Dia Mundial do Meio Ambiente 2023: #CombataAPoluiçãoPlástica


O Dia Mundial do Meio Ambiente é o maior evento internacional dedicado a esse tema. Realizado anualmente desde 1973, é um evento global criado para a conscientização ambiental e comemorado por milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2023, o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente é #CombataAPoluiçãoPlástica que, como sempre dizemos por aqui, é a praga do planeta. A data destaca a importância das ações individuais na redução do plástico mas principalmente as medidas governamentais e empresariais que precisam ser tomadas nesse sentido.

Como plástico está sufocando a vida na Terra

Nos últimos 70 anos, o plástico se tornou amplamente utilizado, porém, o descarte inadequado de plásticos desnecessários, como embalagens de uso único, está causando uma poluição alarmante no planeta. A ONU realizou uma avaliação global que destaca a ameaça crescente do lixo marinho e da poluição plástica em todos os ecossistemas, desde sua origem até o mar. Embora tenhamos conhecimento sobre o problema, é necessário que os governos demonstrem vontade política e tomem medidas urgentes para enfrentar essa crise crescente.

Sem uma ação urgente, a ONU adverte que, a menos que consigamos lidar com nosso problema de plásticos:

  • Os estimados 11 milhões de toneladas métricas de plástico que atualmente entram no oceano anualmente triplicarão nos próximos vinte anos.
  • Osso significaria entre 23 e 37 milhões de toneladas métricas de plástico fluindo para o oceano todos os anos até 2040.
  • O que é equivalente a 50 quilos de plástico por metro de costa em todo o mundo
  • Ou o peso de até 178 Symphony of the Seas, o maior navio cruzeiro do mundo.

Danos à Vida Marinha

A poluição plástica e o lixo marinho são problemáticos devido à sua falta de biodegradabilidade. Em vez de se decompor naturalmente, o plástico se fragmenta em pedaços menores ao longo do tempo, conhecidos como microplásticos e nanoplásticos, que podem causar impactos adversos significativos.

A vida marinha é afetada por danos físicos e químicos, desde animais individuais até a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas. Estudos mostram a presença de pedaços de plástico no sistema digestivo de muitas espécies aquáticas, incluindo tartarugas marinhas, aves marinhas e mamíferos marinhos.

  • Animais marinhos confundem plástico com alimento, o que resulta em fome e obstrução do sistema digestivo.
  • Mamíferos marinhos e tartarugas frequentemente morrem ao ficarem presas em plásticos descartados ou equipamentos de pesca (pesca fantasma).
  • As baleias francas do Atlântico Norte, uma espécie altamente ameaçada, são frequentemente vítimas de equipamentos de pesca abandonados.
  • Além disso, os plásticos absorvem toxinas e poluentes, transferindo-os pela cadeia alimentar e afetando a vida marinha.
  • Espécies não nativas também podem ser transportadas pelo lixo flutuante, invadindo e degradando ecossistemas distantes.
  • O lixo plástico que afunda no mar sufoca recifes de coral e a vida marinha.

Danos aos Seres Humanos

Estamos dominados pelo plástico. Estudos mostram que os seres humanos estão expostos a microplásticos inalando-os, consumindo-os através de alimentos e água, e até mesmo absorvendo-os pela pele. Microplásticos foram encontrados em órgãos como pulmões, fígado, baço e rins, e até mesmo nas placentas de recém-nascidos.

Embora a extensão total do impacto na saúde humana seja desconhecida, há evidências de que produtos químicos associados aos plásticos podem entrar no corpo e estão relacionados a problemas de saúde, especialmente em mulheres. Produtos químicos comuns encontrados em plásticos têm sido associados a desregulação endócrina, distúrbios do desenvolvimento, anormalidades reprodutivas e câncer.

O racismo ambiental do plástico

A poluição plástica afeta de forma desigual diferentes partes do mundo. Os países mais ricos são os principais produtores de resíduos plásticos, que muitas vezes acabam fluindo para os países menos desenvolvidos, onde a gestão de resíduos é menos eficiente. Embora a reciclagem possa ajudar a reduzir a produção e o desperdício de plástico, a taxa global de reciclagem de plásticos é baixa, inferior a 10%.

As comunidades em países em desenvolvimento são as menos capazes de lidar com os impactos ambientais, de saúde, social e cultural da poluição plástica, devido à falta de apoio governamental e recursos. Isso resulta em um impacto mais intenso para mulheres, crianças, trabalhadores de resíduos, comunidades costeiras, povos indígenas e aqueles que dependem do oceano, especialmente quando há movimentação ou queima inadequada de resíduos. Essas economias também sofrem porque são prejudicadas pelos plásticos.

Perdas sociais e econômicas

A poluição plástica nos oceanos tem um impacto negativo nos ecossistemas marinhos, prejudicando a capacidade desses ecossistemas de fornecer benefícios essenciais para os seres humanos, como água limpa, aquicultura, pesca produtiva, controle de pragas e doenças, regulação do clima, patrimônio e recreação. Estima-se que essa poluição reduza o valor dos serviços ecossistêmicos marinhos em pelo menos US$ 500 bilhões a US$ 2.500 bilhões por ano, excluindo outras perdas sociais e econômicas, como turismo e navegação.

Plástico e Mudança Climática

O plástico tem impacto direto nos ecossistemas marinhos que desempenham um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas. A produção de plástico depende de combustíveis fósseis, intensificando a crise climática à medida que mais plástico é fabricado. Além disso, os produtos de plástico geram emissões de gases de efeito estufa ao longo de seu ciclo de vida. Se nenhuma ação for tomada, as emissões relacionadas ao plástico poderiam representar 19% das emissões permitidas pelo Acordo de Paris até 2040.

Proteger os oceanos e mares tornou-se uma questão urgente no enfrentamento das mudanças climáticas. O oceano é um importante sumidouro de carbono, absorvendo até 90% do calor adicional e um terço do dióxido de carbono emitido desde a revolução industrial. No entanto, essa absorção tem consequências catastróficas, como o aquecimento, a acidificação e o desequilíbrio químico dos oceanos.

Ecossistemas costeiros como manguezais, ervas marinhas, salinas e recifes de corais desempenham um papel crucial no sequestro de carbono e na proteção contra a elevação do nível do mar e tempestades. Infelizmente, esses ecossistemas estão enfrentando pressões devido à poluição plástica originada em terra, especialmente através dos rios. É essencial realizar levantamentos e pesquisas sobre o lixo marinho para entender melhor as consequências dessa pressão, desenvolver abordagens de mitigação e orientar a adaptação necessária.

Da poluição à solução

O crescimento acelerado da produção de plástico já representa uma das maiores ameaças aos sistemas naturais essenciais para a vida na Terra, e essa ameaça só tende a aumentar. Um exemplo desse aumento foi o uso de equipamentos de proteção médica durante a pandemia de Covid-19, bem o lixo hospitalar pandêmico. Se apenas 1% das máscaras descartáveis usadas na pandemia fossem descartadas indevidamente, até 10 milhões delas poderiam entrar e poluir o oceano por mês!

Embora a quantidade de plástico nos oceanos seja tão imensa que é até difícil compreender, a ciência mostra que muitas das soluções já existem.

Diversas atividades em níveis regional, nacional e local estão ajudando a reduzir o fluxo de plásticos para o oceano, incluindo convenções regionais dos mares, proibições nacionais de produtos plásticos descartáveis, compromissos governamentais e empresariais para reduzir, redesenhar e reutilizar produtos plásticos, aumentar o uso de plástico reciclado em novos produtos, iniciativas comunitárias e proibições municipais de sacolas plásticas.

Agir com urgência

A poluição plástica é uma crise global que exige atenção imediata. É preciso reduzir o uso de plásticos desnecessários e interromper seu fluxo para ecossistemas aquáticos. Essa questão requer um pensamento sistêmico, inovação e transformação.

Estamos todos juntos nisso e devemos trabalhar em conjunto para resolver esse problema. É hora de agir com urgência, implementando soluções disponíveis e assumindo responsabilidade pela poluição plástica.

Feliz Dia Mundial do Meio Ambiente 2023! Menos plástico é mais!

Fonte: UNEP

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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