É por isso que ninguém mais vê gafanhotos, cigarras, borboletas…


Já parou para reparar que aqueles bichinhos que faziam parte da nossa infância andam sumidos? Pois é! Eles desapareçam mesmo porque, de fato, estão ameaçados de extinção.

Joaninhas, vaga-lumes, abelhas, grilos, cigarras, gafanhotos, borboletas… quem aí ainda vê esses insetos no dia a dia?

A importância dos insetos

Responsáveis pela polinização de 84% das plantas, os insetos também servem de sustento para muitos ecossistemas que, por suas vezes, também poderão ficar ameaçados devido à falta de alimento.

Um estudo realizado pela União Européia e pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN), identificou que quase um terço das espécies de ortópteros (gafanhotos, grilos, cigarras, entre outras) está ameaçada e algumas estão em perigo de extinção.

Fala-se do “fenômeno do pára-brisa”, uma alusão ao fato de que os motoristas passam hoje menos tempo removendo insetos esmagados nos carros, do que antigamente.

Isso se deve ao declínio generalizado das espécies.

Além desse fenômeno, os pesquisadores constataram nos estudos que a captura através de dispositivos diminuiu cerca de 80%, desde 1989. Para os pesquisadores, essa redução é alarmante, pois está aumentando a cada ano.

© Dale Staton/Unsplash

Inseticidas, desmatamento e queimadas

As principais causas são a transformação e a destruição do habitat, através do uso de inseticidas, desmatamento e queimadas.

As abelhas são responsáveis pela polinização de plantas, das quais 30% nos servem de alimento.

Segundo a Organização das Nações Unidas, 84% das plantas que consumimos precisam dos insetos para polinização.

Além disso, muitos animais como as aves, por exemplo, se alimentam das lagartas de borboletas e de vespas, cuja população também apresenta declínio na natureza.

Tudo isso se deve não só às causas citadas acima, mas também à mudança climática, que altera os períodos favoráveis para a floração das plantas e a chegada dos insetos. O abandono da zona rural e a falta de conhecimento sobre a importância dessas populações, também são citados como culpados.

Dados estatísticos mostram que 90 espécies de invertebrados (35 insetos) estão ameaçadas, mas podem ser favorecidas com a ativação de planos para recuperação. O problema, segundo os pesquisadores, é que o ritmo dessa recuperação é mais lento do que o declínio dessas populações.

Enquanto houver incêndio, fumigação ou qualquer outro procedimento para “proteger” as culturas contra pragas e insetos, maior é a ameaça dessas espécies que existem justamente para ajudar na polinização e na manutenção da cadeia alimentar como um todo.

Por isso, se você vir algum destes insetos, por favor, não tenha medo nem nojo, tenha respeito e sinta-se afortunado por vê-los. Afinal, a cada dia que passa, eles estão mais raros.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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