Alckmin: não vete a PL da Segunda sem Carne


Um pedido do Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal pede a ajuda dos internautas para convencer o governador Geraldo Alckmin a não vetar o PL 87/2016, que institui a Segunda Sem Carne em órgãos públicos do Estado de São Paulo.

Um Projeto de Lei que visa proibir o fornecimento de carne às segundas-feiras em bares, restaurantes, escolas públicas e outros estabelecimentos dentro dos órgãos públicos do estado, e que já fora aprovado pela Assembleia Legislativa, corre o risco de ser vetado pelo governador. Alckmin teria dito ser contrário ao PL, conforme notícia divulgada pela Veja.

Por que uma iniciativa tão bacana (e que não faria mal a ninguém, pelo contrário…) incomoda tanto o governador?

Ficar um dia sem carne, vamos combinar, que não é uma penitência. Aliás, além de proporcionar bem à saude das pessoas, faz bem ao meio ambiente e reduz (ainda que minimamente) a dor animal. Mas a iniciativa serve para aos poucos, começar a fazer com que o nosso super-carnívoro-povo-brasileiro comece a se acostumar com a ideia de que menos carne é mais!

Não estamos falando para cortar o consumo, cada um segue a dieta que quiser, mas estamos falando para diminuir o consumo de carne pelo bem do planeta e da saúde.

Não precisa comer carne todo dia e menos ainda comer carne mais de uma vez por dia, como é do nosso costume.

A Segunda sem Carne é uma campanha que já existe em 35 países, e foi lançada no Brasil em 2009 pela Sociedade Vegetariana Brasileira em parceria com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) da prefeitura de São Paulo.

Para ajudar a convencer o governador a não vetar a PL, o Fórum animal pede às pessoas de mandarem um e-mail ao governador: [email protected] ou um twitter (office)/Twitter: @geraldoalckmin_

E sugere anexar esta mensagem no corpo do e-mail:

“Prezado governador Geraldo Alckmin,

Em breve, o senhor terá de decidir se sanciona o projeto de lei N° 87 de 2016, de autoria do deputado estadual Feliciano Filho, que institui a “Segunda Sem Carne” em restaurantes, lanchonetes, bares, escolas, refeitórios e estabelecimentos similares que exerçam suas atividades nos órgãos públicos do Estado.

Acreditamos que esse projeto seja um grande avanço para o estado de São Paulo, e consideramos equivocado defender, como preferências, atos que não dizem respeito apenas a si mesmo, mas que afetam milhões de animais.

A proposta da Segunda Sem Carne não tolhe as pessoas do direito de escolherem suas dietas, apenas promove a diminuição e reflexão do consumo de carne, como medida para minimizar os impactos na vida dos animais, na saúde humana e no planeta:

PELA SAÚDE HUMANA:

Em 2009, a Organização das Nações Unidas para a Pecuária e Agricultura (FAO) declarou que carne não é essencial para a saúde humana;

A redução do consumo de carne e outros alimentos de origem animal favorece a prevenção de enfermidades crônicas e degenerativas, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, obesidade, diversos tipos de câncer e diabetes;

Por apresentar tantos benefícios, dietas sem carne são recomendadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), Associação Dietética Americana (ADA), American Institute for Cancer Research, American Heart Association, FDA (Food and Drug Administration), Universidade de Loma Linda, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e Clínica Mayo;

A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde reconhecem a alimentação livre de carne como saudável, e alertam sobre produtos de origem animal como carnes, laticínios e ovos.

PELO PLANETA:

A produção animal é um dos maiores responsáveis pelos mais sérios problemas ambientais (FAO/ONU, 2012);

A pecuária é responsável pela maior parte do desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM, 2013);

Um consumidor médio de carne demanda indiretamente mais de 3.800 litros de água por dia (Bureau of International Information Programs, United States Department of State, 2011);

Para produzir 1 kg de carne bovina no Brasil, 335 kg de gás carbônico (CO2) são emitidos, o que equivale a dirigir um carro por cerca de 1.600 km (Schmidinger K, Stehfest E, 2012);

O setor pecuário é responsável por 14,5% das emissões de gases do efeito estufa globais oriundas de atividades humanas (FAO/ONU, 2013);

1 kg de carne bovina demanda o consumo de 5-10 kg de alimentos vegetais, representando um modo ineficiente de produção, e um desperdício de área cultivada e de alimentos vegetais (FAO, 2012);

Substituindo a carne em apenas 1 dia da semana por fontes vegetais, atinge-se o mesmo impacto positivo (em termos de mudanças climáticas) que comprar toda a comida da semana de fornecedores locais (Weber CL, Matthews HS. 2008);

Apenas um dia da semana sem carne pode reduzir em até 5% a Pegada Ecológica relacionada a alimentos do paulistano médio (WWF, 2012).

PELOS ANIMAIS:

Com a justificativa de que precisamos nos alimentar, são mortos cerca de 70 bilhões de animais terrestres por ano no mundo (sem contar o número incontável de animais aquáticos), que têm a capacidade de sofrer;

A legislação brasileira relacionada ao bem-estar de animais de produção ainda é extremamente incipiente, não protegendo esses indivíduos de dor e sofrimento desnecessários.

Considerando todas essas informações, contamos com o seu apoio para sancionar esse projeto que representa um avanço para o País no âmbito da saúde humana, ambiental e ético.

Respeitosamente,”

Não se esqueça de assinar o teu nome!

Fonte foto




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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