Parque Augusta: uma história de luta que continua até hoje


No meio do centro de São Paulo, um parque, dentro do parque, árvores, uma casa abandonada e destruída, mas nenhuma pessoa, no lugar delas, uma história de luta que continua até hoje.

O local, dividido em três lotes, cada qual com uma matrícula própria, tem uma história muito interessante que começa em 1907 com a apropriação do espaço pelo colégio feminino francês, Des Oiseaux, voltado para famílias afortunadas da cidade de São Paulo, que esteve em funcionamento por anos até ser demolido em 1974.

A parte onde se encontrava o colégio é ainda hoje parcialmente cimentada, e não possui muitas árvores, enquanto o resto segue preservado com uma grande área verde.

Em 2004, parte do terreno que resiste com uma área de mata atlântica, foi tombado como patrimônio histórico, garantindo à área de não sofrer intervenções sem autorização da prefeitura e do Conpresp. Na escritura do terreno consta ainda uma cláusula pétrea com a obrigatoriedade de se manter aberta ao público uma passagem que ligue o bosque à rua, com a intenção de torná-lo publico.

Segundo o site do Parque Augusta, há cerca de 40 anos, mobilizações populares buscam a legitimidade do parque através de diversos grupos e iniciativas com conquistas significativas.

A partir de julho de 2013, as incorporadoras Setin e Cyrella divulgaram o projeto de construir um complexo imobiliário no terreno. Isso somado à aparente corroboração da prefeitura com o objetivo das construtoras, fez a sensibilização do público contra esse descaso se intensificar de maneira exponencial. Desde então, a percepção comum de que a mobilização popular precisava se organizar para concentrar esforços em torno da causa, levou os grupos e indivíduos que já lutavam pelo parque a se unirem e intensificar a organização em reuniões e assembleias públicas.

Foi neste momento que conheci a luta e os objetivos do Movimento Parque Augusta. Comecei a visitar o espaço mágico e escondido no centro da cidade com frequência. As pessoas que eram a favor da luta pela permanência do parque, cheio de árvores e localizado bem no centro da cidade, começaram um movimento para chamar a atenção dos cidadãos para o espaço.

O movimento horizontal e auto gerido pelos indivíduos interessados em construir um parque aberto para a cidade chamou a atenção de outros movimentos e parques que estavam sendo disputados por imobiliárias, tais como o Parque Pinheiros, Parque da Vila Ema, Parque do Peruche, Parque do Morro do Querosene, o Parque da Mooca, o Parque da Vila Brasilândia, Parque dos Búfalos.

No final de 2013 o Parque Augusta teve suas portas fechadas, para depois de um longo período tentando dialogar com o poder público, abrisse novamente em julho de 2015. O parque agora dividido e cercado por tapumes, tornou-se Parque Municipal, e os outros 2/3 foram destinados às construtoras.

Depois de uma manifestação popular, na qual os tapumes foram retirados e toda a área do parque foi aberta, o espaço voltou a fechar, o que não significa que a disputa chegou ao fim.

Enquanto esteve aberto, reuniões semanais eram realizadas, algumas com a participação de guardas municipais que deveriam monitorar o espaço, vizinhos, advogados, amigos, ou mesmo aqueles que transitavam por lá, com a intenção de encontrar a melhor maneira de organizar e aproveitar o parque.

Assim como o Parque Augusta, diversas áreas verdes cheias de árvores e nascentes, em toda a cidade estão sendo fechadas para que novos prédios, shoppings ou estacionamentos sejam construídos.

A luta pela preservação destes espaços se dá cotidianamente, e por isso é importante explorar os diversos ambientes da cidade, conhecendo suas qualidades e defeitos, para assim, poder construir um pouco mais do que acreditamos, para nós e para os outros!

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Fonte foto: facebook




Redação greenMe

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