Chega de canudo plástico no Rio de Janeiro: multas para quem descumprir a lei


Todo mundo sabe – ou deveria saber – do impacto danoso do plástico para o meio ambiente. Estamos descartando tanto plástico que a natureza já não está mais suportando. Anualmente, cerca de 100 mil animais marinhos estão morrendo por causa do descarte de plástico na natureza.

Pensando em diminuir o uso e, portanto, o descarte, do plástico, a Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro começou a fiscalizar, desde o dia 19 de julho, o cumprimento de uma lei municipal que proíbe o uso de canudos plásticos em bares, quiosques e restaurantes da cidade. Quem descumprir a lei poderá pagar multa de até R$ 6 mil – R$ 3 mil de multa e o dobro do valor em caso de reincidência. Os estabelecimentos alimentícios terão até 60 dias para deixar de comercializar os populares canudinhos.

Parabéns Cidade Maravilhosa!

O Rio de Janeiro é a primeira grande cidade brasileira a adotar a medida, que tem ganhado muitos adeptos nas redes sociais. Vários artistas se somam ao coro daqueles que lutam pela proibição do canudinho como forma de diminuir o descarte de plástico na natureza. Afinal, os canudinhos ficam 5 minutos na nossa boca, mas levam 450 anos para serem decompostos.

A medida tem um impacto importante não só para o meio ambiente. Simbolicamente, o Rio de Janeiro é a vitrine do Brasil e um dos lugares mais turísticos do mundo. A cidade recebe milhares de turistas anualmente que, a partir de agora, não vão mais fazer uso dos canudinhos ao tomarem água de coco ou uma caipirinha.

A subsecretária de Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, Márcia Rolin, disse ao G1 que alguns estabelecimentos vistoriados já conheciam a lei e até já haviam tirado o produto do comércio.

Em vez de canudo…

Algumas soluções encontradas pelos comerciantes são os canudos de inox, vidro, metal, bambu, papel biodegradável e até comestível. Ou a solução é usar o copo mesmo. Uma cliente disse à reportagem do G1: “A gente tem um copo. Então a gente usa o copo. Por que não se adaptar? E é fácil. Gente, é só um canudo”.

A lei visa a atuar sobre um índice preocupante: o uso de um canudo por dia, durante dez anos, produz 3.650 canudos plásticos nos aterros sanitários, conforme informado pelo .

canudo coquetel

Apoio popular

Os cariocas parecem estar apoiando a lei. Mais de 15 mil pessoas assinaram uma petição on line criada pela ONG Meu Rio para banir o uso dos canudos de plástico, que representam cerca de 4% do lixo mundial.

Os cariocas estão na onda de um movimento global que vem lutando contra o lixo plástico. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 50 países, como a União Europeia e a Índia, têm propostas similares à implementada no Rio de Janeiro.

Impacto ambiental

canudo mar

A lei municipal carioca é fundamental para alertar a população sobre as consequências ambientais de seus hábitos e estimular soluções conscientes para os estabelecimentos comerciais, pois somente 14% de todo plástico produzido no mundo é reciclado. Isso significa que o descarte inadequado da maior parte do plástico do mundo cai nos oceanos. Uma vez em águas marinhas, o plástico se fragmenta em partículas que acabam sendo ingeridas pelos animais.

A ONU estima que, até 2025, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. Ou seja, é preciso fazer algo urgentemente. A coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil, Anna Carolina Lobo, destaca que: “Estamos já chegando ao ponto de que consumimos nosso próprio lixo através dos animais marinhos, que acabam se alimentando do plástico. Infelizmente, no Brasil, para que isso cause impacto no dia a dia das pessoas é necessária uma lei”.

Esperamos que o Brasil todo siga o pontapé dado pelo Rio de Janeiro e decrete leis mais rígidas sobre o uso e o descarte de plástico no país.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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