema e sua história política, para me perguntar por que faço cinema”, disse Eryk Rocha em entrevista à AFP em Cannes. “O ‘Cinema Novo’ sempre foi uma referência essencial na minha formação e no meu desejo de fazer cinema, foram filmes muito importantes na minha vida. Para Eryk, o documentário foi a “forma de produzir um diálogo com outra geração, e o filme nasce a partir deste diálogo cinematográfico”. Ele conseguiu, com a incorporação de filmes antigos, “fotografando a época” mostrar a grande aventura criativa de diretores que, em situações adversas como as vividas no Brasil na década de 1960, lograram aproximar o cinema, a grande tela, da realidade do povo brasileiro, e documentarem os movimentos de contestação populares. “O Cinema Novo tinha outra ideia de coletividade”, explicou Eryk Rocha. “Havia projetos coletivos, e isto era muito importante, porque unia as pessoas, apesar da diversidade estética do movimento, com olhares muito distintos dos autores, mas com pontos em comum muito importantes”. Eryk mostra o comprometimento dos cineastas, do novo cinema brasileiro, com a realidade nua e crua que nos cercava então, e nos cerca hoje, em outros moldes. Mas ele lembra que “O Cinema Novo foi sendo feito à medida que crescia com energia e paixão” ainda comparando com os dias de hoje onde, diz ele, “há pouco espaço para a reflexão, para pensar o sentido real da vida e o sentido real de se fazer arte”. Em busca dessa paixão de fazer cinema é que Eryk Rocha entende seu documentário como uma busca pelo seu lugar na ação política. E, ao que parece, o júri que o galardeou entendeu bem o recado pois afirmou que “‘Cinema Novo’ é um ensaio impressionista de um novo estilo, que nos lembra que o cinema pode ser, ao mesmo tempo, político e sensual, poético e comprometido, formal e narrativo, ficcional e documental”.

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Redação greenMe

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