Amazônia a um passo de floresta, virar savana


Olha que chocante o título do post do The Guardian no Instagram: “Amazônia perto do ponto crítico de mudança de floresta tropical para savana”.

O post fala de um estudo recente, feito pela Stockholm University que aponta para essa dura realidade que, nem é de hoje, vem sendo apontada em diversos outros estudos similares.

Será que o título chocante fará com que de uma vez por todas possamos visualizar que, de fato, uma floresta tropical pode virar um semi-deserto da noite pro dia enquanto dormimos?!

A pesquisa que foi baseada em modelos de computador e em análise de dados, alerta que as florestas tropicais são altamente sensíveis. O desmatamento causa mudanças nos níveis de chuva e umidade destes biomas, o que facilita a ocorrência de secas e incêndios.

Isso com o tempo, é um círculo vicioso que causa cada vez mais mudança climática com o consequente aquecimento global.

A fórmula é simples:

Desmatamento = seca = incêndio = emissão de gases de efeito estufa = mudança climática = aquecimento global

O novo estudo publicado na revista Nature Communications mostra que esse ponto de não retorno pode estar muito mais próximo do que as pessoas imaginam.

40% da floresta amazônica hoje já estaria nessa ponto de inflexão, ou seja, sofre danos quase irreparáveis e poderia virar uma savana (o que no Brasil a gente chama de Cerrado, o bioma cuja característica é a vegetação baixa, predominantemente composta de gramíneas, com árvores esparsas e arbustos isolados).

“Em cerca de 40% da Amazônia, a precipitação está agora em um nível em que a floresta poderia existir em qualquer estado – floresta tropical ou savana, de acordo com nossas descobertas “, diz o autor principal Arie Staal, ex-pesquisador de pós-doutorado no Centro de Resiliência de Estocolmo e o Instituto Copérnico da Universidade de Utrecht.”

O que está ruim ainda pode piorar

As conclusões do estudo preocupam.  Tem-se que partes da região amazônica estão recebendo menos chuva, o que tende a piorar à medida que a região esquenta devido ao aumento das emissões de gases de efeito estufa. O próprio desmatamento causa emissão de gases de efeito estufa porque a floresta derrubada deixa de absorver CO2.

Some-se isso ao fato de que uma floresta não se recupera da noite para o dia

Uma vez perdidos, sua recuperação levará muitas décadas para retornar ao seu estado original. E dado que as florestas tropicais hospedam a maioria de todas as espécies globais, tudo isso estará perdido para sempre. ”

O The Guardian critica ainda o presidente do Brasil, informando os leitores britânicos que a política de Jair Bolsonaro contribui para esse cenário.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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