Ter um cachorro faz bem ao cérebro e ajuda a tratar doenças neurológicas


Nos últimos anos, a pet terapia e a posse de animais de estimação têm sido reconhecidas como opções de tratamento não farmacológicas para uma série de distúrbios, incluindo problemas cardiovasculares e psicológicos. No entanto, a potencial aplicação destas abordagens em distúrbios neurológicos, como o AVC, demência, doença de Parkinson, esclerose múltipla, doença de Huntington, epilepsia e lesões cerebrais agudas, permaneceu relativamente inexplorada até recentemente.

Agora, uma revisão abrangente da literatura científica buscou avaliar os efeitos do apoio emocional fornecido por cães, seja através da terapia assistida por animais, da posse de cães ou da participação em atividades físicas com estes animais, especificamente em pacientes com os referidos distúrbios neurológicos.

O objetivo da revisão era determinar se a interação com cães poderia funcionar como uma opção terapêutica não farmacêutica para melhorar os sintomas dos pacientes, a qualidade de vida ou até mesmo alterar o curso da doença. Para isso, foram selecionados artigos que exploravam o impacto da terapia assistida por animais, da terapia com pets, da posse de cães e da atividade física em distúrbios neurológicos.

Os estudos encontrados foram então analisados quanto ao seu impacto em várias dimensões das doenças neurológicas, abrangendo cognição, mobilidade, qualidade de vida, humor e evolução da doença. Os resultados indicaram que a pet terapia bem como ter cães de estimação têm um efeito positivo significativo sobre o humor e a qualidade de vida dos pacientes, além de contribuir para a melhoria dos sintomas em diversas doenças neurológicas.

Além disso, foi observado que a interação com cães incentiva a atividade física, a qual se mostrou benéfica para muitas das condições estudadas, inclusive para doenças associadas à apoptose muscular esquelética, como é o caso da doença de Huntington.

Além dos benefícios físicos, a conexão emocional e o suporte psicológico fornecidos por esses animais podem ser elementos chave para uma melhoria geral no bem-estar e na qualidade de vida dos pacientes.

Este estudo abre portas para uma maior aceitação e inclusão de terapias assistidas por animais no tratamento de distúrbios neurológicos, encorajando um olhar mais amplo sobre as possibilidades de cuidado e suporte aos pacientes.

O estudo Pet Therapy as a Nonpharmacological Treatment Option for Neurological Disorders: A Review of the Literature foi publicado na Cureus Journal of Medical Science.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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