Promessa é dívida: Vale irá reconstruir casas em Mariana até final deste ano


Muitas promessas já foram feitas pelas empresas mineradoras responsáveis pela tragédia de Mariana. Samarco e Vale prometeram, até agora, entregar água potável às populações atingidas por todo o Vale do Rio Doce – e a entrega foi deficiente, como se sabe pelas notícias locais. Também prometeram subsidiar pescadores e agricultores afetados pela lama de rejeito – e isso não aconteceu, simplesmente não aconteceu até agora.

A promessa da vez é da Vale, empresa controladora da Samarco que, através do seu diretor-presidente, Murilo Ferreira, afirmou ontem, 25, que as casas destruídas pela lama da barragem rompida serão reconstruídas, em local diferente, no final deste ano. Será?

Segundo Murilo Ferreira afirmou à Agência Brasil, essa ação foi determinada pelos conselheiros da empresa a seus gestores e garantiu que a mineradora (Vale, Samarco, as duas?) cumprirá com as ações de remediação dos danos. Esperamos que sim, que seja efetivada a construção, que cada morador que teve sua casa destruída e seus pertences perdidos, seja indenizado e possa reconstruir sua vida, que as plantações afogadas em lama também sejam indenizadas. Que a vida continue, claro.

Segundo a notícia oficial, em fevereiro serão discutidos os pormenores deste projeto-promessa, e se buscará “a localização exata de todas essas residências”, nas palavras do diretor da Vale.

Esta promessa não vem do nada, é resultado da pressão exercída sobre as mineradoras pela ação pública movida pela Advocacia-Geral da União (AGU) e os representantes dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, contra a Samarco e suas duas controladoras, Vale e BHP, que pede, no mínimo, R$ 20 milhões para reparação dos estragos socioambientais e econômicos decorrentes do acidente ambiental em questão. O prazo final para um acordo expira no próximo dia 3, quando empresas e entes públicos terão de se manifestar conclusivamente perante a justiça.

“As ações de recuperação, de curto, médio e longo prazo, são o foco central do acordo, mas sem prejuízo das exigências imediatas, como fornecimento de água e colocação de pessoas em casas e não abrigos, por exemplo” afirmou o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Bonita afirmação, sim senhor mas, cabe lembrar aqui que comida se come todos os dias, água potável é necessária também diariamente, segurança e teto, idem. Não é possível, para quem sofreu essa desgraça, resultante da incúria empresarial e governamental ficar na mão de promessas e datas de acordo, não é? Digo isso porque ainda existem pendências na assistência financeira, cartões de ajuda que ainda não foram distribuídos, e não sou eu que o afirmo mas sim, Murilo Ferreira, o diretor da Vale.

Entretanto, parte dessa promessa também é a reconstrução das 6 pontes destruídas pela força da lama, até o municipio de Barra Larga.

Mas, promessa não enche barriga nem constrói teto sobre a cabeça de quem perdeu tudo na enxurrada. E até agora, as promessas, todas, foram vãs e promessa…é dívida.

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Fonte foto: Estado de Minas




Redação greenMe

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