A ciência explica o porquê de os cães serem tão sociáveis e amorosos


Quem convive com cães sabe que estes animais são especialistas em amar.

Grandes companheiros e amigos, os humanos sabem do que estamos falando mas, atualmente, até a ciência se rendeu a essa certeza através de estudos científicos realizados nos últimos anos, e que mostram como hormônios, psiquismo e genética têm a ver com a capacidade de amar dos cães.

Com isso, a ciência fundamenta por que os cães são animais maravilhosos, que nunca perdem a oportunidade de demonstrar afeto e de serem carinhosos com seus humanos.

Interação e comunicação entre homens e cães

Muitas pesquisas têm feito uso de novas tecnologias para investigar a extraordinária capacidade dos cães em se comunicar e interagir com os seres humanos.

Essa comunicação e interação vem de milhares de anos e levou a espécie canina a evoluir de tal forma, provocando transformações psíquicas e genéticas nela.

O que as pesquisas dizem sobre sociabilidade dos cães

Segundo o cientista Takefumi Kikusui da Universidade de Azabu, no Japão,  por trás de gestos afetuosos caninos, além da expressão pura de amor, existe a química hormonal, principalmente, a ocitocina conhecida como o hormônio do amor e que é ativada principalmente pela expressão do olhar afetuoso do cão.

Quem tem cachorro já percebeu essa reação ao olhar nos olhinhos dele e, também ao abraçá-lo, acariciá-lo ou brincar com ele.

Por mais que alguém se encontre para baixo, ao ter esse tipo de interação com seu cachorro, fica melhor e isso se deve à elevação dos níveis de ocitocina, que produz sensação de bem-estar.

Além dessa constatação cientifica, o especialista em psicologia canina Clive Wynne, pesquisador da Arizona State University, que estuda comportamento canino, escreveu um livro intitulado: “Cachorro é amor: por que e como seu cachorro ama você ”, que traz novos apontamentos sobre a amistosidade e amorosidade dos cães.

Este especialista começou a estudar cães no início dos anos 2000 e, como outros pesquisadores, acreditava que atribuir emoções complexas a eles era cometer o pecado do antropomorfismo, ou seja, humanizar os cães. Porém sua concepção mudou a partir do momento que começou a pesquisar o sistema cognitivo dos cães e destacar novos elementos que fazem parte das faculdades empática e senciente destes animais.

Clive Wynne reconheceu que o cão pode não ser tão inteligente quanto os outros animais, como por exemplo:

  • Os pombos podem identificar diferentes tipos de objetos em imagens 2D
  • Golfinhos utilizam uma espécie de gramática própria
  • As abelhas sinalizam a localização das fontes de alimento através da dança

Entretanto, o cão se distingue desses outros animais por ser dotado pela hipersocialidade (acentuada sociabilidade), a característica responsável por seu comportamento marcadamente amigável.

Essa hipersociabilidade pode ser resultante de variação genética ocorrida através da evolução dos cães.

Segundo pesquisa liderada por Bridgett M. vonHoldt, essa variação se deve à mutação do gene que em humanos é responsável pela síndrome de Williams, cuja principal características é a hipersociabilidade.

A respeito disso, Clive Wynne explica:

“O essencial para os cães, assim como para as pessoas com síndrome de Williams, é o desejo de estabelecer conexões estreitas, ter relacionamentos pessoais intensos, amar e ser amado.”

Reciprocidade

Seja como for, por mais que o cão tenha predisposição comportamental ou genética para amar e ser sociável, a realidade precisa cooperar. Por isso, é importante cuidar bem, dar amor e respeitar a integridade do animal.

Além disso, pela natureza sociável e gregária dele, é de suma importância que o cão tenha sempre companhia, seja de humanos ou de outro companheiro canino.

Em contrapartida, a convivência com cães promove bem-estar e saúde ao ser humano e isto a ciência também já comprovou!

Não é à toa que muitas pessoas hoje em dia preferem viver com cães do que com outras pessoas. Os caninos despertam nosso lado puro, simples e alegre de viver.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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